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Qual é a importância de analisar a qualidade do leite?

Em termos nutricionais, o leite é um dos alimentos mais completos que o ser humano consome.

Tanta riqueza em uma única substância abre várias possibilidades de uso, de tal forma que até hoje não descobrimos completamente o seu potencial. Apesar disso, sabemos que o leite faz bem à nossa saúde, além de nos permitir fabricar derivados lácteos de alta qualidade.

O leite cru é a matéria-prima de todos os derivados lácteos. Para garantir sua qualidade é preciso que três pilares, que se relacionam entre si, estejam bem estabelecidos.
São eles:

 

Composição do leite

Cada componente tem suas particularidades, e todas são relevantes para os derivados lácteos. Portanto, para produzir laticínios é necessário estudar esses componentes. Usando como base os parâmetros do leite cru refrigerado, que até então não sofreu nenhuma alteração em sua estrutura, temos os números abaixo:

 

 

Os números da composição média indicam uma faixa segura para trabalhar o leite, não apenas como matéria-prima, mas também como produto final para consumo. No que tange aos derivados lácteos, a importância de cada componente varia dependendo do laticínio que se quer fazer.

 

Água

O leite tem aproximadamente 87% de água em sua composição total, tanto na forma ligada quanto na forma livre. Enquanto a água ligada está combinada com os demais componentes, a água livre permite reações químicas e o crescimento de microrganismos.Quando evaporada ou separada dos demais componentes, permite a fabricação de produtos como leite em pó, doce de leite e leite condensado.

 

Lactose

Sólido mais presente, com 4,6% na composição média, a lactose é o principal carboidrato do leite. Formada por glicose e galactose, é ela que confere ao leite seu sabor adocicado particular.É essencial para o crescimento de recém-nascidos e crianças, além de dar energia e ajudar no desenvolvimento cerebral. Também tem uma atuação relevante no nosso intestino, melhorando a microbiota.
Apesar disso, não é todo mundo que tem tolerância à lactose, o que abre um mercado para derivados com pouco ou nada desse componente.A adição de microrganismos transformadores causa uma reação na lactose, o que acaba permitindo a fabricação de lácteos fermentados. Alguns exemplos são o iogurte e os queijos azuis, como o Gorgonzola e o Roquefort. A fermentação transforma as características sensoriais desses alimentos.
A lactose também tem um papel essencial na reação de Maillard: um escurecimento não enzimático causado por aquecimento, que permite a fabricação de lácteos como o leite condensado e o doce de leite.

 

Gordura

Sabe o prazer que sentimos quando comemos um pedaço de queijo, ou quando sobe aquele cheiro delicioso de manteiga derretida? O que torna os produtos lácteos tão agradáveis aos nossos sentidos é justamente a presença da gordura.
Com teor médio de 4% no leite, a gordura é um dos componentes que mais se destaca. Além de ser indispensável para a fabricação de derivados como a manteiga e o creme de leite, ela também é necessária para a produção de diversos alimentos. A gordura láctea deixa qualquer alimento com mais sabor, aroma e cremosidade.

 

Proteínas

Correspondendo à aproximadamente 3,3% da composição média do leite, as proteínas lácteas são divididas basicamente em caseínas e proteínas do soro. Possuem alto valor nutricional e são de fácil digestão.
Na produção de queijos, é importante usar um leite com alto teor de caseína, já que é ela que gera a massa do queijo. Em média, são necessários 10 litros de leite para fabricar aproximadamente 1 quilo de queijo. Se o teor de proteína for mais elevado, é necessário um volume menor de leite para fazer a mesma quantidade de queijo. Ou seja, quanto mais proteína o leite tem, mais valorizado no mercado ele é.
As proteínas do soro possuem alta quantidade de aminoácidos e favorecem o ganho de força muscular, redução da gordura corporal e aumento do teor de cálcio. Por isso, é muito usada como suplemento alimentar por quem pratica atividades físicas – o famoso whey protein, que significa proteína do soro, em inglês.

 

Vitaminas e Sais Minerais

Os anos passam, e por mais criteriosos que os clientes fiquem com os alimentos que ingerem, o leite nunca sai da rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Isso acontece porque o leite é uma fonte rica em sais minerais, como cálcio e fósforo.
O organismo humano, principalmente em fase de crescimento, se beneficia do cálcio presente no leite para a sua formação óssea. Além disso, o leite ainda contém alguns tipos de vitaminas em sua composição (A, B, C, D, E e K).

 

Qualidade higiênica do leite

Como já abordamos em outro artigo, os microrganismos estão em todo lugar na natureza. Nós fazemos parte da natureza e o gado de leite também, portanto o contato é garantido. Seja na água, no solo, no ar ou nos seres vivos os microrganismos, incluindo os patógenos, podem estar presentes.
Sendo assim, é comum uma infecção por microrganismos acometer o rebanho, e dessa forma observa-se uma maior produção de células somáticas pelo organismo dos animais. Se a contagem de células somáticas do leite extraído está acima dos padrões estabelecidos, isso significa que houve uma redução significativa em seu teor de proteínas e gorduras, com a perda do valor nutricional e rendimento para fabricação de derivados.
Para tratamento das infecções são utilizados antibióticos de diversas famílias. A presença de antibióticos pode atrapalhar o processo de fermentação do leite na fabricação de derivados, além de acarretar diversos problemas para a saúde dos consumidores. Para identificá-los, existem testes rápidos e plataformas especializadas em diversos grupos e famílias.
No caso dos microrganismos, devem ser analisados não apenas os que causam doenças, como também os deteriorantes. Para isso, deve-se fazer análises microbiológicas usando meios de cultura ou placas prontas específicas para esses microrganismos.

 

Qualidade sensorial do leite

Quando a composição média está harmoniosa e a qualidade higiênica está garantida, o leite tende a ser agradável aos nossos sentidos: o gosto é bom, a textura é suave, o odor é delicado e sua cor é branca e opaca. Para que isso se mantenha para além dos pontos anteriores, é preciso ter atenção com o resfriamento e a estocagem do leite cru. Não é incomum que um leite de qualidade acabe estragado por ser agitado demais, ou não ser armazenado na temperatura correta.
Portanto, é importante analisar a quantidade do leite para ter conhecimento sobre a sua composição e segurança alimentar, além disso também é um indicativo de possíveis de nutrição e manejo dos animais.

 

Referências:

Análises Físico-Químicas. Cartilha com metodologias de análises físico-químicas para leite e derivados. 2º Edição Ampliada e Revisada.

Instrução Normativa Nº 76, de 26 de novembro de 2018.

https://www.milkpoint.com.br/

 

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Mastite em vacas: o que é, como evitar e como tratar

A Mastite é caracterizada pela inflamação das glândulas mamárias, e é uma doença que afeta as vacas leiteiras impactando negativamente em sua capacidade produtiva. É multifatorial e seu desenvolvimento está relacionado à ação de patógenos e de agentes químicos ou traumas físicos irritantes (condições sanitárias e ambientes inadequados). Animais com mastite produzem leite com modificações físico-químicas e alterações que reduzem a qualidade e trazem prejuízos para os produtores e laticínios.

Por isso, é importante que as fazendas tenham medidas de controle e monitoramento da mastite que incluam a identificação das causas e quantificação do problema.

Tipos e causas de mastite bovina

A mastite bovina pode ser classificada em clínica e subclínica. Ambas precisam de cuidados.

O tipo clínico é mais fácil de ser identificado, uma vez que o úbere da vaca começa a apresentar sintomas inflamatórios, como vermelhidão, inchaço, aumento da temperatura e dor no local. Além dos sintomas, o leite ordenhando destes animais apresenta sinais de alteração como presença grumos, sangue e pus.

Já a mastite subclínica ocorre de maneira silenciosa e é de difícil identificação, uma vez que as alterações afetam a composição do leite, enquanto os animais não apresentam sintomas clínicos. Este tipo de mastite bovina pode se alastrar por todo o rebanho, muitas vezes tornando-se crônica.

A mastite também pode ser classificada em: contagiosa (causada por microrganismos infecciosos de animais doentes) e ambiental (infecção por microrganismos presentes no solo, esterco e/ou água).

Como evitar e como tratar

Para evitar que a mastite se espalhe no rebanho, é essencial que o diagnóstico seja feito de maneira correta e ágil. Por isso, fazer inspeções regulares nos animais e no leite, bem como aplicar testes capazes de identificar a doença de maneira segura, são medidas necessárias e eficientes.

É importante além da palpação do animal, recolher amostras do leite para a realização dos seguintes exames:

Para o acompanhamento regular da contagem de células somáticas nas fazendas, existem equipamentos projetados para fornecer o resultado de forma rápida e precisa, como por exemplo, o analisador de leite Ekomilk Scan.

O Ekomilk Scan (figura abaixo) é um equipamento que determina o número de células somáticas através da medição do tempo de escoamento de uma amostra de leite adicionada de um agente tensoativo. O agente tensoativo é misturado ao leite para dissolver as membranas das células, formando o gel que aumenta a viscosidade. O tempo de escoamente varia de acordo com a viscosidade dessa mistura e a viscosidade aumenta com a presença dessas células somáticas.  

 

 

Como já mencionado, a melhor forma de manter o rebanho livre da mastite é a prevenção. Assim, é preciso alguns cuidados:

Como já visto acima, a mastite bovina é uma doença que envolve uma série de fatores e requer cuidados constantes para que não comprometa a produção de leite. Conhecer os tipos existentes ajuda a reconhecer os casos e iniciar o tratamento de forma a não afetar o bem-estar animal.

Referências:

https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/qual-a-duracao-da-mastite-e-os-modos-de-transmissao-233822/

https://nutricaoesaudeanimal.com.br/o-que-e-mastite-bovina/

https://dicas.boisaude.com.br/mastite-bovina/?gclid=CjwKCAjwscGjBhAXEiwAswQqNBHGZigD5R-b92TcAFzqJZc9fz_MFHRN7mLMzr5_M84Gn1hb-Ie8ExoC8SIQAvD_BwE

 

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Quais são as análises físico-químicas para o recebimento do leite na indústria?

O leite é um alimento composto por muitos nutrientes disponíveis, sendo considerado propício para o desenvolvimento dos microrganismos.
Nisso, não apenas há o risco da contaminação por patógenos, como também o crescimento de microrganismos deteriorantes, que diminuem a qualidade nutricional ou fermentam o leite. Consequentemente poderá haver o risco de contaminação por microrganismos patógenos que podem causar males a saúde do consumidor, e por deterioradores que podem diminuir a qualidade nutricional do leite, e iniciar um processo de fermentação indesejado.

Com o intuito de prevenir tais ações microbiológicas, a IN 76/2018, defini algumas regras de armazenamento e transporte para o leite in natura.

 

 

Temperatura

Para fazer a medição da temperatura, é recomendado que seja coletada uma amostra de um leite devidamente homogeneizado, com o auxílio de uma caneca de inox com cabo longo. Inserir o termômetro tipo espeto na amostra coletada, aguardar até que a temperatura seja estabilizada e proceder a leitura diretamente no visor do mesmo.

Por exemplo: O termômetro MV-363A (figura abaixo) é um instrumento digital portátil, tipo vareta, a prova de água, LCD de 3 1/2 dígitos, resolução de 0,1°C ou 0,1°F, precisão básica de 3°C, registro de máximo e mínimo. Possui sensor de aço inoxidável, sendo normalmente utilizado para medição da temperatura de alimentos.

 

 

 

Alizarol

A estabilidade térmica é um fator de avaliação indispensável para garantir a qualidade do leite, desde a coleta até o recebimento na indústria. Sendo utilizado para avaliar se o leite está apto para passar por tratamento térmico.

Quando o leite é recepcionado pela indústria, o primeiro procedimento ao qual ele será exposto é o de pasteurização. Para isso, ele percorre tubulações muito quentes, que podem coagular o leite caso suas proteínas não apresentem estabilidade suficiente para ser processado.

O Alizarol é uma solução a base de álcool etílico, com concentração mínima de 72°GL, contendo indicador de pH alizarina causando a desestabilização das micelas de caseína quando entra em contato com o leite. Caso o leite apresente desequilíbrio salino ou instabilidade térmica, ele irá coagular quando entrar em contato com o alizarol. Pode-se avaliar a faixa de pH através da coloração da amostra analisada, conforme indicado na escala colorimétrica a baixo.

 

 

 

Coloraçãoes:

Em indústrias, é comum que o procedimento da prova de Alizarol seja manual, utilizando pipetas e tubos de ensaio. Para os motoristas dos caminhões de coleta, que realizam a análise durante a captação do leite, é recomendado o uso Salut ou Neurex.

 

Acidez

Apesar do teste de Alizarol indicar o nível de acidez do leite, apenas a análise de acidez titulável entrega números objetivos. O desenvolvimento da acidez do leite deve-se, principalmente à degradação da lactose (carboidrato presente no leite) em ácido lático, pela ação de microrganismos.

A análise consiste em adicionar uma solução indicadora na amostra de leite e realizar a titulação. A leitura na bureta do acidímetro é direta em °D, pois cada 0,1 mL de solução Dornic corresponde a 10°D, e cada 10° Dornic correspondem a 0,01% de ácido lático. Os pontos críticos desta análise são a leitura do menisco na escala do acidímetro e ponto de viragem da amostra.

 

Crioscopia

O objetivo desta análise é detectar a fraude por adição de água. A adição de água ao leite altera o PC (ponto crioscópico), fazendo com que este se aproxime de zero (ponto de congelamento da água), porque se diluem as concentrações dos componentes que estão em solução verdadeira na água do leite.
A faixa de crioscopia ideal seria de – 0,555°H a – 0,530°H, como informado na imagem a baixo:

Valores acima ou abaixo da faixa ideal podem ser considerados como fraude por aguagem ou fraude por adição de reconstituintes de densidade.

 

pH

O pH ideal do leite apresenta faixa de 6,6 a 6,8. É importante frisar que um pH na faixa alcalina pode indicar fraude por adição de neutralizantes de acidez sendo que um pH alcalino, indica fraude por neutralizantes. Veja abaixo as faixas de pH de alguns com alguns produtos conhecidos:

 

 

Densidade

A densidade do leite tem faixa ideal entre 1028 a 1034 g/L a 15°C, sendo considerada possível fraude por adição de água quando o resultado se apresenta abaixo do limite mínimo. Eventualmente também poderá indicar problemas na saúde do animal. É importante frisar que a densidade depende também do teor de gordura e de sólidos não-gordurosos disponíveis no leite, pois a gordura tem densidade menor que a da água.

 

Gordura

A metodologia analítica baseia-se na separação e quantificação da gordura por meio do tratamento da amostra com ácido sulfúrico e álcool isoamílico. O ácido dissolve as proteínas que se encontram ligadas à gordura, diminuindo a viscosidade do meio, aumentando a densidade da fase aquosa e fundindo a gordura, devido a liberação de calor proveniente da reação, o que favorece a separação da gordura pelo extrator (álcool isoamílico).

 

Proteína

proteína do leite é composta por 80% caseína e 20% proteína do soro do leite. A caseína é uma proteína “lenta” por causa de sua taxa mais lenta de digestão que resulta em uma distribuição mais prolongada de aminoácidos à circulação. Já a proteína do soro do leite é uma proteína “rápida” porque é rapidamente digerida, levando a um aumento rápido dos níveis sanguíneos de aminoácidos, e estimula a síntese proteica e a oxidação. Ela interfere diretamente no rendimento dos derivados fabricados a partir do leite.
Esta metodologia analítica baseia-se na transformação do nitrogênio da amostra em sulfato de amônio através da digestão com ácido sulfúrico p.a. e posterior destilação com liberação da amônia, que é fixada em solução ácida e titulada.

 

Lactose

A análise de lactose tem como função determinar o teor de lactose presente no leite, para que posteriormente estas informações possam ser utilizadas na tecnologia de fabricação de produtos 0% lactose ou informações de rotulagem.

 

Extrato seco

Chamamos de extrato seco total quando a gordura é somada ao estrato seco do leite que é representado pela % de sólidos disponíveis, e extrato seco desengordurado quando não se tem a gordura na soma desta %.
Os resultados do EST e do ESD se dão através fórmulas ou análises em equipamentos, e, são utilizados para auxílio na determinação do rendimento de derivados.

 

A realização de análises de composição do leite é fundamental para auxiliar na produção de leite e derivados, garantindo um produto de qualidade.

 

 Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências:

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 2ª ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

Análises Físico-Químicas. Cartilha com metodologias de análises físico-químicas para leite e derivados. 2º Edição Ampliada e Revisada.

GUERRA, M. G. et alDisponibilidade e qualidade da água na produção de leite. Acta Veterinaria Brasilica, v. 5, n. 3. 2011.

Instrução Normativa Nº 76, de 26 de Novembro de 2018.

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Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

crioscópio para análises de leite

A Crioscopia do leite é um dos testes obrigatórios para a indústria de produtos lácteos. Apesar de ser considerado um alimento completo em questão de valores nutricionais, isso só é possível se a presença desses nutrientes estiver garantida em sua composição.

Por isso, é necessário que os profissionais do setor saibam o que é a Crioscopia, como ela se aplica na análise do leite e como fazer esse procedimento do jeito cert

Se interessou? Neste artigo vamos falar sobre a teoria da Crioscopia, bem como quais são os seus benefícios para a indústria de lácteos e tudo o que deve ser feito para garantir a qualidade do seu leite.

 

 

O que é a Crioscopia?

A Crioscopia é uma das propriedades coligativas das soluções e se refere a queda da temperatura de congelamento de uma substância.

Não sabe o que são as propriedades coligativas? Segundo a Química, essas propriedades atuam sobre o nível de concentração de um soluto quando é dissolvido em um solvente. Em outras palavras, qualquer substância que se dissolva quando entra em contato com outra é classificada como um soluto.

Veja, por exemplo, o caso do sal. Quando o colocamos na água, que é um solvente, ele se dissolve e cria uma solução: a água salgada. Dependendo da concentração de sal que há nessa água, maior é o seu efeito para as propriedades coligativas.

No caso da Crioscopia, precisaríamos de uma temperatura mais baixa para congelar totalmente essa água. Afinal, é a presença do sal que torna difícil o congelamento da substância.

Em resumo, qualquer solução com alta concentração de solutos terá um ponto de fusão menor. É possível observar isso em situações cotidianas, como o hábito de se jogar sal nas estradas para derreter a neve em países frios.

 

O que é a Crioscopia do leite?

Em termos químicos, o leite é considerado o melhor alimento que consumimos. Isso acontece porque ele conta com vários constituintes nutritivos: a lactose, as proteínas, as vitaminas e os sais minerais. O leite também tem aproximadamente 87% de água em sua composição.

constituintes do leite, seu teor e variação

Sendo assim, podemos afirmar que o leite é uma solução. São mais de 100 mil constituintes dissolvidos em água, formando o alimento que marca presença na rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A qualidade do leite é medida pela concentração desses constituintes nutritivos. Afinal, é graças a eles que o leite faz bem à saúde de quem o consome. A indústria de lácteos também depende deles para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados.

Para que essa qualidade seja garantida, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) define a Crioscopia do leite como uma análise obrigatória. Visto que é uma propriedade coligativa, a Crioscopia determina o nível de concentração dos nutrientes do leite a partir do seu ponto de congelamento.

Segundo a Instrução Normativa nº 76, o padrão desejado para congelamento do leite deve estar entre -0,512°C e -0,536°C. Se o leite congelar a uma temperatura acima do padrão, ou seja, mais próxima de 0°C, é um sinal de que há mais água do que o normal. Nestes casos, há um indicativo de fraude.

 

Quais são os benefícios da Crioscopia do leite?

 

Avaliar a qualidade e a composição do leite

Quanto mais proteínas e gorduras o leite tem, maior é o seu rendimento na fabricação de derivados. Como resultado, mais valioso ele é. Quando há mais água do que o normal em sua composição, sua qualidade cai.

O índice crioscópico dá uma boa noção da concentração de solutos presentes no leite, apesar de não entregar os valores específicos. Junto com outros testes, como o de estabilidade ao alizarol, acidez, densidade e análise da composição do leite, a Crioscopia é parte essencial do controle de qualidade do alimento.

 

Descobrir fraudes por adição de água

Uma das fraudes mais fáceis de se identificar no leite é a adição de água, já que é justamente a sua quantidade que define o ponto crioscópico. Quanto mais próximo de 0°C o leite congelar, maior a chance de estar fraudado com água.

No entanto, é preciso destacar que há outros fatores que podem alterar a crioscopia do leite: além da possibilidade de fraude, deve-se considerar também o clima, a alimentação e os fatores genéticos do rebanho.

Outro ponto importante é a habilidade que algumas pessoas possuem para fazer a “fraude da fraude”, inserindo sólidos reconstituintes no leite, já fraudado com água, com o intuito de disfarçar a fraude. Por isso tantos testes são obrigatórios para a garantia de um leite de qualidade.

 

Analisar a situação do gado lactante

Há inúmeros fatores que podem alterar a quantidade dos constituintes do leite. Entre eles, destacamos:

É interessante observar os resultados de qualquer análise feita no leite extraído, incluindo a Crioscopia, a fim de verificar quais práticas e situações interferem na qualidade do leite durante a sua produção.

A partir da análise crioscópica, podemos observar como o clima influencia na produção leiteira. No verão, por exemplo, pode haver maior índice de água no leite, já que os animais se hidratam mais. A pressão osmótica do sangue do animal aumenta a pressão osmótica do leite, gerando um maior volume de água e elevando o índice crioscópico.

 

Como fazer a Crioscopia do leite?

Em primeiro lugar, para fazer o processo de Crioscopia em amostras de leite é preciso ter um crioscópio eletrônico. Este aparelho conta com uma tecnologia capaz de analisar o ponto de congelamento de uma amostra, devolvendo resultados objetivos sobre a qualidade do alimento.

A Cap-Lab comercializa três tipos de crioscópio, cada um com suas particularidades e métodos de funcionamento. A ideia é atender desde o pequeno produtor até as grandes indústrias. Confira os modelos abaixo:

 

Crioscópio Eletrônico Especial One

Que tal ter um crioscópio leve, que pode ser levado para qualquer lugar? Este é o maior benefício do Especial One: com apenas 4 quilos, é o menor equipamento para Crioscopia disponível no mercado.

Mas não se engane com o tamanho! O Especial One incorpora as tecnologias eletrônicas mais atuais para o campo laboratorial. Seu menu é objetivo e fácil de operar, e seu display conta com um teclado de setas intuitivo.

Sua funcionalidade simples é uma mão na roda para o operador, que conta com a vantagem de ter o tempo de análise otimizado. Basta 2,5ml de amostra de leite, no máximo, para fazer a análise crioscópica em até 1 minuto e meio.

Ao comprar o Especial One, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Crioscópio Especial AutoTouch

Uma interface didática, colorida e em touchscreen: o AutoTouch chega para facilitar qualquer processo de Crioscopia. Seu menu é em Português e muito intuitivo: tudo o que o operador precisa está a distância de um toque.

A visualização das curvas das amostras e da calibração é clara e objetiva, o que ajuda a simplificar a análise. Possui memória para guardar os últimos 64 mil resultados e gera planilhas que podem ser extraídas via porta USB. Além disso, seu design é compacto e robusto, o que faz do aparelho um dos mais leves no mercado.

Ao comprar o Especial AutoTouch, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Cryotouch 20

Tecnologia italiana, o Cryotouch 20 é um crioscópio tipo “carrossel”. Ele tem a capacidade de analisar até 20 amostras em sequência, de maneira autônoma, identificando-as com registros individuais e alfanuméricos.

Possui memória para guardar até 4000 resultados e conta com o software próprio para manipulação de dados. Além disso, também possui conexão direta com computador pessoal e porta USB, para download dos dados via pendrive.

 

Quais são os materiais necessários para fazer a Crioscopia?

 

Quais são os cuidados básicos em um procedimento de Crioscopia do leite?

 

Realize a calibração do equipamento antes das análises

É como diz aquele ditado: nada no mundo é perfeito. Os equipamentos de medições também não são. Portanto, para garantir que as análises das suas amostras de leite acontecerão sem desvios, o crioscópio precisa estar  calibrado.

Para fazer a calibração do jeito certo, leia o manual de instruções do seu crioscópio. Cada equipamento tem um método de funcionamento e um número indicado de testes.

Como o informado no tópico anterior, são indicadas três soluções padrão para calibração. Cada uma atende um ponto chave para a medição do índice crioscópico. Antes de utiliza-las, faça a homogeneização por inversão, virando cuidadosamente o recipiente da solução de cabeça para baixo. Tome cuidado para não fazer bolhas.

Quando as soluções padrão estiverem acabando, o melhor é fazer o descarte. Quando estão no fim, elas tendem a ficar mais concentradas e podem desviar o processo de calibração.

 

Cuidado com o nível da solução anticongelante

Todo crioscópio tem um compartimento, geralmente na sua parte traseira, para a inserção de uma solução anticongelante. Como resultado, conseguimos fazer a análise crioscópica sem que ocorra o super congelamento da amostra.

O nível de solução anticongelante a ser utilizado no equipamento está devidamente descrito em seu manual de instruções. Siga à risca as orientações do manual, dessa forma você não terá problemas durante a análise de uma amostra.

 

Referências

NOGARA, Karise F. Crioscopia do leite: para que serve e o que ela indica? Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2022.

SOUZA, Letícia B. et al. Composição e características dos componentes do leite. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 27 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2021.

FOGAÇA, Jennifer. Crioscopia ou Criometria. Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

FOGAÇA, Jennifer. O que são as propriedades coligativas? Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

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Cap-Lab: entenda por que entregar qualidade é uma parte importante da nossa história

teste para detecção de antibióticos twinsensor

Completar 28 anos de estrada, nós sabemos bem, não é para qualquer negócio. É preciso ter muita dedicação, vontade de continuar, visão de futuro e, acima de tudo, um objetivo.

Em 1994, no meio da sala de casa, Ângelo Wilson Capeleto e Silvia Capeleto decidiram que poderiam fazer a diferença no setor de laticínios. Por seu trabalho na área, Ângelo tinha anos de conhecimentos valiosos e contatos acumulados nas mãos.

Foi essa experiência que deu vida a Cap-Lab, e é graças a ela que hoje temos 90 colaboradores em nosso quadro de funcionários e atendemos as maiores produtoras de laticínios do Brasil.

O objetivo da Cap-Lab vai além de entregar ao cliente o que ele precisa. O nosso foco está em oferecer soluções tecnológicas para garantir o controle de qualidade dos alimentos. O valor é gerado para o cliente, para o consumidor e para a sociedade.

Atualmente atendemos não apenas a indústria de alimentos e laticínios, como também os setores farmacêutico e químico, além de frigoríficos, laboratórios e instituições de ensino.

Para o setor de lácteos, que é a nossa especialidade, temos tudo o que a indústria e o laboratório precisam para a produção e comercialização de produtos seguros e saudáveis que só o leite de qualidade proporciona.

O leite de boa qualidade possui a composição e uma flora que contribuem para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados. Resíduos de antibióticos afetam a usabilidade do leite, além de contribuírem com a resistência microbiana, um dos 10 maiores problemas para a saúde pública global segundo a OMS.

 

LEIA TAMBÉM: Por que devemos nos preocupar com a presença de antibióticos no leite?

 

Dentro desse cenário, nosso grande diferencial é a parceria com a Unisensor, empresa belga de alta credibilidade, que possui a linha mais completa para detecção de antibióticos no mercado, com validações feitas pelos principais órgãos internacionais.

Nessa ampla linha destacamos o TwinSensor, uma tira reativa para detecção rápida e simultânea de β-lactâmicos e tetraciclinas, que é o mais utilizado do Brasil, entregando resultados rápidos e fáceis de serem interpretados.

A Cap-Lab comercializa 13 tipos de testes rápidos da Unisensor, que identificam várias famílias de antibióticos, como as Sulfonamidas, Fluoroquinolonas, Aminoglicosídeos e muitas outras que são utilizadas para o tratamento da saúde do gado leiteiro. 

Para facilitar a análise dos resultados, também temos disponíveis leitores de tiras em nosso catálogo de produtos, como o ReadSensor. Este equipamento possui display com touchscreen, registra o número de identificação das amostras e consegue imprimir os dados dos testes.

Unisensor é excelência, facilidade e rapidez. Quando oferecemos soluções de qualidade para a indústria, impactamos positivamente a vida de milhões de pessoas.

Isso é gratificante. Isso nos define. Isso é Cap-Lab.

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Entenda por que devemos nos preocupar com a presença de antibióticos no leite

A descoberta dos antimicrobianos é, sem dúvida, um dos maiores marcos da medicina moderna. A pecuária do leite, por exemplo, faz uso desses remédios para tratar o gado. E, embora vital, esse uso torna possível a presença de antibióticos no leite.

Mas afinal, por que isso seria um problema? Antes, uma infecção que hoje é vista como “simples” era considerada uma sentença de morte. Se algo faz tão bem, como pode fazer tão mal ao mesmo tempo?

Seja como for, esta é a linha de pensamento que trazemos neste artigo. Quais são as consequências do alto consumo de antibióticos? Como eles vão parar no leite? E, por fim, como identificá-los? Confira as respostas neste texto!

 

 

Por que pode haver presença de antibióticos no leite cru?

Assim como qualquer ser vivo, as vacas que fazem parte do gado de leite podem contrair doenças causadas por microrganismos.

Os animais podem se infectar nos pastos, não só através de insetos hospedeiros, bem como a partir do contato com os ordenhadores. A contaminação também pode ocorrer através dos instrumentos de extração do leite.

Muitas dessas doenças são tratadas com o uso de antibióticos. A ação deles elimina a bactéria e a infecção que ela causa, recuperando assim a saúde do animal e assegurando a sua participação na produção do leite.

Então, para fazer efeito, o medicamento é absorvido pelo sangue do animal em tratamento. Só que, mesmo quando a vaca está saudável, leva um tempo até que o antibiótico seja eliminado do organismo.

É aqui, por fim, que o problema começa: o produtor tem as projeções da quantidade de leite que consegue extrair por cabeça de gado. Os restos de antibióticos, no entanto, estão por todo o organismo das vacas tratadas. Eles são eliminados naturalmente, aos poucos. Inclusive no leite.

 

O que o consumo de leite com antibióticos pode causar às pessoas?

 

Desequilíbrio da microbiota intestinal

A microbiota intestinal é feita de microrganismos, que são responsáveis pela manutenção do tecido desse órgão. Só que os antibióticos não fazem distinção entre as bactérias boas e as ruins, então atacam até as que são naturais e regulam o nosso organismo.

Como resultado, o alto consumo de antibióticos afeta o bem estar da nossa flora. Os sintomas comuns de uma microbiota desequilibrada são:

 

Hipersensibilidade a medicamentos

Os antibióticos geram efeitos intensos para estimular a produção de anticorpos. Às vezes, o alto número de anticorpos faz nosso organismo reagir a outros medicamentos semelhantes.

Quem faz um tratamento com Penicilina, por exemplo, pode ter reações ao usar Cefalosporina. São remédios com estruturas similares, o que gera uma reação cruzada.

Desse modo, um consumidor de leite com restos de antibióticos pode ter problemas ao tratar uma doença com remédios de composição parecida, o que afeta a sua saúde e dificulta o processo de cura.

O choque anafilático é a mais grave das reações causadas. Seus sintomas podem começar em segundos, ou poucas horas depois de tomar o remédio. Isso inclui:

 

Teratogenia

Um dos problemas mais sérios causados pelo alto consumo de antibióticos, é a malformação de bebês dentro do útero da mãe. Às vezes, alguns dos medicamentos utilizados pela produção de leite possuem agentes teratogênicos em sua composição.

Entre os antibióticos mais encontrados no leite produzido no Brasil, os que são perigosos para a saúde do feto em formação são as Fluoroquinolonas, as Sulfonamidas e as Tetraciclinas.

 

Resistência microbiana

Eleita pela OMS como uma das 10 maiores ameaças a saúde pública mundial, a resistência microbiana é o resultado do uso sem controle de remédios para combater os microrganismos que causam doenças.

Só para ilustrar: o primeiro antibiótico, a Penicilina, foi descoberto em 1928. Como já era de se esperar, isso causou uma revolução nunca vista antes na Medicina. O mundo inteiro passou a usar antimicrobianos para tratar doenças, não apenas em humanos como também em animais. Como resultado, os microrganismos já estão mais fortes contra os seus efeitos.

Do mesmo modo, em 2015 na China, encontraram uma bactéria E. Coli resistente a Colistina em um porco que seria abatido para o consumo. Ela tinha em seu DNA um gene chamado MCR-1, que dá as bactérias uma alta resistência ao antibiótico.

Isso acendeu um alerta na comunidade médica e científica. Após estudos, foi constatado que as bactérias com o MCR-1 se desenvolveram em animais e foram transmitidas para os humanos. Ainda não é certeza, mas é grande a possibilidade dessa transferência ter ocorrido por causa do consumo de alimentos de origem animal que estavam contaminados.

 

O que a pecuária tem a ver com a resistência microbiana?

O fenômeno dos microrganismos resistentes não é uma novidade: os cientistas sempre esperaram que eles sofressem mutações por causa dos antibióticos. A bactéria Staphylococcus aureus, por exemplo, criou resistência à Penicilina depois da Segunda Guerra Mundial.

O problema é que há cada vez mais patogênicos resistentes, e menos antibióticos para usar. Em outras palavras, a ciência farmacêutica não consegue acompanhar a rapidez da evolução e difusão dos microrganismos.

O uso sem controle dos antibióticos na pecuária, bem como a do leite, está ligado ao aumento da resistência microbiana em todo o mundo. No entanto, apenas 25% dos países tem leis contra isso em vigor. O Brasil é um deles, mas ainda é preciso melhorar os métodos de análises de risco, assim como o recolhimento dos dados.

Em 2021, o MAPA criou o Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Pecuária. A ideia é avaliar os riscos, as tendências e os padrões para embasar políticas públicas e combater o problema.

 

Como evitar a presença de antibióticos no leite?

A responsabilidade sobre a presença de antibióticos no leite é de toda a cadeia produtiva, principalmente dos veterinários e dos donos da produção.

Ao veterinário cabe, em primeiro lugar, prescrever a dosagem certa para cada animal e doença. Também deve reforçar quais são os períodos de carência que devem ser obedecidos. Vale lembrar que o envio de leite de vacas em tratamento para a indústria é proibido pelo MAPA.

Da mesma forma, o proprietário do gado deve prezar pela qualidade da matéria-prima. Isso evita o descarte do leite, caso encontrem restos de antibióticos em algum dos testes realizados na indústria.

O cuidado com as vacas também traz impactos positivos na qualidade do leite. Portanto, quanto mais bem tratada está a fêmea, mais nutrientes o seu leite terá.

Além disso, fazer a capacitação dos ordenhadores também é uma boa medida. Basta orientá-los a dar os remédios da forma correta, sem exagerar na dose e obedecendo o prazo de carência.

Na logística do gado, por fim, é essencial separar as vacas saudáveis das que estão doentes e em tratamento. Além das doenças serem contagiosas, isso ajuda a evitar confusões sobre quais animais devem ser ordenhados.

Uma prática que ocorre durante a ordenha, e que infelizmente é comum, é descartar só o leite que foi retirado das mamas em tratamento. O antibiótico é absorvido pelo sangue do animal, então será eliminado através das mamas saudáveis também.

É importante frisar que 500 gramas de antibiótico podem contaminar até 100 mil litros de leite. Em resumo, apenas as boas práticas em toda a cadeia produtiva são capazes de contornar este problema.

 

Como identificar a presença de antibióticos no leite?

 

Plataforma Extenso

A tecnologia é, antes de tudo, a forma ideal de melhorar a cadeia produtiva e industrial. Esta é a proposta da Plataforma Extenso: ser o futuro da análise de antibióticos e toxinas no leite.

Feita pela Unisensor, empresa belga de segurança dos alimentos, a Plataforma Extenso apresenta a melhor solução para a detecção de restos de antibióticos.

Com resultados disponíveis em até 13 minutos e permitindo testes simultâneos, a Extenso detecta mais de 90 tipos de contaminantes. Todos são divididos em 17 canais, que podem ser adquiridos de acordo com os antibióticos e toxinas que se deseja identificar.

Feita para automatizar o processo de testagem do leite, a Extenso possui:

Além disso, o equipamento também facilita o armazenamento e a análise dos resultados, gerando relatórios e planilhas para enriquecer o seu banco de dados.

A Plataforma Extenso conta com o próprio banho térmico e funciona em apenas quatro etapas. É o produto mais completo do mercado global para garantir um leite sem resíduos. No Brasil, é vendido apenas pela Cap-Lab.

 

Eclipse 50

Classificado como um método lento, o Eclipse 50 é um teste que se baseia na inibição do crescimento de microrganismos. Foi criado pela empresa espanhola Zeulab. Cada caixa conta com 96 testes.

São microtubos com meio de cultivo específico, acompanhados de um indicador ácido-base. Basta aplicar 50 μl da amostra a ser analisada no microtubo, e em seguida incubar a 65°C. O resultado sai em até 3h.

O Eclipse 50 não apenas identifica uma ampla gama de antibióticos, como também baseia seus resultados no limite máximo de resíduos permitido no Codex Alimentarius (2012).

 

Testes Rápidos Unisensor

A Unisensor possui um ótimo catálogo de métodos de testagem. Seus testes são rápidos e entregam resultados entre 6 a 10 minutos, com ou sem a incubação em banho térmico. Além disso, também conseguem identificar antibióticos que são usados na produção de leite em todo o mundo.

Os testes da Unisensor são em formato de tiras. Elas absorvem a amostra do leite e detectam os resíduos rapidamente. A Cap-Lab vende 13 tipos, cada um atendendo a um grupo de contaminante, entre eles:

Caso queira ler os resultados de forma rápida e efetiva, você pode adquirir o ReadSensor. Ele interpreta as tiras de forma clara, bem como é compatível com todos os testes da Unisensor e tem impressora embutida.

 

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Referências

SILVA, Reginara T. et al. Perfil de sensibilidade a antimicrobianos de bactérias patogênicas humanas isoladas de leite cru. Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, MG, v. 74, n. 3, p. 185-194. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

CARVALHO, Rafael N. G. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em leite cru em fazendas de Aquidabã – Sergipe. Pubvet, Maringá, PR, v. 14, n. 5, a578, p. 1-7. 2020. Acesso em: 15 dez. 2021.

SIVIERO, Eloísa S. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em produtos lácteos. Centro Científico Conhecer, Jandaia, GO, v. 18, n. 37, p. 1-170. 2021. Acesso em: 15 dez. 2021.

GUIMARÃES, Ana B. M. et al. Pesquisa de resíduos de antibióticos em leite in natura, pasteurizado e UHT. UNINTA, Sobral, CE, v. 1, n. 1, p. 1-14. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

ZIMERMAN, Ricardo A. Uso indiscriminado de Antimicrobianos e Resistência Microbiana. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Mato Grosso do Sul, v. 1, n. 3, p. 1-11. 2010. Acesso em: 16 dez. 2021.

PIERRI, Vitória. Desequilíbrio na microbiota intestinal pode aumentar estados depressivos e de ansiedade. Ribeirão Preto, SP: Jornal da USP, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ALVIM, Mariana. Por que o uso de antibióticos na agropecuária preocupa médicos e cientistas. BBC News Brasil, São Paulo, 18 nov. 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

MINISTÉRIO da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mapa implementa Programa de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos. Brasília, DF: Governo Federal, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resistência antimicrobiana é ameaça global, diz OMS. Brasília, DF: Governo Federal, 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária. A resistência antimicrobiana em todos os seus aspectos é o grande desafio da atualidade. Brasília, DF: CFMV, 2020. Acesso em: 16 dez. 2021.

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A importância da Contagem de Células Somáticas (CCS) para a qualidade do leite

O leite e seus produtos derivados são muito consumidos pelos brasileiros, já que são alimentos ricos em proteínas e vitaminas. Mas você sabia que para garantir o valor nutritivo do leite é preciso fazer a contagem das células somáticas?

Se você é produtor ou trabalha na indústria de lácteos, por certo o processo de análise da quantidade das células somáticas presentes no leite já faz parte da sua rotina. Afinal, essa contagem é muito importante para o controle da qualidade do leite. Enfim, gostaria de saber mais? Leia o texto e entenda!

 

 

O que são células somáticas?

Primeiramente, vamos para a parte biológica: são consideradas células somáticas todas aquelas que são responsáveis pela formação de tecidos e órgãos em organismos multicelulares, como é o caso dos animais.

O leite de uma vaca totalmente saudável, por exemplo, costuma ter duas classes de células somáticas:

É normal que o leite bovino tenha células de defesa em sua composição, como macrófagos, linfócitos e neutrófilos. A questão não é a presença das células no leite, mas sim a quantidade delas.

 

LEIA TAMBÉM: Calibração: como garantir equipamentos precisos em laboratório

 

Qual é a relação entre a Contagem de Células Somáticas e a qualidade do leite?

O leite bovino possui mais de 100 mil constituintes e é um alimento altamente nutritivo para o ser humano. Seus componentes mais importantes são as proteínas, a gordura, as vitaminas e a lactose.

No ambiente de criação do gado não é difícil que as vacas tenham contato com microrganismos patógenos, já que estão presentes na natureza e nos tratadores. É o caso das bactérias causadoras da mastite.

A mastite é uma doença contagiosa que causa a inflamação da glândula mamária das vacas. Como reação à infecção, o organismo do animal recruta as células de defesa para se proteger dos patógenos. Como resultado, isso libera em média 90% de neutrófilos no leite das vacas infectadas, sendo que a taxa normal fica entre 0 a 10%.

Há mais fatores que podem aumentar as células somáticas presentes no leite: a idade da vaca, seu estágio de lactação, a estação do ano, o estresse térmico que o animal está enfrentando, entre outros.

 

O que um número alto de células somáticas causa ao leite?

Uma grande quantidade de células somáticas reduz a gordura e as proteínas do leite, enquanto o sódio e o cloro aumentam. Isso afeta não apenas a cadeia industrial de produção dos lácteos, já que há derivados que dependem desses componentes para serem feitos, como também o valor nutricional do alimento para consumo.

De acordo com vários estudiosos de qualidade, o leite de uma vaca saudável pode conter até 250.000 células por mililitro (mL), dependendo de características como raça, rebanho e o número de lactações.

Em contrapartida, a Instrução Normativa nº76/2018 emitida pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estabelece que a quantidade máxima de células somáticas presentes no leite cru refrigerado deve ser de 500.000 CS/mL.

Os principais problemas que a alta contagem de células somáticas no leite pode causar são:

 

Quais são os benefícios da Contagem de Células Somáticas?

O ideal é que a contagem de células somáticas seja realizada com frequência em fazendas produtoras de leite. Da mesma forma que isso ajuda a coletar informações sobre a situação do rebanho, também é possível tirar percepções importantes sobre o negócio.

A quantidade de células somáticas presentes no leite é um ótimo indicador da saúde dos animais. Há casos de mastite que são contagiosos e até mesmo difíceis de identificar, como a mastite subclínica. Ou seja, se o leite de uma vaca está com alta contagem e ela está doente, outras vacas podem estar também.

Além disso, a contagem de células somáticas é padrão mundial para medir a qualidade do leite. Isso é de extrema prioridade para produtores que queiram exportar a matéria-prima que produzem, já que há diversas legislações ao redor do mundo que variam o número de células somáticas permitidas na composição do leite.

Da mesma forma, os dados da quantidade de células conseguem dar uma ideia do valor nutricional do leite extraído. Quanto menor é a contagem de células somáticas, maior é o teor de lactose, proteínas e gorduras. Isso é relevante para a produção de lácteos como leite condensado, queijos, manteiga e outros.

 

Ekomilk Scan

É possível fazer a contagem das células somáticas da sua produção leiteira utilizando o Ekomilk Scan. A partir de uma pequena amostra do leite, o equipamento quantifica as células somáticas do leite rapidamente e tem capacidade de armazenamento para até 250 resultados.

A Cap-Lab orienta o uso do Ekomilk Scan em diversas áreas do setor produtivo e industrial de lácteos, como fazendas, indústrias de laticínios, postos de resfriamento e coleta do leite e laboratórios de controle de qualidade.

 

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Referências

PAULA, M. C. et al. Contagem de Células Somáticas em Amostras de Leite. Paraná, v. 33, n. 5, p. 1303-1308. 2004. Acesso em: 3 dez. 2021.

SOUZA, G. N. et al. Variação da contagem de células somáticas em vacas leiteiras de acordo com patógenos da mastite. Minas Gerais, v. 61, n. 5, p. 1015-1020. 2009. Acesso em: 3 dez. 2021.

SOUZA, L. B. et al. Composição e características dos componentes do leite. São Bernardo do Campo, SP: Milkpoint, 2021. Acesso em: 7 dez. 2021.

NUTRIÇÃO e Saúde Animal. O que é mastite bovina e como ela pode afetar a sua criação? Belo Horizonte, MG: Vaccinar, c2021. Acesso em: 7 dez. 2021.

SOMATICELL. Células Somáticas. Jundiaí, SP: Somaticell, c2021. Acesso em: 7 dez. 2021.