Arquivos dicas | Cap-Lab
x

Rastreamento de Cargas




Publicado em Deixe um comentário

Conheça as Vidrarias de Laboratório e suas funções nos procedimentos

vidrarias de laboratório

Dá pra fazer muita coisa dentro de um laboratório, ainda mais se você conta com as principais vidrarias disponíveis para uso. São inúmeros tipos e funcionalidades, tantos que até os técnicos mais experientes podem se perder em algum momento.

Além disso, como saber quais vidrarias o seu laboratório precisa? Tudo depende, em suma, do objetivo das suas análises. Enquanto algumas tem uma função bem específica, outras não podem faltar em um ambiente experimental.

Afinal, quais são as vidrarias de laboratório mais importantes? E qual é a função de cada uma delas? Sim, este artigo te entrega todas essas informações, assim você realiza suas análises com mais conhecimento e segurança. Vamos começar?

 

 

Para que servem as vidrarias de laboratório?

O ser humano testou tudo o que sabe fazer em algum momento. Seja a descoberta do fogo ou a criação de objetos de bronze, alguém precisou colocar a mão na massa. Foi a observação da prática que nos trouxe até aqui, e é graças a ela que continuamos nos desenvolvendo.

Como resultado, nós inventamos um lugar seguro e preparado para a experimentação: o laboratório. Dentro dele há equipamentos, utensílios e substâncias que permitem a realização de análises e pesquisas científicas. As vidrarias de laboratório estão entre eles.

Feitas de uma mistura de vidro temperado com borossilicato, elas suportam altas temperaturas e não reagem ao entrar em contato com substâncias. Também são menos densas, mais leves e garantem mais precisão nas análises.

Quando usadas em conjunto, as vidrarias permitem uma diversidade de práticas e experimentos dentro do laboratório. Algumas, aliás, são versáteis e atendem a várias necessidades dos técnicos. Em resumo: sem as vidrarias, o laboratório não funciona.

 

Como usar as vidrarias de laboratório?

 

Quais são os tipos de vidrarias de laboratório?

 

Vidrarias analíticas

 

Alcoômetro

alcoômetro gay-lussac

Muito utilizado na produção de bebidas alcoólicas, o alcoômetro é um tubo graduado, geralmente com duas escalas diferentes: Cartier e Gay-Lussac. Sua função é determinar o percentual de álcool em uma solução.

A escala Cartier surgiu em 1771 e recebe o nome do seu inventor, o francês Jean-François Cartier. Vai de 10 a 44 graus e, apesar de já não ser referência, está presente ainda hoje em alguns modelos.

Já a escala Gay-Lussac, definida pelo físico-químico francês Joseph Louis Gay-Lussac, passou a ser o padrão para medições de álcool a partir de 1824. O grau GL entrega a quantidade de mililitros de álcool absoluto presentes em uma solução.

A bebida deve estar a 20°C para medir seu teor alcoólico do jeito certo. Basta inserir uma amostra de 100 mililitros em uma proveta graduada, e então mergulhar o alcoômetro.

 

Areômetro de Baumé

areometro de baume

O processo de salga é um método antigo de preservação dos alimentos. Se embebem carnes e queijos em salmoura, uma solução de água e sal, por um determinado período de tempo. Isso ajuda a melhorar a qualidade geral do alimento.

É necessário saber a concentração de sal na salmoura para que a salga gere o efeito esperado nos produtos. O Areômetro é o densímetro que faz essa medição, e seus resultados são entregues em escala Baumé.

A salmoura, quando bem conservada, pode durar de 1 a 3 meses. Usar o areômetro depois do processo de salga ajuda a fiscalizar sua qualidade e, dessa forma, garantir a economia da solução.

 

Butirômetro

butirômetro

A gordura é um dos componentes mais importantes do leite, principalmente por garantir o rendimento na fabricação de laticínios. Como todos os derivados do leite servem de matéria-prima para outros alimentos, se monitora o teor de gordura com frequência. Isso serve não apenas para padronizar os produtos, como também para evitar problemas tecnológicos de produção.

O Butirômetro é a vidraria que faz esse tipo de medição. Trata-se de um tubo oco e graduado, com um bulbo em uma das extremidades. Seu formato varia dependendo do tipo de produto que será analisado.

É necessário usar ácido sulfúrico e álcool isoamílico para analisar gordura com o butirômetro. Em seguida, deve-se fechar o tubo com uma rolha, agitar bem e começar o processo de centrifugação. Dessa forma, a gordura se separa da amostra e é possível ver sua quantidade.

 

Densímetro

densímetro de peso específico

É um tubo de vidro graduado, de estrutura resistente e com chumbo em sua base. Seu nome é autoexplicativo: serve para identificar a densidade de líquidos, ou seja, a massa dividida pelo volume.

Em análises laboratoriais, a regra é que a temperatura ambiente esteja em aproximadamente 20°C para fazer uso do densímetro. Depois, basta mergulha-lo na amostra. O chumbo na base o fará flutuar, indicando então a densidade.

 

Picnômetro

picnômetro de vidro

O picnômetro determina a densidade absoluta de uma substância sólida ou líquida. É considerado um dos instrumentos mais precisos do laboratório.

Trata-se de um frasco em formato de balão, que pode ter em seu bocal uma tampa ou um termômetro. O frasco também pode contar com uma haste cilíndrica em sua diagonal superior.

É preciso ter uma balança analítica no laboratório para fazer análises com o picnômetro. Primeiro se pesa o frasco vazio, e depois com a amostra. Isso determina a massa, enquanto o picnômetro entrega o volume. Por fim, a divisão dos valores define a densidade da substância.

 

Termolactodensímetro

termolactodensímetro

Infelizmente, a fraude do leite por adição de água ou sólidos ainda é uma prática existente na cadeia de produção de produtos lácteos. O termolactodensímetro é um densímetro de escala graduada, que consegue identificar possíveis adulterações no leite ao avaliar a densidade da amostra.

O valor da densidade é apenas um indicativo de qual tipo de alteração pode ter acontecido. Isto é, só aponta se o leite foi fraudado ou não. É preciso usar um Crioscópio para saber a quantidade exata de água adicionada.

 

 

LEIA TAMBÉM: Descubra porque a Crioscopia do leite é essencial para garantir sua qualidade

 

 

Recipientes úteis

 

Balão de Destilação

balão para destilação

Parte importante de qualquer processo de destilação, este balão possui um fundo chato ou redondo, gargalo alongado e saída lateral. Ele é resistente o suficiente para ser aquecido e, dessa maneira, levar ao ponto de ebulição a substância que será destilada.

A saída lateral é onde se encaixa o condensador, que recebe o vapor da ebulição e, por fim, o transforma em líquido destilado ao final do procedimento.

 

Balão Volumétrico

balão volumétrico

Também de gargalo longo e fundo chato, o que destaca o balão volumétrico é a presença de um traço de aferição. É a partir dessa marcação que se faz medições exatas de volume. Sua base arredondada é ideal para o preparo de diversas soluções.

 

Cadinho de Fusão

cadinho de fusão

Feito de porcelana, aço ou alumínio, o cadinho é um recipiente fundo que serve para trabalhar materiais em temperaturas altas. Pode ser encontrado em formatos variados, com forma alta ou baixa, fundo perfurado ou poroso. Pode ser aquecido em fornos mufla e estufas de calor.

 

Copo Becker

copo becker

Disponível em vários tamanhos, o Copo Becker é figurinha carimbada em qualquer laboratório que exista. Trata-se de um copo graduado com um bico dosador na borda, e é muito usado para preparar e dissolver soluções.

São dois tipos: o Griffin, que é de forma baixa, e o Berzelius, que é de forma alta. Além do vidro, este recipiente também pode ser fabricado em polipropileno ou metal.

 

Dessecador de Vidro

dessecador de vidro

Algumas análises exigem que a amostra esteja livre de umidade. Depois de usar a estufa para secar a substância, deixa-la exposta ao ambiente é o mesmo que descartar todo o trabalho já feito.

O dessecador de vidro é um recipiente fundo com dois compartimentos, separados por uma grelha de porcelana removível. Vem também com uma tampa de junta esmerilhada. Sua função é justamente manter a amostra livre de qualquer umidade.

Um agente secante é depositado no compartimento inferior, geralmente sílica, que suga a umidade por dentro. A grelha de porcelana separa o agente da substância a ser armazenada. Por fim, a tampa com junta esmerilhada garante que a amostra não absorva a umidade do ambiente.

 

Erlenmeyer

erlenmeyer

Batizado em homenagem ao químico alemão Emil Erlenmeyer, é um frasco em formato cônico, de fundo chato e bocal estreito. É uma das vidrarias mais versáteis para laboratório, muito usado em titulações, preparos e manuseio de soluções.

É o frasco preferido dos técnicos que trabalham com substâncias voláteis, já que seu formato dificulta a evaporação. Também é seguro para trabalhar com ácidos, já que seu bico afunilado impede o respingo de líquidos, mesmo quando agitados.

Aliás, qualquer solução que precise de agitação manual pode ser feita no Erlenmeyer. Por ter uma base larga, o líquido se movimenta bem em seu interior, o que promove reações químicas.

 

Frasco Kitassato

frasco kitassato

Apesar do formato parecido com o Erlenmeyer – cônico e de base larga –, o Kitassato tem duas diferenças cruciais: é um frasco mais grosso e possui uma saída lateral em seu gargalo. Pode ser graduado ou não, e é indispensável em processos de filtração à vácuo.

No bocal se encaixa um funil de Büchner. Na saída lateral, é conectada uma mangueira que liga o Kitassato a uma bomba de vácuo, que realiza a sucção. Como o ar foi retirado, o líquido despejado não encontra resistência e a filtração ocorre mais rapidamente.

 

Frasco Reagente

frasco reagente

Feito para armazenar substâncias líquidas, sólidas ou em pó, o frasco reagente pode ter vários tamanhos. Vem com uma tampa e seu bocal é estreito, desse modo se evitam derramamentos e evaporação de amostras voláteis.

Pode ser fabricado em vidro transparente ou marrom, ao propósito de abrigar reagentes que precisam ser protegidos da luz. Também pode ser usado para mistura de meios de cultura.

 

Placa de Petri

placa de petri

Inventada pelo microbiologista alemão Julius Richard Petri, é um recipiente cilíndrico e achatado, composto por uma base e uma tampa. Quando preenchida com o ágar ainda líquido, torna-se um meio de cultura para o cultivo de microrganismos assim que ele se solidifica.

São transparentes, a fim de facilitar a vida do analista durante o processo de contagem das colônias. Após seu uso, devem ser esterilizadas em uma autoclave.

 

 

LEIA TAMBÉM: Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

 

 

Proveta

proveta de vidro graduada

Encontrada em qualquer laboratório, a proveta é um tubo cilíndrico alongado, com uma base de apoio inferior e uma boca com bico dosador. É graduada e serve para fazer medições volumétricas de líquidos.

Também pode ser usada para descobrir a densidade de objetos sólidos, quando adicionados aos poucos a uma quantidade de água. Vale ressaltar que, apesar das graduações tornarem a proveta mais precisa do que outras vidrarias, deve-se sempre considerar o erro associado à medição.

 

 

Auxiliares de manuseio

 

Alça de Drigalski

alça de drigalski em vidro

Nomeada em homenagem ao bacteriologista alemão Wilheim von Drigalski, é um instrumento usado para espalhar células de microrganismos nos meios de cultura em placas de Petri. Existem opções descartáveis e esterilizáveis, assim como formatos diferentes. O mais comum é a sua ponta ser triangular.

 

Bastão de Vidro

bastão de vidro

Também chamado de baqueta, é muito adaptável no dia-a-dia do laboratório: pode ser usado para misturar e agitar soluções, auxiliar em reações químicas e alinhar a transferência de líquidos de um recipiente para outro, evitando respingos.

 

Bureta

buretas graduadas

Vidraria longa, fina e graduada, a bureta é um instrumento de precisão que todo laboratório deve ter. Conta com uma torneira próxima a sua base, o que permite uma liberação cuidadosa de líquidos. Sua função principal é realizar titulações.

Sendo uma vidraria de precisão, precisa ser calibrada antes do uso, garantindo assim resultados confiáveis. Também é preciso deixar a torneira sempre lubrificada, para facilitar seu manuseio.

 

Pipeta

pipeta

Também na categoria de instrumento de precisão, a função da pipeta é auxiliar na transferência de líquidos. Seu formato padrão é de um tubo fino, que pode ser graduado ou ter marcação volumétrica.

O ideal é usar um pipetador para sugar um líquido com este instrumento. Jamais devemos usar a boca para puxar o líquido, já que isso automaticamente contamina a amostra.

 

Tubo de Ensaio

tubos de ensaio

Versáteis e necessários em qualquer laboratório, os tubos de ensaio servem para recolher, analisar e guardar pequenas amostras. Sua base é arredondada, variando apenas o tamanho, e pode ser tampado com rolhas. Podem ser aquecidos ou resfriados de forma gradual.

 

Utensílios

 

Bico com Junta Esmerilhada

bico de papagaio kipp

Inventado em 1844 pelo farmacêutico holandês Petrus Jacobus Kipp, seu bico serve para preparar pequenos volumes de gases. Também pode ser chamada de pipeta bico de papagaio, por causa de seu formato e utilidade.

Deve ser acoplada a um frasco, geralmente um Erlenmeyer, onde são inseridos reagentes diversos. O bico ajuda no doseamento desses reagentes em procedimentos no laboratório.

 

Condensador

condensador com juntas

Essencial para a rotina do laboratório, o condensador serve para transformar as substâncias do estado gasoso para o líquido. Tem como padrão uma estrutura de dois tubos, um externo e outro interno, sendo que o segundo pode ter formatos variados

Muito usado em processos de destilação simples, é o formato do tubo interno que define a qualidade do procedimento. Os mais comuns são:

 

Funil Analítico

funil analítico de vidro

Seja para transferência de líquidos ou processos de filtração simples, o funil analítico também é obrigatório em um laboratório funcional. É fabricado em diâmetros e tamanhos de haste diferentes, variando o tipo de procedimento.

 

Almofariz com Pistilo

almofariz com pistilo

O almofariz com pistilo – ou gral, outro nome utilizado, principalmente para recipientes menores – serve para moer sólidos até transformá-los em pó. Pode ser fabricado em vários materiais, mas os mais comuns são vidro e porcelana.

Os almofarizes em vidro permitem a visualização das substâncias e não ficam impregnados com odores. Os feitos de porcelana têm a vantagem do aquecimento, e por isso permitem o trabalho com materiais quentes.

 

Lamparina de Vidro

lamparina de vidro

Há muitas maneiras de aquecer substâncias em um laboratório, e tudo depende da intensidade do calor necessário. Para análises que precisam de pouco aquecimento, o método indicado é usar uma lamparina de vidro.

É um recipiente pequeno, de base redonda e chata, onde se coloca o líquido que fará a combustão. Depois, basta inserir um pavio pequeno na substância, que absorverá o combustível e está pronto para ser aceso com um fósforo.

 

Pérolas de Vidro

pérolas de vidro

Existe uma intenção por trás de cada análise, e é por isso que os conceitos de física são tão importantes dentro do laboratório. Quanto maior o controle, melhores são os resultados.

Quando se esquenta uma substância para que ela chegue ao seu ponto de ebulição, há o risco de derramamento por causa do calor. As pérolas de vidro ajudam a controlar a energia cinética, garantindo um procedimento limpo e seguro.

 

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

 

Referências

INFO ESCOLA – Navegando e Aprendendo. Materiais de Laboratório. Florianópolis, SC: Info Escola, c2023. Acesso em: 18 jan. 2023.

DIAS, D. L. O que é destilação? Brasil Escola. Goiânia, GO: Rede Omnia, c2023. Acesso em: 19 jan. 2023.

DIAS, D. L. Filtração à Vácuo – Características da Filtração à Vácuo. Brasil Escola. Goiânia, GO: Rede Omnia, c2023. Acesso em: 19 jan. 2023.

FOGAÇA, J. R. V. Filtração – Filtração Simples e à Vácuo. Mundo Educação. Goiânia, GO: Rede Omnia, c2023. Acesso em: 26 jan. 2023.

FAZENDO COISAS LEGAIS Brasil. Dessecador {Química #20}. Youtube: Fazendo Coisas Legais Brasil, 2018. 1 video (8m29seg). Acesso em: 26 jan. 2021.

CONSIGLIERI, V. O. Material e procedimentos do Laboratório de Farmacotécnica. e-Disciplinas USP. São Paulo: Universidade de São Paulo, c2023. Acesso em: 27 jan. 2023.

Publicado em Deixe um comentário

Saiba como fazer a limpeza de eletrodos e sensores usados em laboratório

limpeza de eletrodos e sensores com água deionizada

Será que você está fazendo a limpeza dos eletrodos e sensores do seu laboratório do jeito certo? Sabemos que a rotina de laboratório demanda mexer com várias substâncias para coletar dados como os níveis de pH, oxirredução e condutividade. Esses resultados dependem de medidores bem cuidados e sem restos de outras amostras.

Quer fazer leituras precisas, sem influências que alterem os dados recolhidos? Então mantenha a limpeza dos medidores em dia. Para que você entenda de uma vez por todas como deixar seus equipamentos prontos para uso, neste artigo separamos algumas dicas de limpeza.

 

 

Quais são os medidores mais usados em laboratório?

 

Medidor de pH

Também conhecido como pHmetro, é o aparelho que mede o potencial de hidrogênio de uma substância. Geralmente possui um eletrodo conectado a um circuito potenciômetro, mas existem diferenças entre modelos e marcas.

Ao passo que entra em contato com a amostra analisada, o eletrodo produz milivolts que são convertidos para a escala de pH. Os níveis vão de 0 a 14, com o 7 tido como neutro.

 

LEIA TAMBÉM: Problemas na medição de pH? Confira 3 dicas úteis para não errar mais

 

Medidor de ORP

É o aparelho que mede o nível de oxirredução da água. Ultimamente são fabricados medidores universais que conseguem ler tanto a escala de pH quanto o nível de ORP da água, já que o eletrodo tem sensibilidade o suficiente para fazer ambas as medições.

Medida em milivolts (mV), a escala de ORP ajuda a determinar a facilidade com que um substrato ganha ou perde elétrons. Quanto maior o potencial elétrico, maior é a oxidação da amostra.

 

Condutivímetro

É o aparelho que mede o nível de condutividade elétrica de uma amostra. Pode ser portátil, de bancada ou de bolso. É equipado com uma sonda que possui dois sensores em seu interior. Como resultado, ao entrarem em contato com a substância, geram uma tensão que causa uma queda na voltagem. Isso permite a leitura da condutância.

O nível de condutividade é medido em milli (ou microSiemens por centímetro). A partir disso é possível identificar a concentração de sais presentes na água e qual seu grau de contaminação.

 

Como fazer a limpeza de eletrodos e sensores?

Em primeiro lugar, não se esqueça de verificar o modelo do equipamento e ler o manual antes de começar qualquer procedimento. Dessa forma é possível saber se há um método de limpeza específico ou restrições de quais substâncias usar para fazer a manutenção.

 

Eletrodo de pH e ORP

Acima de tudo, o fator mais importante de um eletrodo é ter sua sensibilidade garantida. Para isso é essencial realizar manutenções antes e depois do uso, assim é possível garantir que a medição não será afetada por substâncias externas.

Preserve o eletrodo numa solução de cloreto de potássio 3 mol, para mantê-lo hidratado quando estiver fora de uso. Sempre que for realizar uma nova análise, faça a limpeza com água destilada antes de começar a etapa de calibração. Dessa forma os restos de cloreto de potássio não vão afetar os resultados. Logo após, tire o excesso de água usando uma toalha de papel macia e sem fiapos, com muita delicadeza e sem fricção.

Depois que terminar o processo, limpe novamente o eletrodo com água destilada. Em seguida seque o excesso e volte a estocar o sensor na solução de cloreto de potássio 3 mol.

Por fim, não se esqueça de verificar o nível do eletrólito. Percebeu que o aparelho está demorando para calibrar? Então utilize uma seringa para retirar a solução usada de dentro do eletrodo, limpe-o internamente com água destilada e depois aplique outra solução de cloreto de potássio 3 mol.

 

Sensor do condutivímetro

Em contrapartida aos eletrodos de pH e ORP, fazer a limpeza da célula de condutividade não é difícil. É um medidor usado apenas em amostras de água, então basta água e detergente neutro ou água deionizada para resolver o problema.

Às vezes, quando perceber que o sensor precisa de uma limpeza mais profunda, utilize uma solução com álcool isopropílico, éter etílico e ácido clorídrico 0,1 mol.

Assim que o processo de limpeza for finalizado, seque o excesso usando um papel toalha macio, sempre com delicadeza, e recalibre o condutivímetro.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

METTLER Toledo. Perguntas frequentes sobre pH/ORP. Mettler Toledo, c2021. Disponível em: https://www.mt.com/br/pt/home/library/know-how/process-analytics/faq-thor-orp-ph.html. Acesso em: 01 out. 2021.

ANALYSER – Instrumentação Analítica. Eletrodo de pH e ORP. São Paulo: Analyser, c2021. Disponível em: https://www.analyser.com.br/eletrodo-ph-orp. Acesso em: 01 out. 2021.

CITISYSTEMS. Condutivímetro: Precisão na Medição de Condutividade. Sorocaba, SP: Citisystems, c2021. Disponível em: https://www.citisystems.com.br/condutivimetro/. Acesso em: 01 out. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

Vidrarias de laboratório: saiba como fazer a limpeza corretamente

como fazer a limpeza de vidrarias de laboratório

As vidrarias são utensílios feitos para uso em laboratório, que ajudam a analisar e manipular substâncias químicas de forma segura e precisa. São feitas de uma mistura de vidro cristal (ou temperado) com vidro borossilicato. A união desses materiais forma uma estrutura firme e leve ao mesmo tempo.

Uma boa vidraria de laboratório não pode reagir a produtos químicos. Também deve ter maior ponto de fusão, além de resistência ao calor e a choques térmicos. Com tantas características, é natural que o preço desse tipo de material seja alto. Sendo assim, é preciso cuidar bem das vidrarias para garantir uma vida útil longa.

No laboratório se analisa todo tipo de substância. Se a mesma vidraria é usada para manipular amostras diferentes, o contato entre elas pode causar reações que mudam o resultado da medição. Desse modo, para garantir que isso não aconteça, devemos fazer a lavagem do material depois do uso. Neste artigo vamos falar sobre limpeza de vidrarias e quais são as etapas para uma higienização eficiente.

 

 

O que é preciso para fazer a limpeza de vidrarias de laboratório?

Antes de mais nada, lavar vidrarias é um processo que pede atenção e tempo. A forma de fazer a higienização muda dependendo de qual substância foi usada no utensílio.

Para preparar seu kit de limpeza e não precisar sair correndo em cima da hora atrás do que não tem, fizemos uma lista com os produtos mais usados:

Lembre-se que fazer a limpeza de materiais envolve manipular substâncias que não devem entrar em contato com a pele, portanto utilize os EPIs adequados para o ambiente de laboratório e garanta sua segurança.

 

LEIA TAMBÉM: Tudo o que você precisa saber sobre a importância do uso de EPIs em laboratório

 

Limpeza de vidrarias de laboratório: passo a passo

Toda substância possui características próprias, como pH, densidade e aderência, por exemplo. Algumas sujeiras são mais difíceis de tirar. Há duas classificações gerais para sujidades:

Desse modo, basta determinar o tipo de sujeira e o pH da substância. Assim é possível escolher os produtos e métodos certos para limpar a vidraria. Como resultado, seus utensílios estarão prontos para uso no futuro.

 

Processo de lavagem

O objetivo da lavagem é, sobretudo, diluir a substância usada nas vidrarias. Depois que o tipo de sujidade for identificado e qual é a substância adequada para fazer sua remoção, basta seguir as etapas para fazer uma limpeza adequada.

Às vezes algumas vidrarias novas, que ainda não foram utilizadas, podem estar com suas paredes internas levemente alcalinas. Para resolver o problema, coloque-as de molho por algumas horas em solução ácida. Em seguida, faça o enxágue.

O primeiro passo para lavar vidrarias usadas é aplicar o detergente com pH adequado e, usando uma escova de cepilho, esfregar o material por dentro. Ao lavar frascos arredondados na base, dobre a ponta da escova para alcançar as paredes internas.

Se a vidraria ainda está com resíduos de sujidade, mesmo depois de esfregar com a escova e enxaguar, deixe-a de molho em solução com detergente para tirar a sujeira. O banho de imersão deve estar em temperatura ambiente ou morno e durar de 1h a 16h, que é o tempo suficiente para diluir os resíduos.

Fique atento para nunca deixar bolhas de ar quando colocar as vidrarias dentro do banho. Se ao terminar o processo você identificar manchas brancas nas paredes internas do vidro, o material não está totalmente limpo e precisa ser lavado de novo.

 

Processo de enxague

O mais importante ao enxaguar vidrarias não é o tanto de água usada, mas o número de repetições. O indicado é realizar o processo de 3 a 4 vezes usando água corrente, e mais 3 a 4 vezes usando água destilada.

Cada vidraria tem um formato diferente. Para o enxágue ser bem feito é preciso fazer o manuseio adequado do material. Resíduos de detergente podem causar contaminação cruzada e erros ao analisar outras amostras.

Vidrarias finas, como pipetas e bastões de vidro, devem ser agitadas durante todo o processo de enxágue. Dessa forma, tanto a água corrente quanto a destilada penetram bem o interior e eliminam os resíduos de sujidade e detergente.

Já utensílios como balões e Erlenmeyer são mais largos na base, então gire o bocal quando enxaguar com água corrente e destilada. Assim é possível alcançar toda a parede interna da vidraria.

 

Processo de secagem

O mais indicado é deixar as vidrarias lavadas secando em temperatura ambiente. Jamais use um material molhado ou úmido para fazer análises, pois os resultados serão afetados.

Se precisa trabalhar com o material na hora, existe a opção de usar a estufa. Mas fique atento às exceções: a recomendação é evitar vidrarias volumétricas, pois o vidro dilata e pode alterar a escala de medição. Para outros tipos, a orientação é colocar os utensílios quando a estufa ainda estiver fria. Lembre-se de não deixar ultrapassar 40°C e espere a câmara esfriar antes de retirar o material.

 

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para o seu laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 1. ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

MANUAL da Química. Vidrarias de Laboratório. Goiânia, GO: Rede Omni, c2021. Acesso em: 30 set. 2021.

WEBINARS Analítica. Como melhorar a sua Lavagem de Vidrarias? São Paulo: Analítica, 2021. 1 video (1h29min). Acesso em: 29 set. 2021.

ANJOS, E. H. Limpeza de Vidrarias e Descarte de Resíduos. São Paulo: Eli Heber Anjos, 2020. 1 video (27 min). Acesso em: 28 set. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

Problemas na medição de pH? Confira 3 dicas úteis para não errar mais

phmetro em uso com eletrodo mergulhado na substância

Quem trabalha em laboratório de análises sabe: é preciso conhecer todos os detalhes das substâncias. Dessa forma, é possível assegurar a qualidade dos produtos comercializados, principalmente nos casos dos setores alimentício e farmacêutico. É aqui que a medição de pH ganha seu merecido destaque.

Definir se o pH da amostra é ácido, neutro ou alcalino é parte essencial desse processo. Sendo assim, não cometer erros durante a medição é crucial para evitar o retrabalho.

Cansou de falhas e imprecisões em suas análises? Saiba como realizar medições impecáveis com as técnicas que reunimos neste artigo, além de ganhar uma refrescada na memória sobre a importância do pH na constituição dos produtos. Vamos lá?

 

 

Aula de Química: afinal, o que é pH?

Antes de mais nada: você sabe o que é um átomo? Segundo o dicionário Oxford Languages, átomo é um “sistema energético estável, eletricamente neutro, que consiste em um núcleo denso carregado, envolvido por elétrons”.

Todo elemento químico é constituído por átomos, que ao se agruparem formam moléculas. Em suma, a fórmula molecular é o que ajuda a identificar qual é a composição de átomos de uma molécula em específico. Por exemplo, a fórmula da água: ela é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O).

Ou seja, quando “se quebra” a molécula da água libera quantidades iguais de íons H+ (hidrogênio) e OH- (hidroxila), o que faz dela uma substância neutra. Do mesmo modo, a dissociação não ocorre apenas com a água: as moléculas dos ácidos e das bases também podem “se quebrar”.

Desse modo, se uma substância, quando está em contato com o meio aquoso, libera mais íons H+ do que OH-, ela é classificada como ácida. Similarmente o contrário também ocorre: se são liberados mais íons OH-, a substância é considerada básica ou alcalina.

Em conclusão, a escala de pH é a medição do potencial de hidrogênio: vai de 0 a 14, com o 7 considerado neutro (a água é usada como referência). Quanto maior o potencial de hidrogênio, mais ácida é a substância (em tons que vão de amarelo ao vermelho). Quanto menor o potencial de hidrogênio, mais básica/alcalina é a substância (em tons que vão de verde ao roxo). Veja na imagem abaixo:

 

escala de ph indo de 0 a 14

 

Como fazer a medição do pH?

É possível saber qual é o pH exato de uma substância utilizando um pHmetro, equipamento que mede o potencial de hidrogênio. Foi inventado em 1934 pelo químico estadunidense Arnold Orville Beckman.

Acima de tudo, o que proporciona a mágica da medição é o eletrodo. Conectado a um circuito potenciômetro, ele produz milivolts quando submerso na amostra, ao passo que são convertidos em unidades de pH depois. Para ter resultados mais precisos é necessário calibrar o eletrodo antes de usar o pHmetro.

demonstrativo de eletrodo de vidro

 

Por fim, para analisar a amostra, a ponta do eletrodo deve ser imersa completamente na substância, ultrapassando a ponte salina e atingindo o corpo de vidro seco. É possível inserir todo o eletrodo na amostra, se preciso, sempre respeitando o nível máximo apontado no manual do produto.

 

3 dicas para não errar as medições de pH

Agora que esclarecemos a importância do pH e como o eletrodo é o responsável pela medição, seguem nossas dicas para a conservação e utilização do equipamento. Como resultado, você não terá mais problemas ao usar o pHmetro e garantirá medições precisas, sobretudo eliminando o retrabalho. Dê uma olhada abaixo:

 

1. Cuide bem do seu eletrodo

Conforme o esclarecido nos parágrafos anteriores, o eletrodo é a parte mais importante do processo de medição. É o componente que lê os resultados do pH.  Suas camadas hidratadas são sensíveis e precisam de muito cuidado durante o manuseio e armazenamento. Desde já, tome notas para manter a saúde do seu eletrodo:

 

2. Use o tipo certo de eletrodo para cada medição de pH

Por vezes, dependendo da substância que terá o pH medido, é preciso usar outro tipo de eletrodo. Há três tipos disponíveis no mercado, cada um com suas diferenças:

Portanto, não desperdice tempo e garanta a medição objetiva da sua análise escolhendo o eletrodo adequado.

 

3. Faça a calibração na frequência correta

É necessário calibrar o pHmetro antes de realizar qualquer medição, para garantir a leitura precisa do nível de pH da substância analisada. A calibração determina a inclinação e o deslocamento do eletrodo e registra as informações no indicador do equipamento.

O ideal é calibrar o pHmetro todos os dias. Se não for possível, há a opção de realizar o procedimento duas vezes por semana. Desse jeito você otimiza o tempo para realizar medições mais rápidas. Quanto maior a frequência de calibração, mais precisa é a medição do equipamento.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

TOP 10 Erros na Medição de pH. Hanna Instruments, 2019. Disponível em: https://hannainst.com.br/top-10-erros-na-medicao-de-ph/. Acesso em: 22 set. 2021.

CONCEITO de pH. Manual da Química, c2021. Disponível em: https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/conceito-ph.htm. Acesso em: 23 set. 2021.

COMO o pHmetro foi inventado?. Clube da Química, c2021. Disponível em: https://clubedaquimica.com/2021/03/28/como-o-phmetro-foi-inventado/. Acesso em: 23 set. 2021.

POR QUE a Química me interessa?. Introdução às Bases, ácidos e escala de pH. Youtube, 11 jan. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QeqiRHJpY0s. Acesso em: 23 set. 2021.

COLTEC Tube. #Química – Medindo pH com pHmetro. Youtube, 23 out. 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zosqquhAQx0A. Acesso em: 24 set. 2021.