Arquivos Equipamentos | Cap-Lab
x

Rastreamento de Cargas




Publicado em Deixe um comentário

Conheça o FoodLab Jr. e seus benefícios para a indústria

O Food Lab Jr.

 

O analisador Food Lab Jr. Portátil é um espectrofotômetro* para a análise rápida e quantitativa de lactose, cloreto e ureia em alimentos. Um *espectrofotômetro é um dispositivo que mede a absorção de luz por uma substância, o que pode ser usado para determinar a concentração de um composto em uma amostra. No contexto de análise de alimentos, esse tipo de equipamento pode ser útil para a determinação quantitativa de diversos componentes, como proteínas, vitaminas, minerais, gorduras, açúcares, entre outros.

 

Os Kits

 

O Food Lab Jr. possui uma variedade de kits reagentes que são específicos para a análise de diferentes componentes em alimentos. Os kits contêm reagentes químicos que atuam com a substância-alvo na amostra e geram uma mudança na absorção de luz, que é então medida pelo espectrofotômetro. Com base na intensidade da mudança na absorção de luz, o equipamento calcula a concentração do componente de interesse na amostra.

 

 

 

Características:

 

 

Portanto, esse equipamento desempenha um papel fundamental na otimização das análises laboratoriais nas indústrias. Ele auxilia no atendimento de regulamentações de segurança alimentar e no desenvolvimento de produtos alimentícios.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório!
Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referência:

https://www.cdrfoodlab.com.br

Publicado em Deixe um comentário

Analisador de Umidade: por que seu uso é essencial para o Controle de Qualidade?

analisador de umidade

Fazer o controle e monitoramento da qualidade dos produtos é uma obrigação das cadeias produtiva e industrial. Visto que os órgãos fiscalizadores estão sempre a postos para identificar possíveis inconformidades, o uso do analisador de umidade é necessário para alguns setores.

O analisador de umidade atende a vários segmentos do mercado justamente por entregar dados sobre a quantidade de água presente nos produtos. A água é um fator essencial para o crescimento microbiano, e por isso deve ser monitorada constantemente.

Mas afinal, como funciona um analisador de umidade? Quais são os setores que devem fazer uso deste equipamento? E como escolher um analisador de qualidade? Falamos sobre esses tópicos neste texto! Vamos começar?

 

 

Por que usar um Analisador de Umidade?

Vamos fingir, por exemplo, que você trabalha fazendo o controle de qualidade em uma indústria de alimentos. Sua função é garantir que os produtos fabricados ali cheguem em excelentes condições ao consumidor final.

Visto que a matéria-prima chegou até a indústria, ela passou por uma cadeia produtiva primeiro. Você sabe que o produto interage com o ambiente externo, podendo sofrer alterações por causa da temperatura e umidade do ar. E também que haverá nele uma atividade de água interna, que transforma aos poucos a sua estrutura.

Para realizar o controle de qualidade na indústria, sem dúvida você precisa saber os detalhes da composição do produto. Recolher dados de análises físico-químicas faz parte da sua rotina.

O Analisador de Umidade é responsável por uma das análises mais importantes: a do teor de umidade. Esse dado é essencial para definir a qualidade da matéria-prima e, portanto, do produto final que será feito com ela.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra tudo o que você precisa saber sobre Higiene na Indústria de Alimentos

 

Qual é a diferença entre o teor de umidade e a atividade de água?

Antes de nos aprofundarmos nos usos do Analisador de Umidade, primeiramente devemos falar sobre o teor de umidade e o índice de atividade de água. É comum que confundam esses dois parâmetros.

O teor de umidade é indispensável para o controle de qualidade de um produto, assim como a atividade de água. E, apesar de se relacionarem entre si, há uma diferença importante entre os dois.

Podemos dizer que o teor de umidade é a porcentagem da água total que há em um produto. A água total é a soma das três formas em que ela se apresenta: a água ligada, a água adsorvida e a água livre.

O índice de atividade de água (Aw) é o total da água livre de um produto. Uma vez que está disponível na estrutura do material, os microrganismos e enzimas a utilizam para suas reações metabólicas.

 

Qual é a relação entre a água e o crescimento de microrganismos?

Devemos pontuar que um alto índice de atividade de água não é indicativo de que o teor de umidade do produto é elevado. Vejamos o caso do pão, só para ilustrar: é um alimento com 40% de teor de umidade, o que é considerado baixo, enquanto sua atividade de água é alta (0,96).

Ou seja, enquanto o teor de umidade mede a quantidade de água no produto, o índice de atividade de água nos esclarece o quanto dessa água está disponível para os microrganismos e enzimas.

Com exceção dos microrganismos de baixa exigência, de forma geral podemos dizer que quanto maior é a atividade de água, maior e melhor é o crescimento microbiano.

 

Para que serve um Analisador de Umidade?

O teor de umidade, além de interferir na vida útil de um produto, também influencia em seu peso total. A umidade pode até não estar aparente, mas ela compõe a estrutura da matéria tanto quanto os sólidos.

É por isso que o analisador de umidade funciona como uma balança: ao depositar a amostra no prato, a primeira coisa que o aparelho fará é medir o seu peso total. Para chegarmos até o teor de umidade, no entanto, precisamos de um aumento de temperatura.

Sendo assim, o analisador de umidade opera no que chamamos de princípio termogravimétrico: a partir de um processo de aquecimento, a secagem da amostra faz com que seu peso diminua. A porcentagem do peso perdido indica seu teor de umidade.

Há dois tipos de analisadores de umidade: os que aquecem por infravermelho e por lâmpada de halogênio. A diferença entre os dois é o tempo de secagem da amostra: os que funcionam por lâmpada halógena entregam análises mais rápidas.

 

Quais são os segmentos que precisam de um Analisador de Umidade?

Já que o teor de umidade interfere no tempo de conservação de qualquer produto, várias indústrias e segmentos de produção podem usar o analisador de umidade. Separamos aqui algumas áreas onde o uso deste equipamento é importante e indispensável.

 

Indústria de Alimentos

Antes de chegar à indústria, a matéria-prima dos alimentos passa pelas etapas de produção e transporte. Durante esses processos, a umidade relativa do ar (UR) certamente influencia no teor de umidade do material.

Além disso, a umidade que o material absorve do ambiente é água livre, aumentando o índice de atividade de água disponível aos microrganismos. Este fator é um dos pontos que devem ser levados em conta para definir o shelf life do produto industrializado.

Shelf life é o termo em inglês para “vida de prateleira”. Em outras palavras, é o tempo que determina a duração do alimento, ou seu prazo de validade. Este prazo é determinado por diversas variáveis, inclusive o teor de umidade do produto.

Para seguir as normas de segurança e qualidade dos alimentos, a indústria faz uso do analisador de umidade. Desta maneira é possível saber se a matéria-prima adquirida está adequada para a industrialização dos alimentos, assim como controlar o percentual de umidade de produtos acabados.

 

SAIBA MAIS: Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

 

Agricultura e Pecuária

Dentro da cadeia do agro, o teor de umidade faz parte de um eterno ciclo. A análise da quantidade de água é uma tarefa necessária para entender o solo para o plantio, o peso da colheita, a alimentação do gado e, por fim, a qualidade do produto extraído.

 

Agricultura

O agricultor precisa conhecer a área do cultivo em detalhes, principalmente as características do solo. Aqui entra o primeiro uso do analisador: descobrindo o teor de umidade, é possível saber se o solo retém água ou não, o momento e a quantidade certa para irrigação, prevenir doenças na plantação e outras conclusões relevantes.

Além disso, outra tarefa do agricultor é realizar o processo de secagem da safra antes de comercializá-la. Já que o preço dos grãos é estipulado por seu peso e o teor de umidade influencia nisso, uma quantidade de água incomum pode ser considerado um indicativo de fraude.

Usando o analisador de umidade, o produtor verifica se o procedimento de secagem fez efeito e assegura a venda de uma safra boa, que está de acordo com os padrões de qualidade estipulados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

 

Pecuária

Assim como os alimentos ajudam na hidratação dos seres humanos, os concentrados que alimentam os animais da pecuária fazem a mesma coisa. Em resumo: quanto mais hidratados estão os animais, maior é a possibilidade de aumento da quantidade de água nos produtos extraídos deles.

Falando exclusivamente da pecuária leiteira, o nível de hidratação do gado pode refletir em um leite com mais água e menos constituintes sólidos. É por isso que um dos testes mais valorizados é a análise do teor de sólidos no leite, já que é assim que se descobre o Extrato Seco Total (EST) da amostra.

Portanto, com a ajuda de um analisador de umidade, é possível secar a quantidade de água que há no leite e descobrir o seu teor de sólidos. Quanto mais sólidos há no leite, mais nutrientes ele possui e maior é o rendimento da produção de laticínios como queijos, iogurtes e outros.

Por outro lado, uma quantidade incomum de água no leite pode ser um indicativo de fraude. Nesses casos, apenas a Crioscopia pode confirmar a suspeita.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

 

Indústria Farmacêutica

Medicamentos demandam muito cuidado em seu processo de produção. Qualquer interferência em sua composição química é certamente um fator de risco, o que deve ser evitado a todo custo. No entanto, é impossível fugir totalmente dos efeitos da umidade relativa do ar.

Quando um remédio é produzido, os farmacêuticos determinam qual é seu estado ideal – seja sólido, líquido ou em pó –, a fim de garantir o efeito esperado no organismo de quem for medicado. Um teor de umidade fora do comum permite o surgimento de fungos e bolores, pode oxidar comprimidos e empedrar medicamentos em pó.

Antes de comercializar o remédio, é importante a indústria verificar o teor de umidade de uma amostra. Medicamentos com quantidade de água fora do estipulado devem ser imediatamente descartados.

 

Indústria de Cosméticos

Cosméticos, assim como medicamentos, são baseados em formulações químicas e não escapam dos efeitos da umidade relativa do ar. E se tem água livre em excesso, há condições para os microrganismos fazerem a festa.

Cosméticos sólidos – como maquiagens em pó, talcos e sabonetes – são os mais afetados pelo alto teor de umidade. Os efeitos possíveis são empedramento, amolecimento e modificação do seu peso e volume, além do risco real de contaminação microbiológica.

Como é estipulado aos alimentos, os cosméticos também devem ter seu shelf life exposto na embalagem. Ao descobrir a quantidade de água, o analisador de umidade auxilia a indústria a definir o prazo de validade desses produtos.

 

Construção Civil

Imagine levantar um edifício sem usar materiais de qualidade? É tragédia na certa, ou muita dor de cabeça para o proprietário. O concreto, material que deixa qualquer construção em pé, é produzido com areia. E como não poderia deixar de ser, é aqui que a umidade relativa do ar ataca novamente.

São dois fatores que podem afetar a permeabilidade do concreto: o diâmetro dos grãos e o teor de umidade da areia utilizada. As usinas de concreto, que são responsáveis por produzir o material para as obras, precisam conhecer os detalhes da areia que vão utilizar.

Realizando testes com o analisador de umidade no concreto antes de comercializá-lo, essas usinas garantem um produto seguro e de qualidade para a construção civil levantar edifícios firmes, que não enfrentem problemas estruturais.

 

Qual Analisador de Umidade comprar?

 

Analisadores Bel i-Thermo

Recentemente a Bel tem investido em seus analisadores de umidade, lançando modelos completos e simples de operar. É o caso dos i-Thermo M5 163L e G163L, que contam com múltiplas opções de idiomas e suportam amostras de até 160g.

A principal diferença entre os dois é que o M5 163L possui tela grande de 5 polegadas em touchscreen, enquanto o display do G163L é de LCD com iluminação. Mas os dois equipamentos têm entrada USB para recolhimento de dados e armazenam o último ciclo de secagem utilizado.

Os analisadores i-Thermo também permitem a impressão dos dados da sessão por intervalo de tempo, que é totalmente definido pelo usuário.

 

Analisador Ohaus MB27

A Ohaus é conhecida por entregar excelentes analisadores de umidade, e está sempre buscando atualizar os equipamentos com as tecnologias mais atuais disponíveis para as análises. O modelo MB27 vem nessa linha, com aquecimento por lâmpada halógena e capacidade para amostras de até 90g.

Talvez o maior destaque do MB27 seja seu custo-benefício, que é um dos melhores do mercado. É um ótimo analisador para quem deseja fazer análises rápidas, confiáveis e de qualidade. Seu display é de LCD com iluminação e o equipamento possui até três modos de programação de secagem.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

VALENTINI, Sílvia Regina T. et al. Determinação do Teor de Umidade de milho utilizando aparelho de microondas. São Paulo: SciELO – Scientific Electronic Library Online, 1998. Acesso em: 17 mai. 2022.

DA CUNHA, Humberto V. F. A diferença entre Atividade de Água (Aw) e o Teor de Umidade nos alimentos. Campinas, SP: Food Safety Brazil, 2016. Acesso em: 13 mai. 2022.

MONTANHINI, Maike T. M. Umidade relativa do ar em indústrias de laticínios. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

ALONSO, Vanessa P. Propriedades da água e sua importância na estabilidade de alimentos in natura e processados. São Paulo: Food Tech Blog, 15 mar. 2013. Acesso em: 16 mai. 2022.

SANTOS, Maurício S. Você sabe fazer a correção do peso de grãos com base na umidade? Santa Maria, RS: Mais Soja, 16 fev. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

EALI. Shelf life: a importância para a qualidade e segurança dos alimentos. Porto Alegre, RS: Blog da Eali, 19 fev. 2020. Acesso em: 17 mai. 2022.

BANDERALI, Mauro. A importância do monitoramento da umidade do solo na agricultura. Rio de Janeiro: Jornal Dia de Campo, 2018. Acesso em: 13 abr. 2022.

RIBEIRO, Wandy. Indústria farmacêutica: conheça os prejuízos da alta umidade. Anápolis, GO: ICTQ – Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, c2016. Acesso em: 11 abr. 2022.

SUPORTE. Ensaios Geotécnicos: Determinação do Teor de Umidade. São Pedro, SP: Suporte, 29 jun. 2018. Acesso em: 16 mai. 2022.

ECO SONICS. Entenda a importância do controle de qualidade em setores industriais. Indaiatuba, SP: Blog da Eco Sonics, 5 mai. 2021. Acesso em: 12 abr. 2022.

THERMOMATIC. A importância de realizar o controle de umidade na indústria de cosméticos. São Paulo: Thermomatic, c2022. Acesso em: 13 abr. 2022.

Publicado em Deixe um comentário

Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

crioscópio para análises de leite

A Crioscopia do leite é um dos testes obrigatórios para a indústria de produtos lácteos. Apesar de ser considerado um alimento completo em questão de valores nutricionais, isso só é possível se a presença desses nutrientes estiver garantida em sua composição.

Por isso, é necessário que os profissionais do setor saibam o que é a Crioscopia, como ela se aplica na análise do leite e como fazer esse procedimento do jeito cert

Se interessou? Neste artigo vamos falar sobre a teoria da Crioscopia, bem como quais são os seus benefícios para a indústria de lácteos e tudo o que deve ser feito para garantir a qualidade do seu leite.

 

 

O que é a Crioscopia?

A Crioscopia é uma das propriedades coligativas das soluções e se refere a queda da temperatura de congelamento de uma substância.

Não sabe o que são as propriedades coligativas? Segundo a Química, essas propriedades atuam sobre o nível de concentração de um soluto quando é dissolvido em um solvente. Em outras palavras, qualquer substância que se dissolva quando entra em contato com outra é classificada como um soluto.

Veja, por exemplo, o caso do sal. Quando o colocamos na água, que é um solvente, ele se dissolve e cria uma solução: a água salgada. Dependendo da concentração de sal que há nessa água, maior é o seu efeito para as propriedades coligativas.

No caso da Crioscopia, precisaríamos de uma temperatura mais baixa para congelar totalmente essa água. Afinal, é a presença do sal que torna difícil o congelamento da substância.

Em resumo, qualquer solução com alta concentração de solutos terá um ponto de fusão menor. É possível observar isso em situações cotidianas, como o hábito de se jogar sal nas estradas para derreter a neve em países frios.

 

O que é a Crioscopia do leite?

Em termos químicos, o leite é considerado o melhor alimento que consumimos. Isso acontece porque ele conta com vários constituintes nutritivos: a lactose, as proteínas, as vitaminas e os sais minerais. O leite também tem aproximadamente 87% de água em sua composição.

constituintes do leite, seu teor e variação

Sendo assim, podemos afirmar que o leite é uma solução. São mais de 100 mil constituintes dissolvidos em água, formando o alimento que marca presença na rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A qualidade do leite é medida pela concentração desses constituintes nutritivos. Afinal, é graças a eles que o leite faz bem à saúde de quem o consome. A indústria de lácteos também depende deles para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados.

Para que essa qualidade seja garantida, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) define a Crioscopia do leite como uma análise obrigatória. Visto que é uma propriedade coligativa, a Crioscopia determina o nível de concentração dos nutrientes do leite a partir do seu ponto de congelamento.

Segundo a Instrução Normativa nº 76, o padrão desejado para congelamento do leite deve estar entre -0,512°C e -0,536°C. Se o leite congelar a uma temperatura acima do padrão, ou seja, mais próxima de 0°C, é um sinal de que há mais água do que o normal. Nestes casos, há um indicativo de fraude.

 

Quais são os benefícios da Crioscopia do leite?

 

Avaliar a qualidade e a composição do leite

Quanto mais proteínas e gorduras o leite tem, maior é o seu rendimento na fabricação de derivados. Como resultado, mais valioso ele é. Quando há mais água do que o normal em sua composição, sua qualidade cai.

O índice crioscópico dá uma boa noção da concentração de solutos presentes no leite, apesar de não entregar os valores específicos. Junto com outros testes, como o de estabilidade ao alizarol, acidez, densidade e análise da composição do leite, a Crioscopia é parte essencial do controle de qualidade do alimento.

 

Descobrir fraudes por adição de água

Uma das fraudes mais fáceis de se identificar no leite é a adição de água, já que é justamente a sua quantidade que define o ponto crioscópico. Quanto mais próximo de 0°C o leite congelar, maior a chance de estar fraudado com água.

No entanto, é preciso destacar que há outros fatores que podem alterar a crioscopia do leite: além da possibilidade de fraude, deve-se considerar também o clima, a alimentação e os fatores genéticos do rebanho.

Outro ponto importante é a habilidade que algumas pessoas possuem para fazer a “fraude da fraude”, inserindo sólidos reconstituintes no leite, já fraudado com água, com o intuito de disfarçar a fraude. Por isso tantos testes são obrigatórios para a garantia de um leite de qualidade.

 

Analisar a situação do gado lactante

Há inúmeros fatores que podem alterar a quantidade dos constituintes do leite. Entre eles, destacamos:

É interessante observar os resultados de qualquer análise feita no leite extraído, incluindo a Crioscopia, a fim de verificar quais práticas e situações interferem na qualidade do leite durante a sua produção.

A partir da análise crioscópica, podemos observar como o clima influencia na produção leiteira. No verão, por exemplo, pode haver maior índice de água no leite, já que os animais se hidratam mais. A pressão osmótica do sangue do animal aumenta a pressão osmótica do leite, gerando um maior volume de água e elevando o índice crioscópico.

 

Como fazer a Crioscopia do leite?

Em primeiro lugar, para fazer o processo de Crioscopia em amostras de leite é preciso ter um crioscópio eletrônico. Este aparelho conta com uma tecnologia capaz de analisar o ponto de congelamento de uma amostra, devolvendo resultados objetivos sobre a qualidade do alimento.

A Cap-Lab comercializa três tipos de crioscópio, cada um com suas particularidades e métodos de funcionamento. A ideia é atender desde o pequeno produtor até as grandes indústrias. Confira os modelos abaixo:

 

Crioscópio Eletrônico Especial One

Que tal ter um crioscópio leve, que pode ser levado para qualquer lugar? Este é o maior benefício do Especial One: com apenas 4 quilos, é o menor equipamento para Crioscopia disponível no mercado.

Mas não se engane com o tamanho! O Especial One incorpora as tecnologias eletrônicas mais atuais para o campo laboratorial. Seu menu é objetivo e fácil de operar, e seu display conta com um teclado de setas intuitivo.

Sua funcionalidade simples é uma mão na roda para o operador, que conta com a vantagem de ter o tempo de análise otimizado. Basta 2,5ml de amostra de leite, no máximo, para fazer a análise crioscópica em até 1 minuto e meio.

Ao comprar o Especial One, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Crioscópio Especial AutoTouch

Uma interface didática, colorida e em touchscreen: o AutoTouch chega para facilitar qualquer processo de Crioscopia. Seu menu é em Português e muito intuitivo: tudo o que o operador precisa está a distância de um toque.

A visualização das curvas das amostras e da calibração é clara e objetiva, o que ajuda a simplificar a análise. Possui memória para guardar os últimos 64 mil resultados e gera planilhas que podem ser extraídas via porta USB. Além disso, seu design é compacto e robusto, o que faz do aparelho um dos mais leves no mercado.

Ao comprar o Especial AutoTouch, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Cryotouch 20

Tecnologia italiana, o Cryotouch 20 é um crioscópio tipo “carrossel”. Ele tem a capacidade de analisar até 20 amostras em sequência, de maneira autônoma, identificando-as com registros individuais e alfanuméricos.

Possui memória para guardar até 4000 resultados e conta com o software próprio para manipulação de dados. Além disso, também possui conexão direta com computador pessoal e porta USB, para download dos dados via pendrive.

 

Quais são os materiais necessários para fazer a Crioscopia?

 

Quais são os cuidados básicos em um procedimento de Crioscopia do leite?

 

Realize a calibração do equipamento antes das análises

É como diz aquele ditado: nada no mundo é perfeito. Os equipamentos de medições também não são. Portanto, para garantir que as análises das suas amostras de leite acontecerão sem desvios, o crioscópio precisa estar  calibrado.

Para fazer a calibração do jeito certo, leia o manual de instruções do seu crioscópio. Cada equipamento tem um método de funcionamento e um número indicado de testes.

Como o informado no tópico anterior, são indicadas três soluções padrão para calibração. Cada uma atende um ponto chave para a medição do índice crioscópico. Antes de utiliza-las, faça a homogeneização por inversão, virando cuidadosamente o recipiente da solução de cabeça para baixo. Tome cuidado para não fazer bolhas.

Quando as soluções padrão estiverem acabando, o melhor é fazer o descarte. Quando estão no fim, elas tendem a ficar mais concentradas e podem desviar o processo de calibração.

 

Cuidado com o nível da solução anticongelante

Todo crioscópio tem um compartimento, geralmente na sua parte traseira, para a inserção de uma solução anticongelante. Como resultado, conseguimos fazer a análise crioscópica sem que ocorra o super congelamento da amostra.

O nível de solução anticongelante a ser utilizado no equipamento está devidamente descrito em seu manual de instruções. Siga à risca as orientações do manual, dessa forma você não terá problemas durante a análise de uma amostra.

 

Referências

NOGARA, Karise F. Crioscopia do leite: para que serve e o que ela indica? Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2022.

SOUZA, Letícia B. et al. Composição e características dos componentes do leite. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 27 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2021.

FOGAÇA, Jennifer. Crioscopia ou Criometria. Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

FOGAÇA, Jennifer. O que são as propriedades coligativas? Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

Publicado em Deixe um comentário

Entenda por que devemos nos preocupar com a presença de antibióticos no leite

A descoberta dos antimicrobianos é, sem dúvida, um dos maiores marcos da medicina moderna. A pecuária do leite, por exemplo, faz uso desses remédios para tratar o gado. E, embora vital, esse uso torna possível a presença de antibióticos no leite.

Mas afinal, por que isso seria um problema? Antes, uma infecção que hoje é vista como “simples” era considerada uma sentença de morte. Se algo faz tão bem, como pode fazer tão mal ao mesmo tempo?

Seja como for, esta é a linha de pensamento que trazemos neste artigo. Quais são as consequências do alto consumo de antibióticos? Como eles vão parar no leite? E, por fim, como identificá-los? Confira as respostas neste texto!

 

 

Por que pode haver presença de antibióticos no leite cru?

Assim como qualquer ser vivo, as vacas que fazem parte do gado de leite podem contrair doenças causadas por microrganismos.

Os animais podem se infectar nos pastos, não só através de insetos hospedeiros, bem como a partir do contato com os ordenhadores. A contaminação também pode ocorrer através dos instrumentos de extração do leite.

Muitas dessas doenças são tratadas com o uso de antibióticos. A ação deles elimina a bactéria e a infecção que ela causa, recuperando assim a saúde do animal e assegurando a sua participação na produção do leite.

Então, para fazer efeito, o medicamento é absorvido pelo sangue do animal em tratamento. Só que, mesmo quando a vaca está saudável, leva um tempo até que o antibiótico seja eliminado do organismo.

É aqui, por fim, que o problema começa: o produtor tem as projeções da quantidade de leite que consegue extrair por cabeça de gado. Os restos de antibióticos, no entanto, estão por todo o organismo das vacas tratadas. Eles são eliminados naturalmente, aos poucos. Inclusive no leite.

 

O que o consumo de leite com antibióticos pode causar às pessoas?

 

Desequilíbrio da microbiota intestinal

A microbiota intestinal é feita de microrganismos, que são responsáveis pela manutenção do tecido desse órgão. Só que os antibióticos não fazem distinção entre as bactérias boas e as ruins, então atacam até as que são naturais e regulam o nosso organismo.

Como resultado, o alto consumo de antibióticos afeta o bem estar da nossa flora. Os sintomas comuns de uma microbiota desequilibrada são:

 

Hipersensibilidade a medicamentos

Os antibióticos geram efeitos intensos para estimular a produção de anticorpos. Às vezes, o alto número de anticorpos faz nosso organismo reagir a outros medicamentos semelhantes.

Quem faz um tratamento com Penicilina, por exemplo, pode ter reações ao usar Cefalosporina. São remédios com estruturas similares, o que gera uma reação cruzada.

Desse modo, um consumidor de leite com restos de antibióticos pode ter problemas ao tratar uma doença com remédios de composição parecida, o que afeta a sua saúde e dificulta o processo de cura.

O choque anafilático é a mais grave das reações causadas. Seus sintomas podem começar em segundos, ou poucas horas depois de tomar o remédio. Isso inclui:

 

Teratogenia

Um dos problemas mais sérios causados pelo alto consumo de antibióticos, é a malformação de bebês dentro do útero da mãe. Às vezes, alguns dos medicamentos utilizados pela produção de leite possuem agentes teratogênicos em sua composição.

Entre os antibióticos mais encontrados no leite produzido no Brasil, os que são perigosos para a saúde do feto em formação são as Fluoroquinolonas, as Sulfonamidas e as Tetraciclinas.

 

Resistência microbiana

Eleita pela OMS como uma das 10 maiores ameaças a saúde pública mundial, a resistência microbiana é o resultado do uso sem controle de remédios para combater os microrganismos que causam doenças.

Só para ilustrar: o primeiro antibiótico, a Penicilina, foi descoberto em 1928. Como já era de se esperar, isso causou uma revolução nunca vista antes na Medicina. O mundo inteiro passou a usar antimicrobianos para tratar doenças, não apenas em humanos como também em animais. Como resultado, os microrganismos já estão mais fortes contra os seus efeitos.

Do mesmo modo, em 2015 na China, encontraram uma bactéria E. Coli resistente a Colistina em um porco que seria abatido para o consumo. Ela tinha em seu DNA um gene chamado MCR-1, que dá as bactérias uma alta resistência ao antibiótico.

Isso acendeu um alerta na comunidade médica e científica. Após estudos, foi constatado que as bactérias com o MCR-1 se desenvolveram em animais e foram transmitidas para os humanos. Ainda não é certeza, mas é grande a possibilidade dessa transferência ter ocorrido por causa do consumo de alimentos de origem animal que estavam contaminados.

 

O que a pecuária tem a ver com a resistência microbiana?

O fenômeno dos microrganismos resistentes não é uma novidade: os cientistas sempre esperaram que eles sofressem mutações por causa dos antibióticos. A bactéria Staphylococcus aureus, por exemplo, criou resistência à Penicilina depois da Segunda Guerra Mundial.

O problema é que há cada vez mais patogênicos resistentes, e menos antibióticos para usar. Em outras palavras, a ciência farmacêutica não consegue acompanhar a rapidez da evolução e difusão dos microrganismos.

O uso sem controle dos antibióticos na pecuária, bem como a do leite, está ligado ao aumento da resistência microbiana em todo o mundo. No entanto, apenas 25% dos países tem leis contra isso em vigor. O Brasil é um deles, mas ainda é preciso melhorar os métodos de análises de risco, assim como o recolhimento dos dados.

Em 2021, o MAPA criou o Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Pecuária. A ideia é avaliar os riscos, as tendências e os padrões para embasar políticas públicas e combater o problema.

 

Como evitar a presença de antibióticos no leite?

A responsabilidade sobre a presença de antibióticos no leite é de toda a cadeia produtiva, principalmente dos veterinários e dos donos da produção.

Ao veterinário cabe, em primeiro lugar, prescrever a dosagem certa para cada animal e doença. Também deve reforçar quais são os períodos de carência que devem ser obedecidos. Vale lembrar que o envio de leite de vacas em tratamento para a indústria é proibido pelo MAPA.

Da mesma forma, o proprietário do gado deve prezar pela qualidade da matéria-prima. Isso evita o descarte do leite, caso encontrem restos de antibióticos em algum dos testes realizados na indústria.

O cuidado com as vacas também traz impactos positivos na qualidade do leite. Portanto, quanto mais bem tratada está a fêmea, mais nutrientes o seu leite terá.

Além disso, fazer a capacitação dos ordenhadores também é uma boa medida. Basta orientá-los a dar os remédios da forma correta, sem exagerar na dose e obedecendo o prazo de carência.

Na logística do gado, por fim, é essencial separar as vacas saudáveis das que estão doentes e em tratamento. Além das doenças serem contagiosas, isso ajuda a evitar confusões sobre quais animais devem ser ordenhados.

Uma prática que ocorre durante a ordenha, e que infelizmente é comum, é descartar só o leite que foi retirado das mamas em tratamento. O antibiótico é absorvido pelo sangue do animal, então será eliminado através das mamas saudáveis também.

É importante frisar que 500 gramas de antibiótico podem contaminar até 100 mil litros de leite. Em resumo, apenas as boas práticas em toda a cadeia produtiva são capazes de contornar este problema.

 

Como identificar a presença de antibióticos no leite?

 

Plataforma Extenso

A tecnologia é, antes de tudo, a forma ideal de melhorar a cadeia produtiva e industrial. Esta é a proposta da Plataforma Extenso: ser o futuro da análise de antibióticos e toxinas no leite.

Feita pela Unisensor, empresa belga de segurança dos alimentos, a Plataforma Extenso apresenta a melhor solução para a detecção de restos de antibióticos.

Com resultados disponíveis em até 13 minutos e permitindo testes simultâneos, a Extenso detecta mais de 90 tipos de contaminantes. Todos são divididos em 17 canais, que podem ser adquiridos de acordo com os antibióticos e toxinas que se deseja identificar.

Feita para automatizar o processo de testagem do leite, a Extenso possui:

Além disso, o equipamento também facilita o armazenamento e a análise dos resultados, gerando relatórios e planilhas para enriquecer o seu banco de dados.

A Plataforma Extenso conta com o próprio banho térmico e funciona em apenas quatro etapas. É o produto mais completo do mercado global para garantir um leite sem resíduos. No Brasil, é vendido apenas pela Cap-Lab.

 

Eclipse 50

Classificado como um método lento, o Eclipse 50 é um teste que se baseia na inibição do crescimento de microrganismos. Foi criado pela empresa espanhola Zeulab. Cada caixa conta com 96 testes.

São microtubos com meio de cultivo específico, acompanhados de um indicador ácido-base. Basta aplicar 50 μl da amostra a ser analisada no microtubo, e em seguida incubar a 65°C. O resultado sai em até 3h.

O Eclipse 50 não apenas identifica uma ampla gama de antibióticos, como também baseia seus resultados no limite máximo de resíduos permitido no Codex Alimentarius (2012).

 

Testes Rápidos Unisensor

A Unisensor possui um ótimo catálogo de métodos de testagem. Seus testes são rápidos e entregam resultados entre 6 a 10 minutos, com ou sem a incubação em banho térmico. Além disso, também conseguem identificar antibióticos que são usados na produção de leite em todo o mundo.

Os testes da Unisensor são em formato de tiras. Elas absorvem a amostra do leite e detectam os resíduos rapidamente. A Cap-Lab vende 13 tipos, cada um atendendo a um grupo de contaminante, entre eles:

Caso queira ler os resultados de forma rápida e efetiva, você pode adquirir o ReadSensor. Ele interpreta as tiras de forma clara, bem como é compatível com todos os testes da Unisensor e tem impressora embutida.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

SILVA, Reginara T. et al. Perfil de sensibilidade a antimicrobianos de bactérias patogênicas humanas isoladas de leite cru. Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, MG, v. 74, n. 3, p. 185-194. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

CARVALHO, Rafael N. G. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em leite cru em fazendas de Aquidabã – Sergipe. Pubvet, Maringá, PR, v. 14, n. 5, a578, p. 1-7. 2020. Acesso em: 15 dez. 2021.

SIVIERO, Eloísa S. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em produtos lácteos. Centro Científico Conhecer, Jandaia, GO, v. 18, n. 37, p. 1-170. 2021. Acesso em: 15 dez. 2021.

GUIMARÃES, Ana B. M. et al. Pesquisa de resíduos de antibióticos em leite in natura, pasteurizado e UHT. UNINTA, Sobral, CE, v. 1, n. 1, p. 1-14. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

ZIMERMAN, Ricardo A. Uso indiscriminado de Antimicrobianos e Resistência Microbiana. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Mato Grosso do Sul, v. 1, n. 3, p. 1-11. 2010. Acesso em: 16 dez. 2021.

PIERRI, Vitória. Desequilíbrio na microbiota intestinal pode aumentar estados depressivos e de ansiedade. Ribeirão Preto, SP: Jornal da USP, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ALVIM, Mariana. Por que o uso de antibióticos na agropecuária preocupa médicos e cientistas. BBC News Brasil, São Paulo, 18 nov. 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

MINISTÉRIO da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mapa implementa Programa de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos. Brasília, DF: Governo Federal, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resistência antimicrobiana é ameaça global, diz OMS. Brasília, DF: Governo Federal, 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária. A resistência antimicrobiana em todos os seus aspectos é o grande desafio da atualidade. Brasília, DF: CFMV, 2020. Acesso em: 16 dez. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

A importância da Contagem de Células Somáticas (CCS) para a qualidade do leite

O leite e seus produtos derivados são muito consumidos pelos brasileiros, já que são alimentos ricos em proteínas e vitaminas. Mas você sabia que para garantir o valor nutritivo do leite é preciso fazer a contagem das células somáticas?

Se você é produtor ou trabalha na indústria de lácteos, por certo o processo de análise da quantidade das células somáticas presentes no leite já faz parte da sua rotina. Afinal, essa contagem é muito importante para o controle da qualidade do leite. Enfim, gostaria de saber mais? Leia o texto e entenda!

 

 

O que são células somáticas?

Primeiramente, vamos para a parte biológica: são consideradas células somáticas todas aquelas que são responsáveis pela formação de tecidos e órgãos em organismos multicelulares, como é o caso dos animais.

O leite de uma vaca totalmente saudável, por exemplo, costuma ter duas classes de células somáticas:

É normal que o leite bovino tenha células de defesa em sua composição, como macrófagos, linfócitos e neutrófilos. A questão não é a presença das células no leite, mas sim a quantidade delas.

 

LEIA TAMBÉM: Calibração: como garantir equipamentos precisos em laboratório

 

Qual é a relação entre a Contagem de Células Somáticas e a qualidade do leite?

O leite bovino possui mais de 100 mil constituintes e é um alimento altamente nutritivo para o ser humano. Seus componentes mais importantes são as proteínas, a gordura, as vitaminas e a lactose.

No ambiente de criação do gado não é difícil que as vacas tenham contato com microrganismos patógenos, já que estão presentes na natureza e nos tratadores. É o caso das bactérias causadoras da mastite.

A mastite é uma doença contagiosa que causa a inflamação da glândula mamária das vacas. Como reação à infecção, o organismo do animal recruta as células de defesa para se proteger dos patógenos. Como resultado, isso libera em média 90% de neutrófilos no leite das vacas infectadas, sendo que a taxa normal fica entre 0 a 10%.

Há mais fatores que podem aumentar as células somáticas presentes no leite: a idade da vaca, seu estágio de lactação, a estação do ano, o estresse térmico que o animal está enfrentando, entre outros.

 

O que um número alto de células somáticas causa ao leite?

Uma grande quantidade de células somáticas reduz a gordura e as proteínas do leite, enquanto o sódio e o cloro aumentam. Isso afeta não apenas a cadeia industrial de produção dos lácteos, já que há derivados que dependem desses componentes para serem feitos, como também o valor nutricional do alimento para consumo.

De acordo com vários estudiosos de qualidade, o leite de uma vaca saudável pode conter até 250.000 células por mililitro (mL), dependendo de características como raça, rebanho e o número de lactações.

Em contrapartida, a Instrução Normativa nº76/2018 emitida pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estabelece que a quantidade máxima de células somáticas presentes no leite cru refrigerado deve ser de 500.000 CS/mL.

Os principais problemas que a alta contagem de células somáticas no leite pode causar são:

 

Quais são os benefícios da Contagem de Células Somáticas?

O ideal é que a contagem de células somáticas seja realizada com frequência em fazendas produtoras de leite. Da mesma forma que isso ajuda a coletar informações sobre a situação do rebanho, também é possível tirar percepções importantes sobre o negócio.

A quantidade de células somáticas presentes no leite é um ótimo indicador da saúde dos animais. Há casos de mastite que são contagiosos e até mesmo difíceis de identificar, como a mastite subclínica. Ou seja, se o leite de uma vaca está com alta contagem e ela está doente, outras vacas podem estar também.

Além disso, a contagem de células somáticas é padrão mundial para medir a qualidade do leite. Isso é de extrema prioridade para produtores que queiram exportar a matéria-prima que produzem, já que há diversas legislações ao redor do mundo que variam o número de células somáticas permitidas na composição do leite.

Da mesma forma, os dados da quantidade de células conseguem dar uma ideia do valor nutricional do leite extraído. Quanto menor é a contagem de células somáticas, maior é o teor de lactose, proteínas e gorduras. Isso é relevante para a produção de lácteos como leite condensado, queijos, manteiga e outros.

 

Ekomilk Scan

É possível fazer a contagem das células somáticas da sua produção leiteira utilizando o Ekomilk Scan. A partir de uma pequena amostra do leite, o equipamento quantifica as células somáticas do leite rapidamente e tem capacidade de armazenamento para até 250 resultados.

A Cap-Lab orienta o uso do Ekomilk Scan em diversas áreas do setor produtivo e industrial de lácteos, como fazendas, indústrias de laticínios, postos de resfriamento e coleta do leite e laboratórios de controle de qualidade.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

PAULA, M. C. et al. Contagem de Células Somáticas em Amostras de Leite. Paraná, v. 33, n. 5, p. 1303-1308. 2004. Acesso em: 3 dez. 2021.

SOUZA, G. N. et al. Variação da contagem de células somáticas em vacas leiteiras de acordo com patógenos da mastite. Minas Gerais, v. 61, n. 5, p. 1015-1020. 2009. Acesso em: 3 dez. 2021.

SOUZA, L. B. et al. Composição e características dos componentes do leite. São Bernardo do Campo, SP: Milkpoint, 2021. Acesso em: 7 dez. 2021.

NUTRIÇÃO e Saúde Animal. O que é mastite bovina e como ela pode afetar a sua criação? Belo Horizonte, MG: Vaccinar, c2021. Acesso em: 7 dez. 2021.

SOMATICELL. Células Somáticas. Jundiaí, SP: Somaticell, c2021. Acesso em: 7 dez. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

Calibração: como garantir equipamentos precisos em laboratório

calibração de equipamentos usados em laboratório

Qualquer análise feita pelos técnicos em laboratório tem apenas um objetivo: atingir resultados precisos. Para não ter dúvidas sobre a qualidade das suas medições, é vital que seus equipamentos estejam calibrados. Você sabe o que é isso?

Seja mexendo com vidrarias ou medindo o pH de uma substância, o que o técnico quer é encontrar os valores exatos. Mesmo com os aparelhos certos à sua disposição, isso não é garantia de que os resultados medidos estão de acordo com a realidade. 

Quando o assunto é Calibração, a Cap-Lab tem algumas coisas a dizer. Neste artigo falaremos um pouco sobre esse processo, o que é Metrologia e quais são as grandezas trabalhadas nos produtos que vendemos.

 

 

O que é Calibração e por que fazer nos equipamentos de laboratório?

Antes de mais nada é preciso explicar o conceito de Metrologia. A origem da palavra é grega e une os termos metron (medida) e logos (ciência).

Em suma, Metrologia é a ciência das medidas e medições. Sua atuação é teórica e prática, e não só para os estudos matemáticos, físicos e químicos. As cadeias produtivas e industriais também dependem dessa ciência.

Sendo assim, é a Metrologia que indica os padrões par calibração. Não há nada perfeito no mundo, nem mesmo as vidrarias e equipamentos feitos para medições. Todos os materiais tem desvios e o trabalho da calibração é identifica-los. Dessa forma é possível fazer as análises sem risco de errar.

Para ser um bom calibrador, o técnico precisa atender a três requisitos: ter o olho afinado, muita paciência e conhecer os padrões de calibração determinados pelo Inmetro.

Fica a lição: antes de usar um equipamento, não dê chance ao azar e realize a calibração primeiro. Assim você tem a garantia da segurança e faz as medições sem medo de errar.

Logo depois que termina o processo, o técnico emite um Certificado de Calibração. Nele o cliente encontra todas as informações que precisa para usar o equipamento, sem se preocupar com desvios.

 

Quais são as grandezas de Calibração medidas pela Cap-Lab nos equipamentos de laboratório?

A Cap-Lab tem seu próprio setor de calibração de equipamentos de laboratório. Como resultado, não dependemos de trabalho terceirizado e ganhamos tempo para liberar os produtos comprados pelos clientes. Além disso, conseguimos montar o nosso próprio estoque.

Nossos técnicos trabalham com as grandezas certas para garantir a qualidade dos equipamentos e vidrarias que vendemos. Por fim, estamos disponíveis aos nossos clientes para tirar qualquer dúvida que venha a surgir sobre o desvio informado no certificado.

 

Volume

É uma grandeza usada para calibrar vidrarias volumétricas e graduadas, assim como buretas digitais. Não se esqueça de fazer o procedimento de lavagem e secagem de cada um dos materiais antes de começar, dessa forma a medição não sofre mudanças.

Para fazer a calibração de volume é preciso:

A parte prática desta etapa varia de acordo com o formato e o tipo da vidraria.

 

Temperatura

É uma grandeza que serve para calibrar termômetros líquidos de vidro, termômetros digitais e também termo-higrômetros.

O laboratório da Cap-Lab trabalha, em média, com 22°C de temperatura ambiente e 50% de umidade para fazer este processo. Precisamos também dos seguintes equipamentos:

Os técnicos tiram a média de três pontos de medida dos termômetros, que podem ser padronizados ou não, a partir de três leituras de cada. A comparação é feita com a medição feita pelo termômetro que já está calibrado.

 

Densidade

É a grandeza usada para calibração de alcoômetros, densímetros, areômetros e termolactodensímetros. Cada um dos equipamentos tem uma quantidade de pontos específicos para calibrar, sendo eles:

A média é retirada a partir de três leituras de cada ponto. O laboratório da Cap-Lab trabalha com aproximadamente 22°C de temperatura ambiente, com 50% de umidade para fazer este processo. É usado um banho termostático, uma solução de acordo com o padrão de densidade e outras soluções para fazer ajustes, quando é necessário.

 

Umidade

É a grandeza que serve para calibrar termo-higrômetros. Os instrumentos que precisamos para este processo são:

A leitura é única e feita em três pontos. Vale lembrar, como já falamos antes neste texto, que um termo-higrômetro precisa ter duas grandezas calibradas: umidade e temperatura.

 

pHmetro

A calibração do pHmetro não é bem uma grandeza, mas é diferente de todas as que falamos anteriormente. É feita em duas etapas: a checagem elétrica e o teste de sensibilidade do eletrodo.

Na checagem elétrica, o técnico usa uma maleta que emite sinais, simulando uma medição de pH normal. Dessa forma é possível zerar qualquer tipo de desvio no equipamento.

Na etapa do teste de sensibilidade do eletrodo, o técnico usa uma solução tampão com temperatura a 25°C. Há também outras soluções, com níveis de pH em 4 (ácido), 7 (neutro) e 10 (alcalino). Assim é possível verificar se o eletrodo está lendo toda a escala de pH.

 

Infravermelho

É uma grandeza que serve para calibrar termômetros e pirômetros com sensor de infravermelho. Para fazer este processo, o técnico precisa de:

A placa deve gerar ondas com emissividade de 0,95. Como resultado, os comprimentos de ondas são medidos pelos termômetros, e depois é feita a comparação entre os dois.

 

O que vai no Certificado de Calibração?

Assim que termina todos as etapas de calibração do equipamento, o técnico emite um certificado. Este documento é entregue ao cliente junto com o produto que foi comprado.

Nele há informações básicas para fins de identificação, como a data em que foi feita a calibração e o número do certificado. Além disso, também são incluídos os seguintes dados:

 

Referências

YESCERT. Metrologia: o que é e para que serve? São Paulo: YesCert, 2021. Acesso em: 29 nov. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

Vidrarias de laboratório: saiba como fazer a limpeza corretamente

como fazer a limpeza de vidrarias de laboratório

As vidrarias são utensílios feitos para uso em laboratório, que ajudam a analisar e manipular substâncias químicas de forma segura e precisa. São feitas de uma mistura de vidro cristal (ou temperado) com vidro borossilicato. A união desses materiais forma uma estrutura firme e leve ao mesmo tempo.

Uma boa vidraria de laboratório não pode reagir a produtos químicos. Também deve ter maior ponto de fusão, além de resistência ao calor e a choques térmicos. Com tantas características, é natural que o preço desse tipo de material seja alto. Sendo assim, é preciso cuidar bem das vidrarias para garantir uma vida útil longa.

No laboratório se analisa todo tipo de substância. Se a mesma vidraria é usada para manipular amostras diferentes, o contato entre elas pode causar reações que mudam o resultado da medição. Desse modo, para garantir que isso não aconteça, devemos fazer a lavagem do material depois do uso. Neste artigo vamos falar sobre limpeza de vidrarias e quais são as etapas para uma higienização eficiente.

 

 

O que é preciso para fazer a limpeza de vidrarias de laboratório?

Antes de mais nada, lavar vidrarias é um processo que pede atenção e tempo. A forma de fazer a higienização muda dependendo de qual substância foi usada no utensílio.

Para preparar seu kit de limpeza e não precisar sair correndo em cima da hora atrás do que não tem, fizemos uma lista com os produtos mais usados:

Lembre-se que fazer a limpeza de materiais envolve manipular substâncias que não devem entrar em contato com a pele, portanto utilize os EPIs adequados para o ambiente de laboratório e garanta sua segurança.

 

LEIA TAMBÉM: Tudo o que você precisa saber sobre a importância do uso de EPIs em laboratório

 

Limpeza de vidrarias de laboratório: passo a passo

Toda substância possui características próprias, como pH, densidade e aderência, por exemplo. Algumas sujeiras são mais difíceis de tirar. Há duas classificações gerais para sujidades:

Desse modo, basta determinar o tipo de sujeira e o pH da substância. Assim é possível escolher os produtos e métodos certos para limpar a vidraria. Como resultado, seus utensílios estarão prontos para uso no futuro.

 

Processo de lavagem

O objetivo da lavagem é, sobretudo, diluir a substância usada nas vidrarias. Depois que o tipo de sujidade for identificado e qual é a substância adequada para fazer sua remoção, basta seguir as etapas para fazer uma limpeza adequada.

Às vezes algumas vidrarias novas, que ainda não foram utilizadas, podem estar com suas paredes internas levemente alcalinas. Para resolver o problema, coloque-as de molho por algumas horas em solução ácida. Em seguida, faça o enxágue.

O primeiro passo para lavar vidrarias usadas é aplicar o detergente com pH adequado e, usando uma escova de cepilho, esfregar o material por dentro. Ao lavar frascos arredondados na base, dobre a ponta da escova para alcançar as paredes internas.

Se a vidraria ainda está com resíduos de sujidade, mesmo depois de esfregar com a escova e enxaguar, deixe-a de molho em solução com detergente para tirar a sujeira. O banho de imersão deve estar em temperatura ambiente ou morno e durar de 1h a 16h, que é o tempo suficiente para diluir os resíduos.

Fique atento para nunca deixar bolhas de ar quando colocar as vidrarias dentro do banho. Se ao terminar o processo você identificar manchas brancas nas paredes internas do vidro, o material não está totalmente limpo e precisa ser lavado de novo.

 

Processo de enxague

O mais importante ao enxaguar vidrarias não é o tanto de água usada, mas o número de repetições. O indicado é realizar o processo de 3 a 4 vezes usando água corrente, e mais 3 a 4 vezes usando água destilada.

Cada vidraria tem um formato diferente. Para o enxágue ser bem feito é preciso fazer o manuseio adequado do material. Resíduos de detergente podem causar contaminação cruzada e erros ao analisar outras amostras.

Vidrarias finas, como pipetas e bastões de vidro, devem ser agitadas durante todo o processo de enxágue. Dessa forma, tanto a água corrente quanto a destilada penetram bem o interior e eliminam os resíduos de sujidade e detergente.

Já utensílios como balões e Erlenmeyer são mais largos na base, então gire o bocal quando enxaguar com água corrente e destilada. Assim é possível alcançar toda a parede interna da vidraria.

 

Processo de secagem

O mais indicado é deixar as vidrarias lavadas secando em temperatura ambiente. Jamais use um material molhado ou úmido para fazer análises, pois os resultados serão afetados.

Se precisa trabalhar com o material na hora, existe a opção de usar a estufa. Mas fique atento às exceções: a recomendação é evitar vidrarias volumétricas, pois o vidro dilata e pode alterar a escala de medição. Para outros tipos, a orientação é colocar os utensílios quando a estufa ainda estiver fria. Lembre-se de não deixar ultrapassar 40°C e espere a câmara esfriar antes de retirar o material.

 

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para o seu laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 1. ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

MANUAL da Química. Vidrarias de Laboratório. Goiânia, GO: Rede Omni, c2021. Acesso em: 30 set. 2021.

WEBINARS Analítica. Como melhorar a sua Lavagem de Vidrarias? São Paulo: Analítica, 2021. 1 video (1h29min). Acesso em: 29 set. 2021.

ANJOS, E. H. Limpeza de Vidrarias e Descarte de Resíduos. São Paulo: Eli Heber Anjos, 2020. 1 video (27 min). Acesso em: 28 set. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

Tudo o que você precisa saber sobre o uso de EPIs dentro do ambiente de laboratório

técnica de laboratório fazendo uso de EPIs para trabalhar

Depois que passamos pela pandemia de COVID-19, sabemos mais sobre os EPIs e sua importância na proteção dos trabalhadores da saúde. Dentro do ambiente de laboratório, no entanto, o uso desses equipamentos sempre foi necessário.

Quer entender o que são os EPIs, o que diz a lei brasileira sobre seu uso e quais são os principais equipamentos para se ter em laboratório? Neste artigo falamos tudo o que você precisa saber sobre o assunto!

 

 

O que são EPIs?

Equipamento de Proteção Individual (EPI) é qualquer produto que proteja o trabalhador ao fazer tarefas que coloquem sua segurança e saúde em risco. O uso desses equipamentos é obrigatório desde que a lei 6.514 da CLT foi aprovada, em 1977.

Em ambientes de trabalho que apresentem perigo ao bem-estar dos funcionários, a distribuição dos EPIs deve ser gratuita e para todos. Assim é possível evitar acidentes, riscos de contaminação e o contato direto com substâncias químicas.

Ou seja, qualquer empregador correto deve respeitar as regras de Segurança do Trabalho. Trata-se de um conjunto de medidas de prevenção garantidas pelo Governo Federal. Assim os colaboradores ficam protegidos e se reduz os custos com acidentes de trabalho, incluindo gastos com processos judiciais.

 

O que a lei brasileira diz sobre o uso de EPIs em laboratório?

A Norma Regulamentadora Nº 6, que foi publicada em junho de 1978, define quais são as obrigações dos empregadores, funcionários e fornecedores no que diz respeito ao uso e venda dos EPIs.

De acordo com a norma, são autorizados para uso apenas equipamentos que tenham um Certificado de Aprovação. Esse documento é feito pelo Ministério do Trabalho e garante que o produto está de acordo com as regras de proteção. Para fins de identificação, todos os EPIs devem ter o número do lote de fabricação.

Acima de tudo, é dever do empregador garantir todos os EPIs necessários a seus funcionários. Os produtos devem estar em perfeito estado e prontos para uso, assim como a entrega deve ser registrada. O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) é quem faz a lista dos equipamentos que serão distribuídos.

Além disso, também cabe à empresa exigir o uso dos produtos durante o horário de trabalho. O ideal é realizar treinamentos para reforçar a importância dos EPIs e fazer a substituição de qualquer equipamento que seja perdido ou sofra danos. A limpeza e manutenção dos produtos deve ser feita de tempos em tempos, para seguir a norma de proteção aos usuários.

Da mesma forma, é papel do funcionário se preocupar em sempre usar os EPIs quando desempenhar funções que apresentem risco a sua saúde e segurança, bem como se responsabilizar pela guarda e conservação. Se acontecer de algum EPI se tornar impróprio para uso, o colaborador deve informar o problema ao empregador.

 

Quais são as penalidades quando não se usa EPIs?

Se a norma não for cumprida, contudo, a empresa corre o risco de ser fechada. Também pode sofrer processos cíveis e trabalhistas, além de estar sujeita a multa. O valor da multa varia de acordo com o tipo de ocorrência.

O colaborador que não seguir as regras de uso dos EPIs pode levar advertências, ser suspenso e até mesmo ser demitido por justa causa.

 

LEIA TAMBÉM: Balanças de precisão: como surgiram e qual delas usar em seu laboratório

 

Quais são os principais EPIs para uso em laboratório?

Agora que sabemos o motivo do uso dos EPIs no ambiente de trabalho, veja quais são os equipamentos certos para garantir a segurança dentro do laboratório.

 

Jaleco

Dentro do laboratório os técnicos costumam trabalhar em bancadas altas, que estão na altura do tronco. Tudo pode acontecer, inclusive respingos e derramamento de amostras. O uso do jaleco serve para impedir o contato de fluídos químicos com a pele, evitando assim que sejam absorvidos.

A orientação padrão é que os jalecos sejam de manga longa, para cobrir ao máximo os membros do técnico. É obrigatório que tenham elástico nos punhos, para proteger os braços por inteiro. O material deve ser resistente, não-inflamável e impermeável. Os jalecos feitos de algodão ou fibra sintética são os mais usados.

O jaleco deve estar sempre fechado durante o trabalho no laboratório. Os botões devem ser de pressão ou de velcro, assim basta um puxão para abrir após o uso, já que o ato de desabotoar pode causar contaminação através das mãos. A indicação é que o jaleco não tenha bolsos, tanto superiores quanto inferiores.

 

Óculos de proteção

A região dos olhos é uma das partes mais sensíveis do nosso corpo. Está sempre exposta ao ambiente, ainda mais no laboratório, onde se mexe com substâncias tóxicas e materiais que soltam partículas. Quando trabalhamos com produtos químicos, não usar óculos de proteção é um risco sério.

Existem vários tipos de óculos de proteção. O material e o formato variam conforme o trabalho que será desempenhado. No laboratório, o ideal é que o material dos óculos seja resistente a corrosões. O equipamento deve estar ajustado ao rosto do técnico, sem ficar apertado ou frouxo demais. A ideia é proteger a região dos olhos por completo.

 

Máscara

A pandemia de COVID-19 nos ensinou a importância das máscaras para a proteção de doenças respiratórias, que são transmitidas pelo ar. Do mesmo modo, há risco de inalação de vapores tóxicos e partículas de materiais dentro do ambiente de laboratório.

Há máscaras feitas de diversos materiais e em modelos diferentes, que podem ou não contar com filtros. Avalie o nível de proteção necessário para escolher a melhor para o uso. Quanto mais tóxicas forem as substâncias analisadas, maior deve ser a proteção que a máscara oferece. 

 

Luvas

Não tem como trabalhar em laboratório sem usar as mãos. Elas são o principal instrumento que os técnicos têm para mexer com equipamentos e analisar substâncias. Usar luvas é crucial para evitar que a pele entre em contato com soluções químicos.

Os tipos de luvas mais usados são:

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para o seu laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

NORMA Regulamentadora Nº 6 (NR-6). Governo Federal, 2021. Acesso em: 21 set. 2021.

OLIVEIRA, A. F. Tudo o que você precisa saber sobre segurança do trabalho. Beecorp, 2021. Acesso em: 21 set. 2021.

EPI para uso em laboratório químico: quais são os principais. Volk do Brasil, 2020. Acesso em: 21 set. 2021.

LEI do uso de EPIs: entenda as penalidades para quem não cumpre. Volk do Brasil, 2019. Acesso em: 21 set. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

Balanças: como elas surgiram e qual delas você deve usar em seu laboratório

balança de precisão em uso

Acima de tudo, as balanças de precisão sempre tiveram o acerto como objetivo. É um instrumento indispensável para medir massa e peso, e também acompanha a evolução do ser humano há milênios. Marcou presença em mitos religiosos, no avanço das trocas comerciais e no desenvolvimento da tecnologia que conhecemos hoje.

Muito usadas na rotina do laboratório, as balanças de precisão servem para medir as amostras com detalhes. Há várias marcas e modelos, com modos diferentes de uso.

Está buscando por uma balança de precisão, mas não sabe qual comprar? Aqui está tudo o que você precisa saber para escolher o tipo certo, e de brinde entender o impacto deste equipamento na história da humanidade.

 

 

Uma breve história das balanças

Os indícios mais antigos de registro e uso das balanças remontam ao Antigo Egito, em aproximadamente 3000 a.C. A importância simbólica do instrumento para os egípcios era grande, como vemos no famoso mito da pesagem do coração dos mortos. Também era necessária para calcular o preço dos produtos que eram vendidos a outros povos.

Eventualmente, as trocas do mercado ajudaram a popularizar o uso da balança em várias civilizações antigas, chamando a atenção dos médicos com o passar do tempo. Sendo assim, as antigas farmácias passaram a receitar os remédios com informações de massa.

Por muitos anos a engenharia das balanças não teve grandes mudanças, até a tecnologia química ganhar mais seguidores no século XVI. Segundo os estudiosos da época, o uso das balanças era fundamental para os processos químicos e industriais. Assim era possível saber a quantidade exata dos materiais.

Por fim, à medida em que as leis da Física foram descobertas e a Química Analítica foi desenvolvida, os engenheiros passaram a construir balanças cada vez mais sensíveis. Até o final do século XIX o equipamento estava presente em todos os domínios da química.

Dessa forma, junto com a popularização da microanálise, método para avaliar substâncias em pequenas ou minúsculas quantidades, foi produzida a primeira balança analítica. Inventada pelo alemão Florenz Sartorius em 1870, era de dois pratos e tinha uma cabine de isolamento.

O modelo de prato único só foi criado em 1946, depois do fim da Segunda Guerra Mundial. O custo da produção aumentou, mas a pesagem ficou mais exata.

Como resultado, a revolução tecnológica trouxe as balanças eletrônicas e digitais. Sensíveis e fiéis ao material pesado, elas atualmente dominam o mercado e são usadas em laboratórios, indústrias, farmácias, consultórios médicos e outros lugares.

 

O que considerar antes de escolher uma balança para o seu laboratório?

Já falamos que o objetivo de qualquer análise de substâncias é o acerto. A intenção das balanças de laboratório é descobrir a massa das amostras, mesmo que sejam bem pequenas.

Portanto, deve-se levar em conta características importantes antes de se adquirir uma balança de precisão. Existem diferenças entre um modelo e outro, e os parâmetros que merecem mais atenção entre as balanças são:

Contudo, se você prefere testar a balança manualmente antes de usar, vale a pena adquirir um conjunto de pesos padrão para calibração. Assim você garante a medição exata dos resultados.

 

Os tipos de balança para laboratório

 

Balanças analíticas

Protegida por uma capela de isolamento em vidro, a balança analítica é uma das mais sensíveis no mercado. Sua resolução é de 0,0001g e trabalha com até 320g de capacidade, variando o fabricante.

Tem alta capacidade de leitura e o ideal é que seja utilizada em lugares fechados e remotos. A temperatura deve ser ambiente, sem correntes de ar ou vibrações. Isso evita que o resultado  das amostras seja alterado.

Se você procura atingir um alto grau de precisão nas suas análises, esse é o tipo de balança mais indicado. O modelo M214AIH da marca Bel possui calibração automática e estrutura com dupla caixa.

 

Balanças semi analíticas

A princípio, é comum que as pessoas se confundam com os modelos de balança semi analíticas. Algumas contam com capela de isolamento, outras não. Apesar da classificação ser a mesma, suas diferenças mudam o jeito de usar.

 

Com capela

Sua capacidade é de até 520g, variando o fabricante, e tem resolução de 0,001g. As balanças semi analíticas com capela de isolamento promovem uma experiência parecida com a das analíticas, só que lendo menos decimais.

É uma balança menos sensível que a analítica, mas deve ser igualmente utilizada em ambientes remotos. Assim não há perigo dos resultados sofrerem alterações.

O modelo S203H da marca Bel conta com capela circular de vidro. Também possui display LCD e calibração  automática. Já o modelo SJX323BR da Ohaus conta com capela de plástico e modos de aplicação variados.

 

Sem capela

Sua capacidade é de até 6200g, variando o fabricante, e tem resolução de 0,01g. As balanças semi analíticas sem capela são a melhor opção para quem trabalha com análises mais pesadas e menos objetivas.

O ambiente não costuma afetar a leitura das amostras, mas é indicado o uso de uma mesa anti vibratória para garantir a qualidade dos resultados.

O tamanho dos pratos varia entre os modelos disponíveis no mercado. O prato do modelo SJX6201BR da Ohaus tem 170×140 de tamanho. A vida útil da bateria é de 80 horas e leva 1 segundo para estabilizar. Já o modelo S2202H da marca Bel tem prato redondo com 130 de diâmetro e alimentação bivolt.

 

E agora, você está pronto para adquirir sua própria balança de precisão? Dê uma olhada no catálogo de produtos da Cap-Lab e escolha a sua!

 

Referências

AFONSO, J. C.; SILVA, R. M. Título: A evolução da balança analítica. Química Nova, São Paulo, v. 27, n. 6, p 1021-1027. 2004. Disponível em: http://static.sites.sbq.org.br/quimicanova.sbq.org.br/pdf/Vol27No6_1021_29-AG03221.pdf. Acesso em: 15 set. 2021.

ALBUQUERQUE, M. Uma história de peso. Notícias Magazine, 2019. Disponível em: https://www.noticiasmagazine.pt/2019/uma-historia-de-peso/historias/237594/. Acesso em: 15 set. 2021

MICROANÁLISE. Portalsaofrancisco.com.br, c2021. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/microanalise. Acesso em: 15 set. 2021.

Publicado em Deixe um comentário

Problemas na medição de pH? Confira 3 dicas úteis para não errar mais

phmetro em uso com eletrodo mergulhado na substância

Quem trabalha em laboratório de análises sabe: é preciso conhecer todos os detalhes das substâncias. Dessa forma, é possível assegurar a qualidade dos produtos comercializados, principalmente nos casos dos setores alimentício e farmacêutico. É aqui que a medição de pH ganha seu merecido destaque.

Definir se o pH da amostra é ácido, neutro ou alcalino é parte essencial desse processo. Sendo assim, não cometer erros durante a medição é crucial para evitar o retrabalho.

Cansou de falhas e imprecisões em suas análises? Saiba como realizar medições impecáveis com as técnicas que reunimos neste artigo, além de ganhar uma refrescada na memória sobre a importância do pH na constituição dos produtos. Vamos lá?

 

 

Aula de Química: afinal, o que é pH?

Antes de mais nada: você sabe o que é um átomo? Segundo o dicionário Oxford Languages, átomo é um “sistema energético estável, eletricamente neutro, que consiste em um núcleo denso carregado, envolvido por elétrons”.

Todo elemento químico é constituído por átomos, que ao se agruparem formam moléculas. Em suma, a fórmula molecular é o que ajuda a identificar qual é a composição de átomos de uma molécula em específico. Por exemplo, a fórmula da água: ela é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O).

Ou seja, quando “se quebra” a molécula da água libera quantidades iguais de íons H+ (hidrogênio) e OH- (hidroxila), o que faz dela uma substância neutra. Do mesmo modo, a dissociação não ocorre apenas com a água: as moléculas dos ácidos e das bases também podem “se quebrar”.

Desse modo, se uma substância, quando está em contato com o meio aquoso, libera mais íons H+ do que OH-, ela é classificada como ácida. Similarmente o contrário também ocorre: se são liberados mais íons OH-, a substância é considerada básica ou alcalina.

Em conclusão, a escala de pH é a medição do potencial de hidrogênio: vai de 0 a 14, com o 7 considerado neutro (a água é usada como referência). Quanto maior o potencial de hidrogênio, mais ácida é a substância (em tons que vão de amarelo ao vermelho). Quanto menor o potencial de hidrogênio, mais básica/alcalina é a substância (em tons que vão de verde ao roxo). Veja na imagem abaixo:

 

escala de ph indo de 0 a 14

 

Como fazer a medição do pH?

É possível saber qual é o pH exato de uma substância utilizando um pHmetro, equipamento que mede o potencial de hidrogênio. Foi inventado em 1934 pelo químico estadunidense Arnold Orville Beckman.

Acima de tudo, o que proporciona a mágica da medição é o eletrodo. Conectado a um circuito potenciômetro, ele produz milivolts quando submerso na amostra, ao passo que são convertidos em unidades de pH depois. Para ter resultados mais precisos é necessário calibrar o eletrodo antes de usar o pHmetro.

demonstrativo de eletrodo de vidro

 

Por fim, para analisar a amostra, a ponta do eletrodo deve ser imersa completamente na substância, ultrapassando a ponte salina e atingindo o corpo de vidro seco. É possível inserir todo o eletrodo na amostra, se preciso, sempre respeitando o nível máximo apontado no manual do produto.

 

3 dicas para não errar as medições de pH

Agora que esclarecemos a importância do pH e como o eletrodo é o responsável pela medição, seguem nossas dicas para a conservação e utilização do equipamento. Como resultado, você não terá mais problemas ao usar o pHmetro e garantirá medições precisas, sobretudo eliminando o retrabalho. Dê uma olhada abaixo:

 

1. Cuide bem do seu eletrodo

Conforme o esclarecido nos parágrafos anteriores, o eletrodo é a parte mais importante do processo de medição. É o componente que lê os resultados do pH.  Suas camadas hidratadas são sensíveis e precisam de muito cuidado durante o manuseio e armazenamento. Desde já, tome notas para manter a saúde do seu eletrodo:

 

2. Use o tipo certo de eletrodo para cada medição de pH

Por vezes, dependendo da substância que terá o pH medido, é preciso usar outro tipo de eletrodo. Há três tipos disponíveis no mercado, cada um com suas diferenças:

Portanto, não desperdice tempo e garanta a medição objetiva da sua análise escolhendo o eletrodo adequado.

 

3. Faça a calibração na frequência correta

É necessário calibrar o pHmetro antes de realizar qualquer medição, para garantir a leitura precisa do nível de pH da substância analisada. A calibração determina a inclinação e o deslocamento do eletrodo e registra as informações no indicador do equipamento.

O ideal é calibrar o pHmetro todos os dias. Se não for possível, há a opção de realizar o procedimento duas vezes por semana. Desse jeito você otimiza o tempo para realizar medições mais rápidas. Quanto maior a frequência de calibração, mais precisa é a medição do equipamento.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

TOP 10 Erros na Medição de pH. Hanna Instruments, 2019. Disponível em: https://hannainst.com.br/top-10-erros-na-medicao-de-ph/. Acesso em: 22 set. 2021.

CONCEITO de pH. Manual da Química, c2021. Disponível em: https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/conceito-ph.htm. Acesso em: 23 set. 2021.

COMO o pHmetro foi inventado?. Clube da Química, c2021. Disponível em: https://clubedaquimica.com/2021/03/28/como-o-phmetro-foi-inventado/. Acesso em: 23 set. 2021.

POR QUE a Química me interessa?. Introdução às Bases, ácidos e escala de pH. Youtube, 11 jan. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QeqiRHJpY0s. Acesso em: 23 set. 2021.

COLTEC Tube. #Química – Medindo pH com pHmetro. Youtube, 23 out. 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zosqquhAQx0A. Acesso em: 24 set. 2021.