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Quais são as análises físico-químicas para o recebimento do leite na indústria?

O leite é um alimento composto por muitos nutrientes disponíveis, sendo considerado propício para o desenvolvimento dos microrganismos.
Nisso, não apenas há o risco da contaminação por patógenos, como também o crescimento de microrganismos deteriorantes, que diminuem a qualidade nutricional ou fermentam o leite. Consequentemente poderá haver o risco de contaminação por microrganismos patógenos que podem causar males a saúde do consumidor, e por deterioradores que podem diminuir a qualidade nutricional do leite, e iniciar um processo de fermentação indesejado.

Com o intuito de prevenir tais ações microbiológicas, a IN 76/2018, defini algumas regras de armazenamento e transporte para o leite in natura.

 

 

Temperatura

Para fazer a medição da temperatura, é recomendado que seja coletada uma amostra de um leite devidamente homogeneizado, com o auxílio de uma caneca de inox com cabo longo. Inserir o termômetro tipo espeto na amostra coletada, aguardar até que a temperatura seja estabilizada e proceder a leitura diretamente no visor do mesmo.

Por exemplo: O termômetro MV-363A (figura abaixo) é um instrumento digital portátil, tipo vareta, a prova de água, LCD de 3 1/2 dígitos, resolução de 0,1°C ou 0,1°F, precisão básica de 3°C, registro de máximo e mínimo. Possui sensor de aço inoxidável, sendo normalmente utilizado para medição da temperatura de alimentos.

 

 

 

Alizarol

A estabilidade térmica é um fator de avaliação indispensável para garantir a qualidade do leite, desde a coleta até o recebimento na indústria. Sendo utilizado para avaliar se o leite está apto para passar por tratamento térmico.

Quando o leite é recepcionado pela indústria, o primeiro procedimento ao qual ele será exposto é o de pasteurização. Para isso, ele percorre tubulações muito quentes, que podem coagular o leite caso suas proteínas não apresentem estabilidade suficiente para ser processado.

O Alizarol é uma solução a base de álcool etílico, com concentração mínima de 72°GL, contendo indicador de pH alizarina causando a desestabilização das micelas de caseína quando entra em contato com o leite. Caso o leite apresente desequilíbrio salino ou instabilidade térmica, ele irá coagular quando entrar em contato com o alizarol. Pode-se avaliar a faixa de pH através da coloração da amostra analisada, conforme indicado na escala colorimétrica a baixo.

 

 

 

Coloraçãoes:

Em indústrias, é comum que o procedimento da prova de Alizarol seja manual, utilizando pipetas e tubos de ensaio. Para os motoristas dos caminhões de coleta, que realizam a análise durante a captação do leite, é recomendado o uso Salut ou Neurex.

 

Acidez

Apesar do teste de Alizarol indicar o nível de acidez do leite, apenas a análise de acidez titulável entrega números objetivos. O desenvolvimento da acidez do leite deve-se, principalmente à degradação da lactose (carboidrato presente no leite) em ácido lático, pela ação de microrganismos.

A análise consiste em adicionar uma solução indicadora na amostra de leite e realizar a titulação. A leitura na bureta do acidímetro é direta em °D, pois cada 0,1 mL de solução Dornic corresponde a 10°D, e cada 10° Dornic correspondem a 0,01% de ácido lático. Os pontos críticos desta análise são a leitura do menisco na escala do acidímetro e ponto de viragem da amostra.

 

Crioscopia

O objetivo desta análise é detectar a fraude por adição de água. A adição de água ao leite altera o PC (ponto crioscópico), fazendo com que este se aproxime de zero (ponto de congelamento da água), porque se diluem as concentrações dos componentes que estão em solução verdadeira na água do leite.
A faixa de crioscopia ideal seria de – 0,555°H a – 0,530°H, como informado na imagem a baixo:

Valores acima ou abaixo da faixa ideal podem ser considerados como fraude por aguagem ou fraude por adição de reconstituintes de densidade.

 

pH

O pH ideal do leite apresenta faixa de 6,6 a 6,8. É importante frisar que um pH na faixa alcalina pode indicar fraude por adição de neutralizantes de acidez sendo que um pH alcalino, indica fraude por neutralizantes. Veja abaixo as faixas de pH de alguns com alguns produtos conhecidos:

 

 

Densidade

A densidade do leite tem faixa ideal entre 1028 a 1034 g/L a 15°C, sendo considerada possível fraude por adição de água quando o resultado se apresenta abaixo do limite mínimo. Eventualmente também poderá indicar problemas na saúde do animal. É importante frisar que a densidade depende também do teor de gordura e de sólidos não-gordurosos disponíveis no leite, pois a gordura tem densidade menor que a da água.

 

Gordura

A metodologia analítica baseia-se na separação e quantificação da gordura por meio do tratamento da amostra com ácido sulfúrico e álcool isoamílico. O ácido dissolve as proteínas que se encontram ligadas à gordura, diminuindo a viscosidade do meio, aumentando a densidade da fase aquosa e fundindo a gordura, devido a liberação de calor proveniente da reação, o que favorece a separação da gordura pelo extrator (álcool isoamílico).

 

Proteína

proteína do leite é composta por 80% caseína e 20% proteína do soro do leite. A caseína é uma proteína “lenta” por causa de sua taxa mais lenta de digestão que resulta em uma distribuição mais prolongada de aminoácidos à circulação. Já a proteína do soro do leite é uma proteína “rápida” porque é rapidamente digerida, levando a um aumento rápido dos níveis sanguíneos de aminoácidos, e estimula a síntese proteica e a oxidação. Ela interfere diretamente no rendimento dos derivados fabricados a partir do leite.
Esta metodologia analítica baseia-se na transformação do nitrogênio da amostra em sulfato de amônio através da digestão com ácido sulfúrico p.a. e posterior destilação com liberação da amônia, que é fixada em solução ácida e titulada.

 

Lactose

A análise de lactose tem como função determinar o teor de lactose presente no leite, para que posteriormente estas informações possam ser utilizadas na tecnologia de fabricação de produtos 0% lactose ou informações de rotulagem.

 

Extrato seco

Chamamos de extrato seco total quando a gordura é somada ao estrato seco do leite que é representado pela % de sólidos disponíveis, e extrato seco desengordurado quando não se tem a gordura na soma desta %.
Os resultados do EST e do ESD se dão através fórmulas ou análises em equipamentos, e, são utilizados para auxílio na determinação do rendimento de derivados.

 

A realização de análises de composição do leite é fundamental para auxiliar na produção de leite e derivados, garantindo um produto de qualidade.

 

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Referências:

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 2ª ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

Análises Físico-Químicas. Cartilha com metodologias de análises físico-químicas para leite e derivados. 2º Edição Ampliada e Revisada.

GUERRA, M. G. et alDisponibilidade e qualidade da água na produção de leite. Acta Veterinaria Brasilica, v. 5, n. 3. 2011.

Instrução Normativa Nº 76, de 26 de Novembro de 2018.

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Analisador de Umidade: por que seu uso é essencial para o Controle de Qualidade?

analisador de umidade

Fazer o controle e monitoramento da qualidade dos produtos é uma obrigação das cadeias produtiva e industrial. Visto que os órgãos fiscalizadores estão sempre a postos para identificar possíveis inconformidades, o uso do analisador de umidade é necessário para alguns setores.

O analisador de umidade atende a vários segmentos do mercado justamente por entregar dados sobre a quantidade de água presente nos produtos. A água é um fator essencial para o crescimento microbiano, e por isso deve ser monitorada constantemente.

Mas afinal, como funciona um analisador de umidade? Quais são os setores que devem fazer uso deste equipamento? E como escolher um analisador de qualidade? Falamos sobre esses tópicos neste texto! Vamos começar?

 

 

Por que usar um Analisador de Umidade?

Vamos fingir, por exemplo, que você trabalha fazendo o controle de qualidade em uma indústria de alimentos. Sua função é garantir que os produtos fabricados ali cheguem em excelentes condições ao consumidor final.

Visto que a matéria-prima chegou até a indústria, ela passou por uma cadeia produtiva primeiro. Você sabe que o produto interage com o ambiente externo, podendo sofrer alterações por causa da temperatura e umidade do ar. E também que haverá nele uma atividade de água interna, que transforma aos poucos a sua estrutura.

Para realizar o controle de qualidade na indústria, sem dúvida você precisa saber os detalhes da composição do produto. Recolher dados de análises físico-químicas faz parte da sua rotina.

O Analisador de Umidade é responsável por uma das análises mais importantes: a do teor de umidade. Esse dado é essencial para definir a qualidade da matéria-prima e, portanto, do produto final que será feito com ela.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra tudo o que você precisa saber sobre Higiene na Indústria de Alimentos

 

Qual é a diferença entre o teor de umidade e a atividade de água?

Antes de nos aprofundarmos nos usos do Analisador de Umidade, primeiramente devemos falar sobre o teor de umidade e o índice de atividade de água. É comum que confundam esses dois parâmetros.

O teor de umidade é indispensável para o controle de qualidade de um produto, assim como a atividade de água. E, apesar de se relacionarem entre si, há uma diferença importante entre os dois.

Podemos dizer que o teor de umidade é a porcentagem da água total que há em um produto. A água total é a soma das três formas em que ela se apresenta: a água ligada, a água adsorvida e a água livre.

O índice de atividade de água (Aw) é o total da água livre de um produto. Uma vez que está disponível na estrutura do material, os microrganismos e enzimas a utilizam para suas reações metabólicas.

 

Qual é a relação entre a água e o crescimento de microrganismos?

Devemos pontuar que um alto índice de atividade de água não é indicativo de que o teor de umidade do produto é elevado. Vejamos o caso do pão, só para ilustrar: é um alimento com 40% de teor de umidade, o que é considerado baixo, enquanto sua atividade de água é alta (0,96).

Ou seja, enquanto o teor de umidade mede a quantidade de água no produto, o índice de atividade de água nos esclarece o quanto dessa água está disponível para os microrganismos e enzimas.

Com exceção dos microrganismos de baixa exigência, de forma geral podemos dizer que quanto maior é a atividade de água, maior e melhor é o crescimento microbiano.

 

Para que serve um Analisador de Umidade?

O teor de umidade, além de interferir na vida útil de um produto, também influencia em seu peso total. A umidade pode até não estar aparente, mas ela compõe a estrutura da matéria tanto quanto os sólidos.

É por isso que o analisador de umidade funciona como uma balança: ao depositar a amostra no prato, a primeira coisa que o aparelho fará é medir o seu peso total. Para chegarmos até o teor de umidade, no entanto, precisamos de um aumento de temperatura.

Sendo assim, o analisador de umidade opera no que chamamos de princípio termogravimétrico: a partir de um processo de aquecimento, a secagem da amostra faz com que seu peso diminua. A porcentagem do peso perdido indica seu teor de umidade.

Há dois tipos de analisadores de umidade: os que aquecem por infravermelho e por lâmpada de halogênio. A diferença entre os dois é o tempo de secagem da amostra: os que funcionam por lâmpada halógena entregam análises mais rápidas.

 

Quais são os segmentos que precisam de um Analisador de Umidade?

Já que o teor de umidade interfere no tempo de conservação de qualquer produto, várias indústrias e segmentos de produção podem usar o analisador de umidade. Separamos aqui algumas áreas onde o uso deste equipamento é importante e indispensável.

 

Indústria de Alimentos

Antes de chegar à indústria, a matéria-prima dos alimentos passa pelas etapas de produção e transporte. Durante esses processos, a umidade relativa do ar (UR) certamente influencia no teor de umidade do material.

Além disso, a umidade que o material absorve do ambiente é água livre, aumentando o índice de atividade de água disponível aos microrganismos. Este fator é um dos pontos que devem ser levados em conta para definir o shelf life do produto industrializado.

Shelf life é o termo em inglês para “vida de prateleira”. Em outras palavras, é o tempo que determina a duração do alimento, ou seu prazo de validade. Este prazo é determinado por diversas variáveis, inclusive o teor de umidade do produto.

Para seguir as normas de segurança e qualidade dos alimentos, a indústria faz uso do analisador de umidade. Desta maneira é possível saber se a matéria-prima adquirida está adequada para a industrialização dos alimentos, assim como controlar o percentual de umidade de produtos acabados.

 

SAIBA MAIS: Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

 

Agricultura e Pecuária

Dentro da cadeia do agro, o teor de umidade faz parte de um eterno ciclo. A análise da quantidade de água é uma tarefa necessária para entender o solo para o plantio, o peso da colheita, a alimentação do gado e, por fim, a qualidade do produto extraído.

 

Agricultura

O agricultor precisa conhecer a área do cultivo em detalhes, principalmente as características do solo. Aqui entra o primeiro uso do analisador: descobrindo o teor de umidade, é possível saber se o solo retém água ou não, o momento e a quantidade certa para irrigação, prevenir doenças na plantação e outras conclusões relevantes.

Além disso, outra tarefa do agricultor é realizar o processo de secagem da safra antes de comercializá-la. Já que o preço dos grãos é estipulado por seu peso e o teor de umidade influencia nisso, uma quantidade de água incomum pode ser considerado um indicativo de fraude.

Usando o analisador de umidade, o produtor verifica se o procedimento de secagem fez efeito e assegura a venda de uma safra boa, que está de acordo com os padrões de qualidade estipulados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

 

Pecuária

Assim como os alimentos ajudam na hidratação dos seres humanos, os concentrados que alimentam os animais da pecuária fazem a mesma coisa. Em resumo: quanto mais hidratados estão os animais, maior é a possibilidade de aumento da quantidade de água nos produtos extraídos deles.

Falando exclusivamente da pecuária leiteira, o nível de hidratação do gado pode refletir em um leite com mais água e menos constituintes sólidos. É por isso que um dos testes mais valorizados é a análise do teor de sólidos no leite, já que é assim que se descobre o Extrato Seco Total (EST) da amostra.

Portanto, com a ajuda de um analisador de umidade, é possível secar a quantidade de água que há no leite e descobrir o seu teor de sólidos. Quanto mais sólidos há no leite, mais nutrientes ele possui e maior é o rendimento da produção de laticínios como queijos, iogurtes e outros.

Por outro lado, uma quantidade incomum de água no leite pode ser um indicativo de fraude. Nesses casos, apenas a Crioscopia pode confirmar a suspeita.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

 

Indústria Farmacêutica

Medicamentos demandam muito cuidado em seu processo de produção. Qualquer interferência em sua composição química é certamente um fator de risco, o que deve ser evitado a todo custo. No entanto, é impossível fugir totalmente dos efeitos da umidade relativa do ar.

Quando um remédio é produzido, os farmacêuticos determinam qual é seu estado ideal – seja sólido, líquido ou em pó –, a fim de garantir o efeito esperado no organismo de quem for medicado. Um teor de umidade fora do comum permite o surgimento de fungos e bolores, pode oxidar comprimidos e empedrar medicamentos em pó.

Antes de comercializar o remédio, é importante a indústria verificar o teor de umidade de uma amostra. Medicamentos com quantidade de água fora do estipulado devem ser imediatamente descartados.

 

Indústria de Cosméticos

Cosméticos, assim como medicamentos, são baseados em formulações químicas e não escapam dos efeitos da umidade relativa do ar. E se tem água livre em excesso, há condições para os microrganismos fazerem a festa.

Cosméticos sólidos – como maquiagens em pó, talcos e sabonetes – são os mais afetados pelo alto teor de umidade. Os efeitos possíveis são empedramento, amolecimento e modificação do seu peso e volume, além do risco real de contaminação microbiológica.

Como é estipulado aos alimentos, os cosméticos também devem ter seu shelf life exposto na embalagem. Ao descobrir a quantidade de água, o analisador de umidade auxilia a indústria a definir o prazo de validade desses produtos.

 

Construção Civil

Imagine levantar um edifício sem usar materiais de qualidade? É tragédia na certa, ou muita dor de cabeça para o proprietário. O concreto, material que deixa qualquer construção em pé, é produzido com areia. E como não poderia deixar de ser, é aqui que a umidade relativa do ar ataca novamente.

São dois fatores que podem afetar a permeabilidade do concreto: o diâmetro dos grãos e o teor de umidade da areia utilizada. As usinas de concreto, que são responsáveis por produzir o material para as obras, precisam conhecer os detalhes da areia que vão utilizar.

Realizando testes com o analisador de umidade no concreto antes de comercializá-lo, essas usinas garantem um produto seguro e de qualidade para a construção civil levantar edifícios firmes, que não enfrentem problemas estruturais.

 

Qual Analisador de Umidade comprar?

 

Analisadores Bel i-Thermo

Recentemente a Bel tem investido em seus analisadores de umidade, lançando modelos completos e simples de operar. É o caso dos i-Thermo M5 163L e G163L, que contam com múltiplas opções de idiomas e suportam amostras de até 160g.

A principal diferença entre os dois é que o M5 163L possui tela grande de 5 polegadas em touchscreen, enquanto o display do G163L é de LCD com iluminação. Mas os dois equipamentos têm entrada USB para recolhimento de dados e armazenam o último ciclo de secagem utilizado.

Os analisadores i-Thermo também permitem a impressão dos dados da sessão por intervalo de tempo, que é totalmente definido pelo usuário.

 

Analisador Ohaus MB27

A Ohaus é conhecida por entregar excelentes analisadores de umidade, e está sempre buscando atualizar os equipamentos com as tecnologias mais atuais disponíveis para as análises. O modelo MB27 vem nessa linha, com aquecimento por lâmpada halógena e capacidade para amostras de até 90g.

Talvez o maior destaque do MB27 seja seu custo-benefício, que é um dos melhores do mercado. É um ótimo analisador para quem deseja fazer análises rápidas, confiáveis e de qualidade. Seu display é de LCD com iluminação e o equipamento possui até três modos de programação de secagem.

 

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Referências

VALENTINI, Sílvia Regina T. et al. Determinação do Teor de Umidade de milho utilizando aparelho de microondas. São Paulo: SciELO – Scientific Electronic Library Online, 1998. Acesso em: 17 mai. 2022.

DA CUNHA, Humberto V. F. A diferença entre Atividade de Água (Aw) e o Teor de Umidade nos alimentos. Campinas, SP: Food Safety Brazil, 2016. Acesso em: 13 mai. 2022.

MONTANHINI, Maike T. M. Umidade relativa do ar em indústrias de laticínios. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

ALONSO, Vanessa P. Propriedades da água e sua importância na estabilidade de alimentos in natura e processados. São Paulo: Food Tech Blog, 15 mar. 2013. Acesso em: 16 mai. 2022.

SANTOS, Maurício S. Você sabe fazer a correção do peso de grãos com base na umidade? Santa Maria, RS: Mais Soja, 16 fev. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

EALI. Shelf life: a importância para a qualidade e segurança dos alimentos. Porto Alegre, RS: Blog da Eali, 19 fev. 2020. Acesso em: 17 mai. 2022.

BANDERALI, Mauro. A importância do monitoramento da umidade do solo na agricultura. Rio de Janeiro: Jornal Dia de Campo, 2018. Acesso em: 13 abr. 2022.

RIBEIRO, Wandy. Indústria farmacêutica: conheça os prejuízos da alta umidade. Anápolis, GO: ICTQ – Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, c2016. Acesso em: 11 abr. 2022.

SUPORTE. Ensaios Geotécnicos: Determinação do Teor de Umidade. São Pedro, SP: Suporte, 29 jun. 2018. Acesso em: 16 mai. 2022.

ECO SONICS. Entenda a importância do controle de qualidade em setores industriais. Indaiatuba, SP: Blog da Eco Sonics, 5 mai. 2021. Acesso em: 12 abr. 2022.

THERMOMATIC. A importância de realizar o controle de umidade na indústria de cosméticos. São Paulo: Thermomatic, c2022. Acesso em: 13 abr. 2022.

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Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

crioscópio para análises de leite

A Crioscopia do leite é um dos testes obrigatórios para a indústria de produtos lácteos. Apesar de ser considerado um alimento completo em questão de valores nutricionais, isso só é possível se a presença desses nutrientes estiver garantida em sua composição.

Por isso, é necessário que os profissionais do setor saibam o que é a Crioscopia, como ela se aplica na análise do leite e como fazer esse procedimento do jeito cert

Se interessou? Neste artigo vamos falar sobre a teoria da Crioscopia, bem como quais são os seus benefícios para a indústria de lácteos e tudo o que deve ser feito para garantir a qualidade do seu leite.

 

 

O que é a Crioscopia?

A Crioscopia é uma das propriedades coligativas das soluções e se refere a queda da temperatura de congelamento de uma substância.

Não sabe o que são as propriedades coligativas? Segundo a Química, essas propriedades atuam sobre o nível de concentração de um soluto quando é dissolvido em um solvente. Em outras palavras, qualquer substância que se dissolva quando entra em contato com outra é classificada como um soluto.

Veja, por exemplo, o caso do sal. Quando o colocamos na água, que é um solvente, ele se dissolve e cria uma solução: a água salgada. Dependendo da concentração de sal que há nessa água, maior é o seu efeito para as propriedades coligativas.

No caso da Crioscopia, precisaríamos de uma temperatura mais baixa para congelar totalmente essa água. Afinal, é a presença do sal que torna difícil o congelamento da substância.

Em resumo, qualquer solução com alta concentração de solutos terá um ponto de fusão menor. É possível observar isso em situações cotidianas, como o hábito de se jogar sal nas estradas para derreter a neve em países frios.

 

O que é a Crioscopia do leite?

Em termos químicos, o leite é considerado o melhor alimento que consumimos. Isso acontece porque ele conta com vários constituintes nutritivos: a lactose, as proteínas, as vitaminas e os sais minerais. O leite também tem aproximadamente 87% de água em sua composição.

constituintes do leite, seu teor e variação

Sendo assim, podemos afirmar que o leite é uma solução. São mais de 100 mil constituintes dissolvidos em água, formando o alimento que marca presença na rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A qualidade do leite é medida pela concentração desses constituintes nutritivos. Afinal, é graças a eles que o leite faz bem à saúde de quem o consome. A indústria de lácteos também depende deles para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados.

Para que essa qualidade seja garantida, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) define a Crioscopia do leite como uma análise obrigatória. Visto que é uma propriedade coligativa, a Crioscopia determina o nível de concentração dos nutrientes do leite a partir do seu ponto de congelamento.

Segundo a Instrução Normativa nº 76, o padrão desejado para congelamento do leite deve estar entre -0,512°C e -0,536°C. Se o leite congelar a uma temperatura acima do padrão, ou seja, mais próxima de 0°C, é um sinal de que há mais água do que o normal. Nestes casos, há um indicativo de fraude.

 

Quais são os benefícios da Crioscopia do leite?

 

Avaliar a qualidade e a composição do leite

Quanto mais proteínas e gorduras o leite tem, maior é o seu rendimento na fabricação de derivados. Como resultado, mais valioso ele é. Quando há mais água do que o normal em sua composição, sua qualidade cai.

O índice crioscópico dá uma boa noção da concentração de solutos presentes no leite, apesar de não entregar os valores específicos. Junto com outros testes, como o de estabilidade ao alizarol, acidez, densidade e análise da composição do leite, a Crioscopia é parte essencial do controle de qualidade do alimento.

 

Descobrir fraudes por adição de água

Uma das fraudes mais fáceis de se identificar no leite é a adição de água, já que é justamente a sua quantidade que define o ponto crioscópico. Quanto mais próximo de 0°C o leite congelar, maior a chance de estar fraudado com água.

No entanto, é preciso destacar que há outros fatores que podem alterar a crioscopia do leite: além da possibilidade de fraude, deve-se considerar também o clima, a alimentação e os fatores genéticos do rebanho.

Outro ponto importante é a habilidade que algumas pessoas possuem para fazer a “fraude da fraude”, inserindo sólidos reconstituintes no leite, já fraudado com água, com o intuito de disfarçar a fraude. Por isso tantos testes são obrigatórios para a garantia de um leite de qualidade.

 

Analisar a situação do gado lactante

Há inúmeros fatores que podem alterar a quantidade dos constituintes do leite. Entre eles, destacamos:

É interessante observar os resultados de qualquer análise feita no leite extraído, incluindo a Crioscopia, a fim de verificar quais práticas e situações interferem na qualidade do leite durante a sua produção.

A partir da análise crioscópica, podemos observar como o clima influencia na produção leiteira. No verão, por exemplo, pode haver maior índice de água no leite, já que os animais se hidratam mais. A pressão osmótica do sangue do animal aumenta a pressão osmótica do leite, gerando um maior volume de água e elevando o índice crioscópico.

 

Como fazer a Crioscopia do leite?

Em primeiro lugar, para fazer o processo de Crioscopia em amostras de leite é preciso ter um crioscópio eletrônico. Este aparelho conta com uma tecnologia capaz de analisar o ponto de congelamento de uma amostra, devolvendo resultados objetivos sobre a qualidade do alimento.

A Cap-Lab comercializa três tipos de crioscópio, cada um com suas particularidades e métodos de funcionamento. A ideia é atender desde o pequeno produtor até as grandes indústrias. Confira os modelos abaixo:

 

Crioscópio Eletrônico Especial One

Que tal ter um crioscópio leve, que pode ser levado para qualquer lugar? Este é o maior benefício do Especial One: com apenas 4 quilos, é o menor equipamento para Crioscopia disponível no mercado.

Mas não se engane com o tamanho! O Especial One incorpora as tecnologias eletrônicas mais atuais para o campo laboratorial. Seu menu é objetivo e fácil de operar, e seu display conta com um teclado de setas intuitivo.

Sua funcionalidade simples é uma mão na roda para o operador, que conta com a vantagem de ter o tempo de análise otimizado. Basta 2,5ml de amostra de leite, no máximo, para fazer a análise crioscópica em até 1 minuto e meio.

Ao comprar o Especial One, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Crioscópio Especial AutoTouch

Uma interface didática, colorida e em touchscreen: o AutoTouch chega para facilitar qualquer processo de Crioscopia. Seu menu é em Português e muito intuitivo: tudo o que o operador precisa está a distância de um toque.

A visualização das curvas das amostras e da calibração é clara e objetiva, o que ajuda a simplificar a análise. Possui memória para guardar os últimos 64 mil resultados e gera planilhas que podem ser extraídas via porta USB. Além disso, seu design é compacto e robusto, o que faz do aparelho um dos mais leves no mercado.

Ao comprar o Especial AutoTouch, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Cryotouch 20

Tecnologia italiana, o Cryotouch 20 é um crioscópio tipo “carrossel”. Ele tem a capacidade de analisar até 20 amostras em sequência, de maneira autônoma, identificando-as com registros individuais e alfanuméricos.

Possui memória para guardar até 4000 resultados e conta com o software próprio para manipulação de dados. Além disso, também possui conexão direta com computador pessoal e porta USB, para download dos dados via pendrive.

 

Quais são os materiais necessários para fazer a Crioscopia?

 

Quais são os cuidados básicos em um procedimento de Crioscopia do leite?

 

Realize a calibração do equipamento antes das análises

É como diz aquele ditado: nada no mundo é perfeito. Os equipamentos de medições também não são. Portanto, para garantir que as análises das suas amostras de leite acontecerão sem desvios, o crioscópio precisa estar  calibrado.

Para fazer a calibração do jeito certo, leia o manual de instruções do seu crioscópio. Cada equipamento tem um método de funcionamento e um número indicado de testes.

Como o informado no tópico anterior, são indicadas três soluções padrão para calibração. Cada uma atende um ponto chave para a medição do índice crioscópico. Antes de utiliza-las, faça a homogeneização por inversão, virando cuidadosamente o recipiente da solução de cabeça para baixo. Tome cuidado para não fazer bolhas.

Quando as soluções padrão estiverem acabando, o melhor é fazer o descarte. Quando estão no fim, elas tendem a ficar mais concentradas e podem desviar o processo de calibração.

 

Cuidado com o nível da solução anticongelante

Todo crioscópio tem um compartimento, geralmente na sua parte traseira, para a inserção de uma solução anticongelante. Como resultado, conseguimos fazer a análise crioscópica sem que ocorra o super congelamento da amostra.

O nível de solução anticongelante a ser utilizado no equipamento está devidamente descrito em seu manual de instruções. Siga à risca as orientações do manual, dessa forma você não terá problemas durante a análise de uma amostra.

 

Referências

NOGARA, Karise F. Crioscopia do leite: para que serve e o que ela indica? Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2022.

SOUZA, Letícia B. et al. Composição e características dos componentes do leite. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 27 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2021.

FOGAÇA, Jennifer. Crioscopia ou Criometria. Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

FOGAÇA, Jennifer. O que são as propriedades coligativas? Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.