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Quais são as análises físico-químicas para o recebimento do leite na indústria?

O leite é um alimento composto por muitos nutrientes disponíveis, sendo considerado propício para o desenvolvimento dos microrganismos.
Nisso, não apenas há o risco da contaminação por patógenos, como também o crescimento de microrganismos deteriorantes, que diminuem a qualidade nutricional ou fermentam o leite. Consequentemente poderá haver o risco de contaminação por microrganismos patógenos que podem causar males a saúde do consumidor, e por deterioradores que podem diminuir a qualidade nutricional do leite, e iniciar um processo de fermentação indesejado.

Com o intuito de prevenir tais ações microbiológicas, a IN 76/2018, defini algumas regras de armazenamento e transporte para o leite in natura.

 

 

Temperatura

Para fazer a medição da temperatura, é recomendado que seja coletada uma amostra de um leite devidamente homogeneizado, com o auxílio de uma caneca de inox com cabo longo. Inserir o termômetro tipo espeto na amostra coletada, aguardar até que a temperatura seja estabilizada e proceder a leitura diretamente no visor do mesmo.

Por exemplo: O termômetro MV-363A (figura abaixo) é um instrumento digital portátil, tipo vareta, a prova de água, LCD de 3 1/2 dígitos, resolução de 0,1°C ou 0,1°F, precisão básica de 3°C, registro de máximo e mínimo. Possui sensor de aço inoxidável, sendo normalmente utilizado para medição da temperatura de alimentos.

 

 

 

Alizarol

A estabilidade térmica é um fator de avaliação indispensável para garantir a qualidade do leite, desde a coleta até o recebimento na indústria. Sendo utilizado para avaliar se o leite está apto para passar por tratamento térmico.

Quando o leite é recepcionado pela indústria, o primeiro procedimento ao qual ele será exposto é o de pasteurização. Para isso, ele percorre tubulações muito quentes, que podem coagular o leite caso suas proteínas não apresentem estabilidade suficiente para ser processado.

O Alizarol é uma solução a base de álcool etílico, com concentração mínima de 72°GL, contendo indicador de pH alizarina causando a desestabilização das micelas de caseína quando entra em contato com o leite. Caso o leite apresente desequilíbrio salino ou instabilidade térmica, ele irá coagular quando entrar em contato com o alizarol. Pode-se avaliar a faixa de pH através da coloração da amostra analisada, conforme indicado na escala colorimétrica a baixo.

 

 

 

Coloraçãoes:

Em indústrias, é comum que o procedimento da prova de Alizarol seja manual, utilizando pipetas e tubos de ensaio. Para os motoristas dos caminhões de coleta, que realizam a análise durante a captação do leite, é recomendado o uso Salut ou Neurex.

 

Acidez

Apesar do teste de Alizarol indicar o nível de acidez do leite, apenas a análise de acidez titulável entrega números objetivos. O desenvolvimento da acidez do leite deve-se, principalmente à degradação da lactose (carboidrato presente no leite) em ácido lático, pela ação de microrganismos.

A análise consiste em adicionar uma solução indicadora na amostra de leite e realizar a titulação. A leitura na bureta do acidímetro é direta em °D, pois cada 0,1 mL de solução Dornic corresponde a 10°D, e cada 10° Dornic correspondem a 0,01% de ácido lático. Os pontos críticos desta análise são a leitura do menisco na escala do acidímetro e ponto de viragem da amostra.

 

Crioscopia

O objetivo desta análise é detectar a fraude por adição de água. A adição de água ao leite altera o PC (ponto crioscópico), fazendo com que este se aproxime de zero (ponto de congelamento da água), porque se diluem as concentrações dos componentes que estão em solução verdadeira na água do leite.
A faixa de crioscopia ideal seria de – 0,555°H a – 0,530°H, como informado na imagem a baixo:

Valores acima ou abaixo da faixa ideal podem ser considerados como fraude por aguagem ou fraude por adição de reconstituintes de densidade.

 

pH

O pH ideal do leite apresenta faixa de 6,6 a 6,8. É importante frisar que um pH na faixa alcalina pode indicar fraude por adição de neutralizantes de acidez sendo que um pH alcalino, indica fraude por neutralizantes. Veja abaixo as faixas de pH de alguns com alguns produtos conhecidos:

 

 

Densidade

A densidade do leite tem faixa ideal entre 1028 a 1034 g/L a 15°C, sendo considerada possível fraude por adição de água quando o resultado se apresenta abaixo do limite mínimo. Eventualmente também poderá indicar problemas na saúde do animal. É importante frisar que a densidade depende também do teor de gordura e de sólidos não-gordurosos disponíveis no leite, pois a gordura tem densidade menor que a da água.

 

Gordura

A metodologia analítica baseia-se na separação e quantificação da gordura por meio do tratamento da amostra com ácido sulfúrico e álcool isoamílico. O ácido dissolve as proteínas que se encontram ligadas à gordura, diminuindo a viscosidade do meio, aumentando a densidade da fase aquosa e fundindo a gordura, devido a liberação de calor proveniente da reação, o que favorece a separação da gordura pelo extrator (álcool isoamílico).

 

Proteína

proteína do leite é composta por 80% caseína e 20% proteína do soro do leite. A caseína é uma proteína “lenta” por causa de sua taxa mais lenta de digestão que resulta em uma distribuição mais prolongada de aminoácidos à circulação. Já a proteína do soro do leite é uma proteína “rápida” porque é rapidamente digerida, levando a um aumento rápido dos níveis sanguíneos de aminoácidos, e estimula a síntese proteica e a oxidação. Ela interfere diretamente no rendimento dos derivados fabricados a partir do leite.
Esta metodologia analítica baseia-se na transformação do nitrogênio da amostra em sulfato de amônio através da digestão com ácido sulfúrico p.a. e posterior destilação com liberação da amônia, que é fixada em solução ácida e titulada.

 

Lactose

A análise de lactose tem como função determinar o teor de lactose presente no leite, para que posteriormente estas informações possam ser utilizadas na tecnologia de fabricação de produtos 0% lactose ou informações de rotulagem.

 

Extrato seco

Chamamos de extrato seco total quando a gordura é somada ao estrato seco do leite que é representado pela % de sólidos disponíveis, e extrato seco desengordurado quando não se tem a gordura na soma desta %.
Os resultados do EST e do ESD se dão através fórmulas ou análises em equipamentos, e, são utilizados para auxílio na determinação do rendimento de derivados.

 

A realização de análises de composição do leite é fundamental para auxiliar na produção de leite e derivados, garantindo um produto de qualidade.

 

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Referências:

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 2ª ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

Análises Físico-Químicas. Cartilha com metodologias de análises físico-químicas para leite e derivados. 2º Edição Ampliada e Revisada.

GUERRA, M. G. et alDisponibilidade e qualidade da água na produção de leite. Acta Veterinaria Brasilica, v. 5, n. 3. 2011.

Instrução Normativa Nº 76, de 26 de Novembro de 2018.

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Qualidade da Água: saiba as definições, como analisar e por que é indispensável

técnico analisando a qualidade da água

Nós precisamos de água para tudo no nosso dia-a-dia: hidratação, higiene, agricultura, industrialização e muito mais. Por isso, garantir sua qualidade é prioridade para a gestão de recursos hídricos dos países.

O Brasil, por exemplo, tem cerca de 12% de toda a água doce disponível no planeta. Cada uso demanda padrões diferentes de qualidade, e por isso foram criados os métodos de análise e tratamento da água.

Visto que a qualidade da água é um tema complexo, nosso trabalho neste texto é descomplicar o máximo possível para você. Vamos começar?

 

 

O que define a qualidade da água?

A água é, sem dúvida, um dos compostos mais importantes da história do ser humano sobre a Terra. Sem ela não há saúde, economia ou qualidade de vida, afinal. É a água que dá vida às plantações, permite a fabricação de vários produtos e hidrata o nosso corpo.

O recurso natural mais precioso do planeta tem uma composição harmoniosa, e por isso permite o crescimento de uma fauna e flora próprias, com realização de fotossíntese e disposição de nutrientes. Além disso, atua também como solvente universal quando está no estado líquido.

Por ser tão completa, é natural que a água tenha diversas aplicações em nosso cotidiano. Mas ela não deve ser a mesma para todos os seus usos.

É aqui que entra o conceito de qualidade da água: do ponto de vista prático, é a análise das suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Dessa forma, é possível descobrir qual é a água ideal para cada tipo de uso.

 

O que compromete a qualidade da água?

Por causa da sua fluidez, a água consegue dissolver e se misturar com inúmeros elementos e substâncias. Sendo assim, basta entrar em contato com um material ou ambiente para que ela carregue um pouco deles em sua composição.

A água mineral, por exemplo, leva esse nome porque tem origem em aquíferos cercados de materiais rochosos. Uma vez que as rochas soltam minérios, a água os incorpora. Neste caso, são substâncias que fazem bem à saúde de quem beber. Mas, é claro, nem tudo são flores.

 

Principais categorias de contaminantes da água

A presença desses materiais pode causar alterações nos parâmetros físico-químicos da água, de tal forma que coloca a sua conformidade em cheque. Mas se a água incorpora tanta coisa ao mísero contato, o que deve ser monitorado?

Para responder a esta pergunta, em primeiro lugar precisamos saber mais sobre os órgãos responsáveis pela água no Brasil. Em seguida, quais são os marcos legais da legislação sobre o tema e os padrões de qualidade que foram estabelecidos.

 

Quais são os padrões de qualidade da água no Brasil?

Quem cuida da água no Brasil é o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), que foi criado através da Lei Federal nº 9.433, de 1997.

O SINGREH conta com a participação de órgãos executivos e deliberativos, alguns em âmbito nacional e outros de dimensões estaduais. Algumas das funções desses órgãos são, por exemplo, a regulação de contratos e o controle das operações que envolvam água.

Por outro lado, a entidade responsável pela classificação das águas disponíveis em todo o Brasil é o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). São três tipos de águas brutas: as doces, as salinas e as salobras, que são divididas em classes que orientam seus usos.

 

A partir da divisão das classes da água, o CONAMA mapeou os usos para os quais o recurso é destinado. Sendo assim, os usos são divididos em duas categorias:

 

Resoluções do CONAMA sobre a água

As resoluções do CONAMA contam com tabelas de padrões de qualidade, a fim de listar os parâmetros e seus valores máximos permitidos. Eles devem orientar as análises de conformidade da água, segundo a classe à qual ela pertence. As mais relevantes são:

 

Quais são os principais usos da água no Brasil?

 

Abastecimento doméstico

É a água que usamos para beber, tomar banho e cozinhar, entre outras funções. É dependente de estações de tratamento de água e análises da qualidade para consumo humano.

Mesmo que as águas destinadas para este abastecimento sejam das classes mais altas entre os recursos hídricos, a lei diz que é obrigatório que ocorra um processo de desinfecção. Pode ser de tratamento simplificado ou convencional.

A orientação é seguir os padrões de potabilidade da água estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 5, criada em 2017 pelo Ministério da Saúde e que foi parcialmente alterada pela Portaria nº 888, de 2021.

 

Abastecimento industrial

Pode ser usada como matéria-prima e como solvente, além de ser parte importante dos procedimentos de higienização. A orientação é, acima de tudo, não possuir substâncias e organismos que façam mal à saúde. Também deve ter baixa dureza e baixa agressividade.

No caso da indústria de alimentos, manter o controle de qualidade da água é importante para a conformidade do produto final. Por isso, é recomendado que as fábricas de alimentos contem com suas próprias estações de tratamento de água, se for posível.

 

Irrigação

É o maior uso da água em território nacional, já que corresponde à metade do que é retirado dos recursos hídricos. Visto que é enviada para a atividade agrícola, a quantidade varia dependendo do tipo de cultura, solo, relevo, clima e equipamentos utilizados.

Desse modo, a orientação geral é que tenha baixa dureza, agressividade e salinidade. Além disso, deve ser isenta de substâncias químicas e organismos prejudiciais à saúde, ao solo e às plantações.

 

Uso animal

É a água que vai para o desenvolvimento da pecuária, aquicultura e pesca. A quantidade destinada varia dependendo do tipo da cultura, sendo que 87% da demanda corresponde à criação de bovinos.

Para que a água não faça mal à saúde dos animais, a orientação é que não contenha substâncias químicas e microrganismos patogênicos. Dessa forma, é possível garantir a conformidade dos produtos finais.

 

Preservação da fauna e flora

Voltadas para a preservação das comunidades aquáticas em território nacional, é uma demanda atendida por classes de águas doces, salobras e salinas. Seu padrão de qualidade varia de acordo com os requisitos ambientais da fauna ou flora que se deseja conservar.

 

Recreação e lazer

São as águas direcionadas para o turismo náutico, prática de esportes aquáticos e outras usos. De acordo com as legislações do CONAMA, são catalogados dois tipos de recreações:

Assim como qualquer recurso hídrico direcionado para uso humano, as águas para recreação e lazer não devem conter substâncias químicas ou organismos prejudiciais à saúde. Além disso, também é orientado que possuam baixos teores de sólidos em suspensão, óleos e graxas.

 

Geração de energia

São as águas voltadas para o funcionamento de usinas hidroelétricas e termelétricas. De acordo com a orientação geral, as águas direcionadas para geração elétrica devem ter baixa dureza e agressividade.

 

 

Índices de Qualidade de Água usados no Brasil

Cada uso de água demanda critérios diferentes de qualidade. O CONAMA permite o uso de índices personalizados para que os órgãos estaduais façam a análise das águas. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), são sete os principais índices utilizados no Brasil:

  1. Índice de Qualidade das Águas (IQA): criado pela National Sanitation Foundation, órgão que fiscaliza recursos hídricos nos EUA. Avalia a qualidade da água para uso doméstico.
  2. Índice do Estado Trófico: verifica a presença de nutrientes na água, visto que podem incentivar a proliferação de algas e presença de odores fortes quando estão em altas quantidades .
  3. Análise de Balneabilidade: mede a qualidade da água para uso recreativo em praias, lagos e rios.
  4. Qualidade de Água para a Proteção da Vida Aquática (IVA): análise das propriedades da água para a fauna e flora aquáticas.
  5. Índice de Qualidade da Água Bruta para Fins de Abastecimento Público (IAP): desenvolvido no Brasil, aprimora o IQA e adiciona outros parâmetros de análise, como a presença de substâncias tóxicas, ou que afetem sua qualidade para os sentidos humanos.
  6. Qualidade de Água em Reservatórios (IQAR): critério que analisa os parâmetros da água em reservatórios de abastecimento.
  7. Índice de Contaminação por Tóxicos: criado no Brasil, analisa parâmetros químicos que podem causar danos à saúde por ingestão da água.

 

Qual é o padrão de qualidade da água para uso em laboratório?

A água utilizada em laboratórios vem das fontes direcionadas para o abastecimento doméstico urbano. Apesar de ser retirada das classes mais altas dos recursos hídricos e tratada em estações, ela ainda não está adequada para o uso laboratorial.

Acontece que, mesmo depois do tratamento, a água ainda possui alguns elementos e substâncias. O flúor, por exemplo, é adicionado visando a saúde dental dos consumidores.

Já outros materiais, orgânicos e inorgânicos, são liberados pelo contato da água com as tubulações, tanques de estocagem e torneiras. Sem falar nos microrganismos, que estão por toda a parte. É por isso que, na rotina do laboratório, é preciso transformar a água potável em água reagente.

 

Qual é a diferença entre a água potável e a água reagente?

Pois é, a água boa para beber não é suficientemente pura para uso laboratorial. E nem poderia ser, já que a água reagente não é adequada para o consumo.

A água considerada potável tem íons e sais que são essenciais para hidratar o corpo humano. A água reagente, por outro lado, só passa a ser considerada pura se contém o mínimo, ou elimina todos eles.

 

 

Os íons, sais e microrganismos podem impactar nos resultados das análises, já que alteram a qualidade dos reagentes utilizados. Sendo assim, todo laboratório que se preze precisa trabalhar com métodos de purificação da água.

É por isso que a Cap-Lab comercializa dois métodos de purificação de água: destiladores e equipamentos de osmose reversa. A combinação dos dois métodos dá uma ótima água pura, que atende a maior parte dos procedimentos de rotina de um laboratório de análise.

Há dois tipos de destiladores disponíveis: o tipo Pilsen, que é instalado em paredes e possui capacidade para lidar com grandes fluxos de água, e o de bancada, que deve ser usado junto com carvão ativado para filtrar as impurezas.

Destilador de Água Tipo Pilsen

Destilador de Água de Bancada Osmose Reversa

 

Quais são os parâmetros para analisar a qualidade da água?

 

Parâmetros físicos

 

Temperatura

Variações térmicas vêm de causas naturais, não apenas da influência do sol e das estações do ano, como também pela ação humana. A temperatura afeta diretamente a tensão superficial da água e pode aumentar sua viscosidade, bem como impactar os organismos aquáticos.

 

Sabor, odor e cor

São parâmetros de alta importância para a distribuição de uso doméstico e industrial. Uma vez que a água não está insípida, inodora e incolor, há um indicativo da presença de microrganismos e resíduos orgânicos e inorgânicos.

 

Turbidez

Imagine, por exemplo, que você está tomando água em um copo de vidro transparente, sentado em um parque ao meio-dia. À medida que a luz do sol bate no copo, você repara que a água está com um aspecto turvo.

Isso acontece porque a luz tem dificuldade em atravessar as partículas em suspensão, que estão dispersas na água. A turbidez pode ser fruto do crescimento de bactérias ou da presença de sólidos.

 

Sólidos totais dissolvidos

É o parâmetro que mede a quantidade de solutos dissolvidos na água. Costuma identificar materiais como bicarbonato, sódio, magnésio, cálcio e cloretos.

Apesar de serem emitidos em fontes naturais, as principais razões para a presença de sólidos em água são contato com resíduos industriais, esgotos, produtos químicos e atividades ligadas a agricultura.

 

Condutividade elétrica

A água conduz eletricidade por causa dos íons em sua composição, geralmente vindos dos sais. Sendo assim, medir a condutividade da água ajuda a determinar com precisão seu grau de salinidade. Se o índice for alto, é indicativo da presença de contaminantes.

 

 

Parâmetros químicos

 

pH

É o potencial hidrogeniônico da água. É medido em uma escala que vai de 0 a 14, para que se classifique a substância como ácida, neutra ou básica/alcalina. Influencia na qualidade da água, dependendo do seu uso. Para beber, o pH ideal é entre 6 e 9,5.

 

Alcalinidade

É o parâmetro que indica o quanto a água consegue absorver substâncias ácidas sem que o pH se altere. É muito importante para a aquicultura e as estações de tratamento de água, já que ajuda a definir a quantidade de produtos químicos que serão utilizados.

 

Dureza

Quando há altas concentrações de sais, como cálcio e magnésio, ou metais bivalentes, a água é considerada “dura”. Ao ser utilizada, essa água pode manchar roupas, entupir canos e conexões, ressecar a pele e os cabelos, além de diminuir a vida útil de equipamentos.

 

Metais

Podem vir do contato natural da água com o solo e as rochas, mas também de resíduos industriais. Alguns, como o ferro e o manganês, causam alterações em parâmetros físicos da água. Outros, como o chumbo, são tóxicos e extremamente prejudiciais à saúde.

 

Fósforo e Nitrogênio

São nutrientes que, se estiverem em alta quantidade, facilitam o desenvolvimento de algas indesejadas. A presença de algas na água altera alguns parâmetros físicos, principalmente o sabor o odor.

 

Fluoretos

O flúor é colocado na água durante o tratamento para abastecimento doméstico, para ajudar na saúde bucal e manutenção da arcada dentária. No entanto, se estiver em altas quantidades, pode causar doenças, déficits cognitivos e até mesmo câncer.

 

Oxigênio dissolvido

A água, naturalmente, tem oxigênio dissolvido em sua composição. Sem o oxigênio, não há vida para os organismos aquáticos aeróbios.

A quantidade de oxigênio dissolvido depende da altitude e da temperatura de onde a água foi retirada. Também pode ser diminuído pela presença de matéria orgânica, já que isso coloca as bactérias para trabalharem na decomposição, consumindo muito oxigênio no processo.

 

Matéria orgânica

É primordial para a vida e nutrição de seres aquáticos, mas em grandes quantidades causam alterações em parâmetros físicos e químicos da água. Quanto mais matéria orgânica, mais o oxigênio dissolvido diminui, o que causa desequilíbrios ecológicos.

 

Componentes inorgânicos

Agrotóxicos, detergentes, cianetos e produtos químicos entram em contato com a água por causa de dejetos industriais e atividades extrativistas, como o garimpo e a mineração. Devem ser monitorados, pois são prejudiciais à saúde dos seres humanos e dos animais.

 

 

Parâmetros biológicos

Já que a água repleta de nutrientes, ela é um prato cheio para microrganismos de todas as classificações. Nas análises de qualidade, alguns devem ser acompanhados com atenção: as bactérias patogênicas e as algas.

As algas surgem em águas com excesso de matéria orgânica. Elas podem trazer alterações de sabor, cor e odor, reduzem o oxigênio dissolvido e interferem em processos de tratamento de água.

As bactérias patogênicas, por outro lado, são um perigo para a água destinada ao uso humano e animal. Indicativo de que houve contato com dejetos, podem causar doenças sérias como febre tifóide, cólera, gastroenterites e diarreias sanguíneas.

 

 

O que há no catálogo da Cap-Lab para analisar a qualidade da água?

 

Para análises físicas

Para verificar a cor da amostra de água, temos o Colorímetro Portátil Checker® Hanna HI727. Em análises de turbidez, o Turbidímetro Milwaukee Mi415 trabalha com uma faixa ampla de medições. Por fim, contamos com uma ampla linha de termômetros para definições de temperatura.

Colorímetro Portátil Checker HC Analisador de Cor de Água HI727

 

Turbidímetro Milwaukee MI415 Termômetro Digital com Sonda Checktemp HI98501

Há diversas opções para análise de cloro: os Analisadores Portáteis Checker® HC Hanna conseguem medir a quantidade de cloro livre, cloro total e cloro total faixa ultra alta. Entregam resultados rápidos, cabem no seu bolso e são simples de operar. Para essas medições, também estão disponíveis o Microquant® Cloro Livre Merck e os Fotômetros Milwaukee.

Analisador Checker para Cloro Livre Hanna

 

Microquant Cloro Livre Fotômetro Portátil para Cloro Total MW11

Para medir a condutividade elétrica da água, temos os condutivímetros de bolso HI98303 da Hanna e o CD601 da Milwaukee. Ambos possuem compensação automática de temperatura, mas são diferentes na faixa de medição e resolução.

Condutivímetro de Bolso Hanna HI98303 Condutivímetro de Bolso Milwaukee CD601

 

Para análises químicas

Os pHmetros Milwaukee contam com eletrodo de pH e uma sonda de temperatura, para compensação dos efeitos durante as medições. Há modelos de bancada, portáteis ou de bolso. Os eletrodos podem ser para amostras sólidas ou líquidas. Possuímos também pHmetros direcionados para aquarismo, tratamento de piscinas e aplicações robustas.

Caso o desejo seja uma análise mais simples, o Teste de pH 1-14,0 MQuant® Merck atende perfeitamente: são 100 tiras que entregam o valor do pH de forma semiquantitativa, a partir de uma escala de cores.

pHmetro de Bancada Milwaukee MW150 pHmetro Portátil Milwaukee MW105 pHmetro de Bolso Milwaukee Teste de pH MQuant Merck

Para medir o oxigênio em água, o Medidor de Oxigênio Dissolvido Milwaukee MW600 é um dos queridinhos do mercado. É portátil, possui uma estrutura robusta e conta com uma bateria com até 70 horas de uso contínuo.

Medidor de Oxigênio Dissolvido Milwaukee MW600

 

Para análises microbiológicas

Os Luminômetros Hygiena detectam trifosfato de adenosina, ou ATP, uma molécula de energia que pode ser encontrada em qualquer matéria orgânica. Através dos dispositivos AquaSnap Free e Total é possível monitorar a eficiência de limpeza em amostras de água vindas do processo de enxágue.

Para detecção de microrganismos, também é possível usar o MicroSnap: há testes para contagem total, Enterobactérias, Coliformes e Listeria. As amostras precisam de incubação, com resultados em menos de 24h.

Teste por ATP AquaSnap Livre e Total Luminômetro Hygiena EnSURE Touch Teste Microbiológico por ATP MicroSnap

Outra opção para as análises microbiológicas é a linha de meios de cultura granulados da Merck. Com foco exclusivo em Coliformes e E. coli, é possível fazer medições presuntivas com o Agar Cristal Violeta Vermelho Bile (VRB), e confirmativas com o Caldo EC ou o Caldo Verde Brilhante Bile 2%.

Para uma análise mais rápida e qualitativa de Coliformes e E. coli, também indicamos o Readycult® Coliforms 100 Merck. O pacote contém 20 testes, e um flaconete é o suficiente para 100mL de amostra de água.

Meios de Cultura Granulados Merck Readycult Coliforms 100 Merck

Outra opção para análise de microrganismos são as placas Compact Dry, que podem ser mantidas em temperatura ambiente e reduzem o espaço de estocagem em até 90%. Elas são transparentes e facilitam a contagem de colônias.

Compact Dry

 

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Referências

CASTANHEIRA, A. C. Controle de Qualidade de Leite e Derivados. 2ª ed. São Paulo: Cap-Lab, 2010. 269 p.

GUERRA, M. G. et al. Disponibilidade e qualidade da água na produção de leite. Acta Veterinaria Brasilica, v. 5, n. 3, p. 230-235, 2011.

FERNANDES, A.; NOGUEIRA, M.; RABELO, P. Escassez e qualidade da água no século 21. Informe Agropecuário, v. 29, n. 246, p. 86-101, 2008.

GIRARDI, R; VENZON, P. T. Parâmetros de qualidade da água de rios e efluentes presentes em monitoramentos não sistemáticos. Revista de Gestão de Água da América Latina, v. 16. e. 2, 2019.

LÁZARO DA SILVA, J. C. A qualidade das águas superficiais e os principais critérios de avaliação. Goiânia, GO: Brasil Escola, c2022. Acesso em: 6 jun. 2022.

ANA – Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Brasília, DF: Governo Federal, c2021. Acesso em: 14 jul. 2022.

ANA – Agência Nacional de Águas. Indicadores de Qualidade – Índice de Qualidade das Águas (IQA). Brasília, DF: Governo Federal, c2022. Acesso em: 22 jul. 2022.

EOS CONSULTORES. Qualidade da Água: conheça os parâmetros de monitoramento no Brasil. Campo Grande, MS: EOS Consultores, c2022. Acesso em: 6 jun. 2022.

SANCHES, C. Como manter a qualidade da água nos laboratórios. São Paulo: LabNetwork, 2015. Acesso em: 21 jul. 2022.

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Analisador de Umidade: por que seu uso é essencial para o Controle de Qualidade?

analisador de umidade

Fazer o controle e monitoramento da qualidade dos produtos é uma obrigação das cadeias produtiva e industrial. Visto que os órgãos fiscalizadores estão sempre a postos para identificar possíveis inconformidades, o uso do analisador de umidade é necessário para alguns setores.

O analisador de umidade atende a vários segmentos do mercado justamente por entregar dados sobre a quantidade de água presente nos produtos. A água é um fator essencial para o crescimento microbiano, e por isso deve ser monitorada constantemente.

Mas afinal, como funciona um analisador de umidade? Quais são os setores que devem fazer uso deste equipamento? E como escolher um analisador de qualidade? Falamos sobre esses tópicos neste texto! Vamos começar?

 

 

Por que usar um Analisador de Umidade?

Vamos fingir, por exemplo, que você trabalha fazendo o controle de qualidade em uma indústria de alimentos. Sua função é garantir que os produtos fabricados ali cheguem em excelentes condições ao consumidor final.

Visto que a matéria-prima chegou até a indústria, ela passou por uma cadeia produtiva primeiro. Você sabe que o produto interage com o ambiente externo, podendo sofrer alterações por causa da temperatura e umidade do ar. E também que haverá nele uma atividade de água interna, que transforma aos poucos a sua estrutura.

Para realizar o controle de qualidade na indústria, sem dúvida você precisa saber os detalhes da composição do produto. Recolher dados de análises físico-químicas faz parte da sua rotina.

O Analisador de Umidade é responsável por uma das análises mais importantes: a do teor de umidade. Esse dado é essencial para definir a qualidade da matéria-prima e, portanto, do produto final que será feito com ela.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra tudo o que você precisa saber sobre Higiene na Indústria de Alimentos

 

Qual é a diferença entre o teor de umidade e a atividade de água?

Antes de nos aprofundarmos nos usos do Analisador de Umidade, primeiramente devemos falar sobre o teor de umidade e o índice de atividade de água. É comum que confundam esses dois parâmetros.

O teor de umidade é indispensável para o controle de qualidade de um produto, assim como a atividade de água. E, apesar de se relacionarem entre si, há uma diferença importante entre os dois.

Podemos dizer que o teor de umidade é a porcentagem da água total que há em um produto. A água total é a soma das três formas em que ela se apresenta: a água ligada, a água adsorvida e a água livre.

O índice de atividade de água (Aw) é o total da água livre de um produto. Uma vez que está disponível na estrutura do material, os microrganismos e enzimas a utilizam para suas reações metabólicas.

 

Qual é a relação entre a água e o crescimento de microrganismos?

Devemos pontuar que um alto índice de atividade de água não é indicativo de que o teor de umidade do produto é elevado. Vejamos o caso do pão, só para ilustrar: é um alimento com 40% de teor de umidade, o que é considerado baixo, enquanto sua atividade de água é alta (0,96).

Ou seja, enquanto o teor de umidade mede a quantidade de água no produto, o índice de atividade de água nos esclarece o quanto dessa água está disponível para os microrganismos e enzimas.

Com exceção dos microrganismos de baixa exigência, de forma geral podemos dizer que quanto maior é a atividade de água, maior e melhor é o crescimento microbiano.

 

Para que serve um Analisador de Umidade?

O teor de umidade, além de interferir na vida útil de um produto, também influencia em seu peso total. A umidade pode até não estar aparente, mas ela compõe a estrutura da matéria tanto quanto os sólidos.

É por isso que o analisador de umidade funciona como uma balança: ao depositar a amostra no prato, a primeira coisa que o aparelho fará é medir o seu peso total. Para chegarmos até o teor de umidade, no entanto, precisamos de um aumento de temperatura.

Sendo assim, o analisador de umidade opera no que chamamos de princípio termogravimétrico: a partir de um processo de aquecimento, a secagem da amostra faz com que seu peso diminua. A porcentagem do peso perdido indica seu teor de umidade.

Há dois tipos de analisadores de umidade: os que aquecem por infravermelho e por lâmpada de halogênio. A diferença entre os dois é o tempo de secagem da amostra: os que funcionam por lâmpada halógena entregam análises mais rápidas.

 

Quais são os segmentos que precisam de um Analisador de Umidade?

Já que o teor de umidade interfere no tempo de conservação de qualquer produto, várias indústrias e segmentos de produção podem usar o analisador de umidade. Separamos aqui algumas áreas onde o uso deste equipamento é importante e indispensável.

 

Indústria de Alimentos

Antes de chegar à indústria, a matéria-prima dos alimentos passa pelas etapas de produção e transporte. Durante esses processos, a umidade relativa do ar (UR) certamente influencia no teor de umidade do material.

Além disso, a umidade que o material absorve do ambiente é água livre, aumentando o índice de atividade de água disponível aos microrganismos. Este fator é um dos pontos que devem ser levados em conta para definir o shelf life do produto industrializado.

Shelf life é o termo em inglês para “vida de prateleira”. Em outras palavras, é o tempo que determina a duração do alimento, ou seu prazo de validade. Este prazo é determinado por diversas variáveis, inclusive o teor de umidade do produto.

Para seguir as normas de segurança e qualidade dos alimentos, a indústria faz uso do analisador de umidade. Desta maneira é possível saber se a matéria-prima adquirida está adequada para a industrialização dos alimentos, assim como controlar o percentual de umidade de produtos acabados.

 

SAIBA MAIS: Microrganismos nos alimentos: como identificar e com quais a indústria deve se preocupar?

 

Agricultura e Pecuária

Dentro da cadeia do agro, o teor de umidade faz parte de um eterno ciclo. A análise da quantidade de água é uma tarefa necessária para entender o solo para o plantio, o peso da colheita, a alimentação do gado e, por fim, a qualidade do produto extraído.

 

Agricultura

O agricultor precisa conhecer a área do cultivo em detalhes, principalmente as características do solo. Aqui entra o primeiro uso do analisador: descobrindo o teor de umidade, é possível saber se o solo retém água ou não, o momento e a quantidade certa para irrigação, prevenir doenças na plantação e outras conclusões relevantes.

Além disso, outra tarefa do agricultor é realizar o processo de secagem da safra antes de comercializá-la. Já que o preço dos grãos é estipulado por seu peso e o teor de umidade influencia nisso, uma quantidade de água incomum pode ser considerado um indicativo de fraude.

Usando o analisador de umidade, o produtor verifica se o procedimento de secagem fez efeito e assegura a venda de uma safra boa, que está de acordo com os padrões de qualidade estipulados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

 

Pecuária

Assim como os alimentos ajudam na hidratação dos seres humanos, os concentrados que alimentam os animais da pecuária fazem a mesma coisa. Em resumo: quanto mais hidratados estão os animais, maior é a possibilidade de aumento da quantidade de água nos produtos extraídos deles.

Falando exclusivamente da pecuária leiteira, o nível de hidratação do gado pode refletir em um leite com mais água e menos constituintes sólidos. É por isso que um dos testes mais valorizados é a análise do teor de sólidos no leite, já que é assim que se descobre o Extrato Seco Total (EST) da amostra.

Portanto, com a ajuda de um analisador de umidade, é possível secar a quantidade de água que há no leite e descobrir o seu teor de sólidos. Quanto mais sólidos há no leite, mais nutrientes ele possui e maior é o rendimento da produção de laticínios como queijos, iogurtes e outros.

Por outro lado, uma quantidade incomum de água no leite pode ser um indicativo de fraude. Nesses casos, apenas a Crioscopia pode confirmar a suspeita.

 

LEIA TAMBÉM: Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

 

Indústria Farmacêutica

Medicamentos demandam muito cuidado em seu processo de produção. Qualquer interferência em sua composição química é certamente um fator de risco, o que deve ser evitado a todo custo. No entanto, é impossível fugir totalmente dos efeitos da umidade relativa do ar.

Quando um remédio é produzido, os farmacêuticos determinam qual é seu estado ideal – seja sólido, líquido ou em pó –, a fim de garantir o efeito esperado no organismo de quem for medicado. Um teor de umidade fora do comum permite o surgimento de fungos e bolores, pode oxidar comprimidos e empedrar medicamentos em pó.

Antes de comercializar o remédio, é importante a indústria verificar o teor de umidade de uma amostra. Medicamentos com quantidade de água fora do estipulado devem ser imediatamente descartados.

 

Indústria de Cosméticos

Cosméticos, assim como medicamentos, são baseados em formulações químicas e não escapam dos efeitos da umidade relativa do ar. E se tem água livre em excesso, há condições para os microrganismos fazerem a festa.

Cosméticos sólidos – como maquiagens em pó, talcos e sabonetes – são os mais afetados pelo alto teor de umidade. Os efeitos possíveis são empedramento, amolecimento e modificação do seu peso e volume, além do risco real de contaminação microbiológica.

Como é estipulado aos alimentos, os cosméticos também devem ter seu shelf life exposto na embalagem. Ao descobrir a quantidade de água, o analisador de umidade auxilia a indústria a definir o prazo de validade desses produtos.

 

Construção Civil

Imagine levantar um edifício sem usar materiais de qualidade? É tragédia na certa, ou muita dor de cabeça para o proprietário. O concreto, material que deixa qualquer construção em pé, é produzido com areia. E como não poderia deixar de ser, é aqui que a umidade relativa do ar ataca novamente.

São dois fatores que podem afetar a permeabilidade do concreto: o diâmetro dos grãos e o teor de umidade da areia utilizada. As usinas de concreto, que são responsáveis por produzir o material para as obras, precisam conhecer os detalhes da areia que vão utilizar.

Realizando testes com o analisador de umidade no concreto antes de comercializá-lo, essas usinas garantem um produto seguro e de qualidade para a construção civil levantar edifícios firmes, que não enfrentem problemas estruturais.

 

Qual Analisador de Umidade comprar?

 

Analisadores Bel i-Thermo

Recentemente a Bel tem investido em seus analisadores de umidade, lançando modelos completos e simples de operar. É o caso dos i-Thermo M5 163L e G163L, que contam com múltiplas opções de idiomas e suportam amostras de até 160g.

A principal diferença entre os dois é que o M5 163L possui tela grande de 5 polegadas em touchscreen, enquanto o display do G163L é de LCD com iluminação. Mas os dois equipamentos têm entrada USB para recolhimento de dados e armazenam o último ciclo de secagem utilizado.

Os analisadores i-Thermo também permitem a impressão dos dados da sessão por intervalo de tempo, que é totalmente definido pelo usuário.

 

Analisador Ohaus MB27

A Ohaus é conhecida por entregar excelentes analisadores de umidade, e está sempre buscando atualizar os equipamentos com as tecnologias mais atuais disponíveis para as análises. O modelo MB27 vem nessa linha, com aquecimento por lâmpada halógena e capacidade para amostras de até 90g.

Talvez o maior destaque do MB27 seja seu custo-benefício, que é um dos melhores do mercado. É um ótimo analisador para quem deseja fazer análises rápidas, confiáveis e de qualidade. Seu display é de LCD com iluminação e o equipamento possui até três modos de programação de secagem.

 

Este post foi útil? Então dê uma olhada no site da Cap-Lab, onde você encontra mais informações e artigos para laboratório! Entre em contato com o nosso Departamento de Vendas em vendas@cap-lab.com.br.

 

Referências

VALENTINI, Sílvia Regina T. et al. Determinação do Teor de Umidade de milho utilizando aparelho de microondas. São Paulo: SciELO – Scientific Electronic Library Online, 1998. Acesso em: 17 mai. 2022.

DA CUNHA, Humberto V. F. A diferença entre Atividade de Água (Aw) e o Teor de Umidade nos alimentos. Campinas, SP: Food Safety Brazil, 2016. Acesso em: 13 mai. 2022.

MONTANHINI, Maike T. M. Umidade relativa do ar em indústrias de laticínios. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

ALONSO, Vanessa P. Propriedades da água e sua importância na estabilidade de alimentos in natura e processados. São Paulo: Food Tech Blog, 15 mar. 2013. Acesso em: 16 mai. 2022.

SANTOS, Maurício S. Você sabe fazer a correção do peso de grãos com base na umidade? Santa Maria, RS: Mais Soja, 16 fev. 2021. Acesso em: 17 mai. 2022.

EALI. Shelf life: a importância para a qualidade e segurança dos alimentos. Porto Alegre, RS: Blog da Eali, 19 fev. 2020. Acesso em: 17 mai. 2022.

BANDERALI, Mauro. A importância do monitoramento da umidade do solo na agricultura. Rio de Janeiro: Jornal Dia de Campo, 2018. Acesso em: 13 abr. 2022.

RIBEIRO, Wandy. Indústria farmacêutica: conheça os prejuízos da alta umidade. Anápolis, GO: ICTQ – Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, c2016. Acesso em: 11 abr. 2022.

SUPORTE. Ensaios Geotécnicos: Determinação do Teor de Umidade. São Pedro, SP: Suporte, 29 jun. 2018. Acesso em: 16 mai. 2022.

ECO SONICS. Entenda a importância do controle de qualidade em setores industriais. Indaiatuba, SP: Blog da Eco Sonics, 5 mai. 2021. Acesso em: 12 abr. 2022.

THERMOMATIC. A importância de realizar o controle de umidade na indústria de cosméticos. São Paulo: Thermomatic, c2022. Acesso em: 13 abr. 2022.

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Descubra por que a Crioscopia do leite é essencial para garantir a sua qualidade

crioscópio para análises de leite

A Crioscopia do leite é um dos testes obrigatórios para a indústria de produtos lácteos. Apesar de ser considerado um alimento completo em questão de valores nutricionais, isso só é possível se a presença desses nutrientes estiver garantida em sua composição.

Por isso, é necessário que os profissionais do setor saibam o que é a Crioscopia, como ela se aplica na análise do leite e como fazer esse procedimento do jeito cert

Se interessou? Neste artigo vamos falar sobre a teoria da Crioscopia, bem como quais são os seus benefícios para a indústria de lácteos e tudo o que deve ser feito para garantir a qualidade do seu leite.

 

 

O que é a Crioscopia?

A Crioscopia é uma das propriedades coligativas das soluções e se refere a queda da temperatura de congelamento de uma substância.

Não sabe o que são as propriedades coligativas? Segundo a Química, essas propriedades atuam sobre o nível de concentração de um soluto quando é dissolvido em um solvente. Em outras palavras, qualquer substância que se dissolva quando entra em contato com outra é classificada como um soluto.

Veja, por exemplo, o caso do sal. Quando o colocamos na água, que é um solvente, ele se dissolve e cria uma solução: a água salgada. Dependendo da concentração de sal que há nessa água, maior é o seu efeito para as propriedades coligativas.

No caso da Crioscopia, precisaríamos de uma temperatura mais baixa para congelar totalmente essa água. Afinal, é a presença do sal que torna difícil o congelamento da substância.

Em resumo, qualquer solução com alta concentração de solutos terá um ponto de fusão menor. É possível observar isso em situações cotidianas, como o hábito de se jogar sal nas estradas para derreter a neve em países frios.

 

O que é a Crioscopia do leite?

Em termos químicos, o leite é considerado o melhor alimento que consumimos. Isso acontece porque ele conta com vários constituintes nutritivos: a lactose, as proteínas, as vitaminas e os sais minerais. O leite também tem aproximadamente 87% de água em sua composição.

constituintes do leite, seu teor e variação

Sendo assim, podemos afirmar que o leite é uma solução. São mais de 100 mil constituintes dissolvidos em água, formando o alimento que marca presença na rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo.

A qualidade do leite é medida pela concentração desses constituintes nutritivos. Afinal, é graças a eles que o leite faz bem à saúde de quem o consome. A indústria de lácteos também depende deles para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados.

Para que essa qualidade seja garantida, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) define a Crioscopia do leite como uma análise obrigatória. Visto que é uma propriedade coligativa, a Crioscopia determina o nível de concentração dos nutrientes do leite a partir do seu ponto de congelamento.

Segundo a Instrução Normativa nº 76, o padrão desejado para congelamento do leite deve estar entre -0,512°C e -0,536°C. Se o leite congelar a uma temperatura acima do padrão, ou seja, mais próxima de 0°C, é um sinal de que há mais água do que o normal. Nestes casos, há um indicativo de fraude.

 

Quais são os benefícios da Crioscopia do leite?

 

Avaliar a qualidade e a composição do leite

Quanto mais proteínas e gorduras o leite tem, maior é o seu rendimento na fabricação de derivados. Como resultado, mais valioso ele é. Quando há mais água do que o normal em sua composição, sua qualidade cai.

O índice crioscópico dá uma boa noção da concentração de solutos presentes no leite, apesar de não entregar os valores específicos. Junto com outros testes, como o de estabilidade ao alizarol, acidez, densidade e análise da composição do leite, a Crioscopia é parte essencial do controle de qualidade do alimento.

 

Descobrir fraudes por adição de água

Uma das fraudes mais fáceis de se identificar no leite é a adição de água, já que é justamente a sua quantidade que define o ponto crioscópico. Quanto mais próximo de 0°C o leite congelar, maior a chance de estar fraudado com água.

No entanto, é preciso destacar que há outros fatores que podem alterar a crioscopia do leite: além da possibilidade de fraude, deve-se considerar também o clima, a alimentação e os fatores genéticos do rebanho.

Outro ponto importante é a habilidade que algumas pessoas possuem para fazer a “fraude da fraude”, inserindo sólidos reconstituintes no leite, já fraudado com água, com o intuito de disfarçar a fraude. Por isso tantos testes são obrigatórios para a garantia de um leite de qualidade.

 

Analisar a situação do gado lactante

Há inúmeros fatores que podem alterar a quantidade dos constituintes do leite. Entre eles, destacamos:

É interessante observar os resultados de qualquer análise feita no leite extraído, incluindo a Crioscopia, a fim de verificar quais práticas e situações interferem na qualidade do leite durante a sua produção.

A partir da análise crioscópica, podemos observar como o clima influencia na produção leiteira. No verão, por exemplo, pode haver maior índice de água no leite, já que os animais se hidratam mais. A pressão osmótica do sangue do animal aumenta a pressão osmótica do leite, gerando um maior volume de água e elevando o índice crioscópico.

 

Como fazer a Crioscopia do leite?

Em primeiro lugar, para fazer o processo de Crioscopia em amostras de leite é preciso ter um crioscópio eletrônico. Este aparelho conta com uma tecnologia capaz de analisar o ponto de congelamento de uma amostra, devolvendo resultados objetivos sobre a qualidade do alimento.

A Cap-Lab comercializa três tipos de crioscópio, cada um com suas particularidades e métodos de funcionamento. A ideia é atender desde o pequeno produtor até as grandes indústrias. Confira os modelos abaixo:

 

Crioscópio Eletrônico Especial One

Que tal ter um crioscópio leve, que pode ser levado para qualquer lugar? Este é o maior benefício do Especial One: com apenas 4 quilos, é o menor equipamento para Crioscopia disponível no mercado.

Mas não se engane com o tamanho! O Especial One incorpora as tecnologias eletrônicas mais atuais para o campo laboratorial. Seu menu é objetivo e fácil de operar, e seu display conta com um teclado de setas intuitivo.

Sua funcionalidade simples é uma mão na roda para o operador, que conta com a vantagem de ter o tempo de análise otimizado. Basta 2,5ml de amostra de leite, no máximo, para fazer a análise crioscópica em até 1 minuto e meio.

Ao comprar o Especial One, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Crioscópio Especial AutoTouch

Uma interface didática, colorida e em touchscreen: o AutoTouch chega para facilitar qualquer processo de Crioscopia. Seu menu é em Português e muito intuitivo: tudo o que o operador precisa está a distância de um toque.

A visualização das curvas das amostras e da calibração é clara e objetiva, o que ajuda a simplificar a análise. Possui memória para guardar os últimos 64 mil resultados e gera planilhas que podem ser extraídas via porta USB. Além disso, seu design é compacto e robusto, o que faz do aparelho um dos mais leves no mercado.

Ao comprar o Especial AutoTouch, o cliente também leva um suporte para tubos, 24 tubos de crioscopia, 1 solução anticongelante e 3 soluções para calibração, nos padrões de -0,422°H, -0,530°H e -0,621°H.

 

Cryotouch 20

Tecnologia italiana, o Cryotouch 20 é um crioscópio tipo “carrossel”. Ele tem a capacidade de analisar até 20 amostras em sequência, de maneira autônoma, identificando-as com registros individuais e alfanuméricos.

Possui memória para guardar até 4000 resultados e conta com o software próprio para manipulação de dados. Além disso, também possui conexão direta com computador pessoal e porta USB, para download dos dados via pendrive.

 

Quais são os materiais necessários para fazer a Crioscopia?

 

Quais são os cuidados básicos em um procedimento de Crioscopia do leite?

 

Realize a calibração do equipamento antes das análises

É como diz aquele ditado: nada no mundo é perfeito. Os equipamentos de medições também não são. Portanto, para garantir que as análises das suas amostras de leite acontecerão sem desvios, o crioscópio precisa estar  calibrado.

Para fazer a calibração do jeito certo, leia o manual de instruções do seu crioscópio. Cada equipamento tem um método de funcionamento e um número indicado de testes.

Como o informado no tópico anterior, são indicadas três soluções padrão para calibração. Cada uma atende um ponto chave para a medição do índice crioscópico. Antes de utiliza-las, faça a homogeneização por inversão, virando cuidadosamente o recipiente da solução de cabeça para baixo. Tome cuidado para não fazer bolhas.

Quando as soluções padrão estiverem acabando, o melhor é fazer o descarte. Quando estão no fim, elas tendem a ficar mais concentradas e podem desviar o processo de calibração.

 

Cuidado com o nível da solução anticongelante

Todo crioscópio tem um compartimento, geralmente na sua parte traseira, para a inserção de uma solução anticongelante. Como resultado, conseguimos fazer a análise crioscópica sem que ocorra o super congelamento da amostra.

O nível de solução anticongelante a ser utilizado no equipamento está devidamente descrito em seu manual de instruções. Siga à risca as orientações do manual, dessa forma você não terá problemas durante a análise de uma amostra.

 

Referências

NOGARA, Karise F. Crioscopia do leite: para que serve e o que ela indica? Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 7 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2022.

SOUZA, Letícia B. et al. Composição e características dos componentes do leite. Piracicaba, SP: Rede Agripoint, 27 abr. 2021. Acesso em: 10 mar. 2021.

FOGAÇA, Jennifer. Crioscopia ou Criometria. Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

FOGAÇA, Jennifer. O que são as propriedades coligativas? Goiânia, GO: Manual da Química, c2022. Acesso em: 10 mar. 2022.

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Cap-Lab: entenda por que entregar qualidade é uma parte importante da nossa história

teste para detecção de antibióticos twinsensor

Completar 28 anos de estrada, nós sabemos bem, não é para qualquer negócio. É preciso ter muita dedicação, vontade de continuar, visão de futuro e, acima de tudo, um objetivo.

Em 1994, no meio da sala de casa, Ângelo Wilson Capeleto e Silvia Capeleto decidiram que poderiam fazer a diferença no setor de laticínios. Por seu trabalho na área, Ângelo tinha anos de conhecimentos valiosos e contatos acumulados nas mãos.

Foi essa experiência que deu vida a Cap-Lab, e é graças a ela que hoje temos 90 colaboradores em nosso quadro de funcionários e atendemos as maiores produtoras de laticínios do Brasil.

O objetivo da Cap-Lab vai além de entregar ao cliente o que ele precisa. O nosso foco está em oferecer soluções tecnológicas para garantir o controle de qualidade dos alimentos. O valor é gerado para o cliente, para o consumidor e para a sociedade.

Atualmente atendemos não apenas a indústria de alimentos e laticínios, como também os setores farmacêutico e químico, além de frigoríficos, laboratórios e instituições de ensino.

Para o setor de lácteos, que é a nossa especialidade, temos tudo o que a indústria e o laboratório precisam para a produção e comercialização de produtos seguros e saudáveis que só o leite de qualidade proporciona.

O leite de boa qualidade possui a composição e uma flora que contribuem para a fabricação de queijos, iogurtes e outros derivados. Resíduos de antibióticos afetam a usabilidade do leite, além de contribuírem com a resistência microbiana, um dos 10 maiores problemas para a saúde pública global segundo a OMS.

 

LEIA TAMBÉM: Por que devemos nos preocupar com a presença de antibióticos no leite?

 

Dentro desse cenário, nosso grande diferencial é a parceria com a Unisensor, empresa belga de alta credibilidade, que possui a linha mais completa para detecção de antibióticos no mercado, com validações feitas pelos principais órgãos internacionais.

Nessa ampla linha destacamos o TwinSensor, uma tira reativa para detecção rápida e simultânea de β-lactâmicos e tetraciclinas, que é o mais utilizado do Brasil, entregando resultados rápidos e fáceis de serem interpretados.

A Cap-Lab comercializa 13 tipos de testes rápidos da Unisensor, que identificam várias famílias de antibióticos, como as Sulfonamidas, Fluoroquinolonas, Aminoglicosídeos e muitas outras que são utilizadas para o tratamento da saúde do gado leiteiro. 

Para facilitar a análise dos resultados, também temos disponíveis leitores de tiras em nosso catálogo de produtos, como o ReadSensor. Este equipamento possui display com touchscreen, registra o número de identificação das amostras e consegue imprimir os dados dos testes.

Unisensor é excelência, facilidade e rapidez. Quando oferecemos soluções de qualidade para a indústria, impactamos positivamente a vida de milhões de pessoas.

Isso é gratificante. Isso nos define. Isso é Cap-Lab.

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Entenda por que devemos nos preocupar com a presença de antibióticos no leite

A descoberta dos antimicrobianos é, sem dúvida, um dos maiores marcos da medicina moderna. A pecuária do leite, por exemplo, faz uso desses remédios para tratar o gado. E, embora vital, esse uso torna possível a presença de antibióticos no leite.

Mas afinal, por que isso seria um problema? Antes, uma infecção que hoje é vista como “simples” era considerada uma sentença de morte. Se algo faz tão bem, como pode fazer tão mal ao mesmo tempo?

Seja como for, esta é a linha de pensamento que trazemos neste artigo. Quais são as consequências do alto consumo de antibióticos? Como eles vão parar no leite? E, por fim, como identificá-los? Confira as respostas neste texto!

 

 

Por que pode haver presença de antibióticos no leite cru?

Assim como qualquer ser vivo, as vacas que fazem parte do gado de leite podem contrair doenças causadas por microrganismos.

Os animais podem se infectar nos pastos, não só através de insetos hospedeiros, bem como a partir do contato com os ordenhadores. A contaminação também pode ocorrer através dos instrumentos de extração do leite.

Muitas dessas doenças são tratadas com o uso de antibióticos. A ação deles elimina a bactéria e a infecção que ela causa, recuperando assim a saúde do animal e assegurando a sua participação na produção do leite.

Então, para fazer efeito, o medicamento é absorvido pelo sangue do animal em tratamento. Só que, mesmo quando a vaca está saudável, leva um tempo até que o antibiótico seja eliminado do organismo.

É aqui, por fim, que o problema começa: o produtor tem as projeções da quantidade de leite que consegue extrair por cabeça de gado. Os restos de antibióticos, no entanto, estão por todo o organismo das vacas tratadas. Eles são eliminados naturalmente, aos poucos. Inclusive no leite.

 

O que o consumo de leite com antibióticos pode causar às pessoas?

 

Desequilíbrio da microbiota intestinal

A microbiota intestinal é feita de microrganismos, que são responsáveis pela manutenção do tecido desse órgão. Só que os antibióticos não fazem distinção entre as bactérias boas e as ruins, então atacam até as que são naturais e regulam o nosso organismo.

Como resultado, o alto consumo de antibióticos afeta o bem estar da nossa flora. Os sintomas comuns de uma microbiota desequilibrada são:

 

Hipersensibilidade a medicamentos

Os antibióticos geram efeitos intensos para estimular a produção de anticorpos. Às vezes, o alto número de anticorpos faz nosso organismo reagir a outros medicamentos semelhantes.

Quem faz um tratamento com Penicilina, por exemplo, pode ter reações ao usar Cefalosporina. São remédios com estruturas similares, o que gera uma reação cruzada.

Desse modo, um consumidor de leite com restos de antibióticos pode ter problemas ao tratar uma doença com remédios de composição parecida, o que afeta a sua saúde e dificulta o processo de cura.

O choque anafilático é a mais grave das reações causadas. Seus sintomas podem começar em segundos, ou poucas horas depois de tomar o remédio. Isso inclui:

 

Teratogenia

Um dos problemas mais sérios causados pelo alto consumo de antibióticos, é a malformação de bebês dentro do útero da mãe. Às vezes, alguns dos medicamentos utilizados pela produção de leite possuem agentes teratogênicos em sua composição.

Entre os antibióticos mais encontrados no leite produzido no Brasil, os que são perigosos para a saúde do feto em formação são as Fluoroquinolonas, as Sulfonamidas e as Tetraciclinas.

 

Resistência microbiana

Eleita pela OMS como uma das 10 maiores ameaças a saúde pública mundial, a resistência microbiana é o resultado do uso sem controle de remédios para combater os microrganismos que causam doenças.

Só para ilustrar: o primeiro antibiótico, a Penicilina, foi descoberto em 1928. Como já era de se esperar, isso causou uma revolução nunca vista antes na Medicina. O mundo inteiro passou a usar antimicrobianos para tratar doenças, não apenas em humanos como também em animais. Como resultado, os microrganismos já estão mais fortes contra os seus efeitos.

Do mesmo modo, em 2015 na China, encontraram uma bactéria E. Coli resistente a Colistina em um porco que seria abatido para o consumo. Ela tinha em seu DNA um gene chamado MCR-1, que dá as bactérias uma alta resistência ao antibiótico.

Isso acendeu um alerta na comunidade médica e científica. Após estudos, foi constatado que as bactérias com o MCR-1 se desenvolveram em animais e foram transmitidas para os humanos. Ainda não é certeza, mas é grande a possibilidade dessa transferência ter ocorrido por causa do consumo de alimentos de origem animal que estavam contaminados.

 

O que a pecuária tem a ver com a resistência microbiana?

O fenômeno dos microrganismos resistentes não é uma novidade: os cientistas sempre esperaram que eles sofressem mutações por causa dos antibióticos. A bactéria Staphylococcus aureus, por exemplo, criou resistência à Penicilina depois da Segunda Guerra Mundial.

O problema é que há cada vez mais patogênicos resistentes, e menos antibióticos para usar. Em outras palavras, a ciência farmacêutica não consegue acompanhar a rapidez da evolução e difusão dos microrganismos.

O uso sem controle dos antibióticos na pecuária, bem como a do leite, está ligado ao aumento da resistência microbiana em todo o mundo. No entanto, apenas 25% dos países tem leis contra isso em vigor. O Brasil é um deles, mas ainda é preciso melhorar os métodos de análises de risco, assim como o recolhimento dos dados.

Em 2021, o MAPA criou o Programa de Vigilância e Monitoramento da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Pecuária. A ideia é avaliar os riscos, as tendências e os padrões para embasar políticas públicas e combater o problema.

 

Como evitar a presença de antibióticos no leite?

A responsabilidade sobre a presença de antibióticos no leite é de toda a cadeia produtiva, principalmente dos veterinários e dos donos da produção.

Ao veterinário cabe, em primeiro lugar, prescrever a dosagem certa para cada animal e doença. Também deve reforçar quais são os períodos de carência que devem ser obedecidos. Vale lembrar que o envio de leite de vacas em tratamento para a indústria é proibido pelo MAPA.

Da mesma forma, o proprietário do gado deve prezar pela qualidade da matéria-prima. Isso evita o descarte do leite, caso encontrem restos de antibióticos em algum dos testes realizados na indústria.

O cuidado com as vacas também traz impactos positivos na qualidade do leite. Portanto, quanto mais bem tratada está a fêmea, mais nutrientes o seu leite terá.

Além disso, fazer a capacitação dos ordenhadores também é uma boa medida. Basta orientá-los a dar os remédios da forma correta, sem exagerar na dose e obedecendo o prazo de carência.

Na logística do gado, por fim, é essencial separar as vacas saudáveis das que estão doentes e em tratamento. Além das doenças serem contagiosas, isso ajuda a evitar confusões sobre quais animais devem ser ordenhados.

Uma prática que ocorre durante a ordenha, e que infelizmente é comum, é descartar só o leite que foi retirado das mamas em tratamento. O antibiótico é absorvido pelo sangue do animal, então será eliminado através das mamas saudáveis também.

É importante frisar que 500 gramas de antibiótico podem contaminar até 100 mil litros de leite. Em resumo, apenas as boas práticas em toda a cadeia produtiva são capazes de contornar este problema.

 

Como identificar a presença de antibióticos no leite?

 

Plataforma Extenso

A tecnologia é, antes de tudo, a forma ideal de melhorar a cadeia produtiva e industrial. Esta é a proposta da Plataforma Extenso: ser o futuro da análise de antibióticos e toxinas no leite.

Feita pela Unisensor, empresa belga de segurança dos alimentos, a Plataforma Extenso apresenta a melhor solução para a detecção de restos de antibióticos.

Com resultados disponíveis em até 13 minutos e permitindo testes simultâneos, a Extenso detecta mais de 90 tipos de contaminantes. Todos são divididos em 17 canais, que podem ser adquiridos de acordo com os antibióticos e toxinas que se deseja identificar.

Feita para automatizar o processo de testagem do leite, a Extenso possui:

Além disso, o equipamento também facilita o armazenamento e a análise dos resultados, gerando relatórios e planilhas para enriquecer o seu banco de dados.

A Plataforma Extenso conta com o próprio banho térmico e funciona em apenas quatro etapas. É o produto mais completo do mercado global para garantir um leite sem resíduos. No Brasil, é vendido apenas pela Cap-Lab.

 

Eclipse 50

Classificado como um método lento, o Eclipse 50 é um teste que se baseia na inibição do crescimento de microrganismos. Foi criado pela empresa espanhola Zeulab. Cada caixa conta com 96 testes.

São microtubos com meio de cultivo específico, acompanhados de um indicador ácido-base. Basta aplicar 50 μl da amostra a ser analisada no microtubo, e em seguida incubar a 65°C. O resultado sai em até 3h.

O Eclipse 50 não apenas identifica uma ampla gama de antibióticos, como também baseia seus resultados no limite máximo de resíduos permitido no Codex Alimentarius (2012).

 

Testes Rápidos Unisensor

A Unisensor possui um ótimo catálogo de métodos de testagem. Seus testes são rápidos e entregam resultados entre 6 a 10 minutos, com ou sem a incubação em banho térmico. Além disso, também conseguem identificar antibióticos que são usados na produção de leite em todo o mundo.

Os testes da Unisensor são em formato de tiras. Elas absorvem a amostra do leite e detectam os resíduos rapidamente. A Cap-Lab vende 13 tipos, cada um atendendo a um grupo de contaminante, entre eles:

Caso queira ler os resultados de forma rápida e efetiva, você pode adquirir o ReadSensor. Ele interpreta as tiras de forma clara, bem como é compatível com todos os testes da Unisensor e tem impressora embutida.

 

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Referências

SILVA, Reginara T. et al. Perfil de sensibilidade a antimicrobianos de bactérias patogênicas humanas isoladas de leite cru. Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, MG, v. 74, n. 3, p. 185-194. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

CARVALHO, Rafael N. G. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em leite cru em fazendas de Aquidabã – Sergipe. Pubvet, Maringá, PR, v. 14, n. 5, a578, p. 1-7. 2020. Acesso em: 15 dez. 2021.

SIVIERO, Eloísa S. et al. Detecção de resíduos de antibióticos em produtos lácteos. Centro Científico Conhecer, Jandaia, GO, v. 18, n. 37, p. 1-170. 2021. Acesso em: 15 dez. 2021.

GUIMARÃES, Ana B. M. et al. Pesquisa de resíduos de antibióticos em leite in natura, pasteurizado e UHT. UNINTA, Sobral, CE, v. 1, n. 1, p. 1-14. 2019. Acesso em: 15 dez. 2021.

ZIMERMAN, Ricardo A. Uso indiscriminado de Antimicrobianos e Resistência Microbiana. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Mato Grosso do Sul, v. 1, n. 3, p. 1-11. 2010. Acesso em: 16 dez. 2021.

PIERRI, Vitória. Desequilíbrio na microbiota intestinal pode aumentar estados depressivos e de ansiedade. Ribeirão Preto, SP: Jornal da USP, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ALVIM, Mariana. Por que o uso de antibióticos na agropecuária preocupa médicos e cientistas. BBC News Brasil, São Paulo, 18 nov. 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

MINISTÉRIO da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mapa implementa Programa de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos. Brasília, DF: Governo Federal, 2021. Acesso em: 16 dez. 2021.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resistência antimicrobiana é ameaça global, diz OMS. Brasília, DF: Governo Federal, 2019. Acesso em: 16 dez. 2021.

CFMV – Conselho Federal de Medicina Veterinária. A resistência antimicrobiana em todos os seus aspectos é o grande desafio da atualidade. Brasília, DF: CFMV, 2020. Acesso em: 16 dez. 2021.

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A importância da Contagem de Células Somáticas (CCS) para a qualidade do leite

O leite e seus produtos derivados são muito consumidos pelos brasileiros, já que são alimentos ricos em proteínas e vitaminas. Mas você sabia que para garantir o valor nutritivo do leite é preciso fazer a contagem das células somáticas?

Se você é produtor ou trabalha na indústria de lácteos, por certo o processo de análise da quantidade das células somáticas presentes no leite já faz parte da sua rotina. Afinal, essa contagem é muito importante para o controle da qualidade do leite. Enfim, gostaria de saber mais? Leia o texto e entenda!

 

 

O que são células somáticas?

Primeiramente, vamos para a parte biológica: são consideradas células somáticas todas aquelas que são responsáveis pela formação de tecidos e órgãos em organismos multicelulares, como é o caso dos animais.

O leite de uma vaca totalmente saudável, por exemplo, costuma ter duas classes de células somáticas:

É normal que o leite bovino tenha células de defesa em sua composição, como macrófagos, linfócitos e neutrófilos. A questão não é a presença das células no leite, mas sim a quantidade delas.

 

LEIA TAMBÉM: Calibração: como garantir equipamentos precisos em laboratório

 

Qual é a relação entre a Contagem de Células Somáticas e a qualidade do leite?

O leite bovino possui mais de 100 mil constituintes e é um alimento altamente nutritivo para o ser humano. Seus componentes mais importantes são as proteínas, a gordura, as vitaminas e a lactose.

No ambiente de criação do gado não é difícil que as vacas tenham contato com microrganismos patógenos, já que estão presentes na natureza e nos tratadores. É o caso das bactérias causadoras da mastite.

A mastite é uma doença contagiosa que causa a inflamação da glândula mamária das vacas. Como reação à infecção, o organismo do animal recruta as células de defesa para se proteger dos patógenos. Como resultado, isso libera em média 90% de neutrófilos no leite das vacas infectadas, sendo que a taxa normal fica entre 0 a 10%.

Há mais fatores que podem aumentar as células somáticas presentes no leite: a idade da vaca, seu estágio de lactação, a estação do ano, o estresse térmico que o animal está enfrentando, entre outros.

 

O que um número alto de células somáticas causa ao leite?

Uma grande quantidade de células somáticas reduz a gordura e as proteínas do leite, enquanto o sódio e o cloro aumentam. Isso afeta não apenas a cadeia industrial de produção dos lácteos, já que há derivados que dependem desses componentes para serem feitos, como também o valor nutricional do alimento para consumo.

De acordo com vários estudiosos de qualidade, o leite de uma vaca saudável pode conter até 250.000 células por mililitro (mL), dependendo de características como raça, rebanho e o número de lactações.

Em contrapartida, a Instrução Normativa nº76/2018 emitida pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estabelece que a quantidade máxima de células somáticas presentes no leite cru refrigerado deve ser de 500.000 CS/mL.

Os principais problemas que a alta contagem de células somáticas no leite pode causar são:

 

Quais são os benefícios da Contagem de Células Somáticas?

O ideal é que a contagem de células somáticas seja realizada com frequência em fazendas produtoras de leite. Da mesma forma que isso ajuda a coletar informações sobre a situação do rebanho, também é possível tirar percepções importantes sobre o negócio.

A quantidade de células somáticas presentes no leite é um ótimo indicador da saúde dos animais. Há casos de mastite que são contagiosos e até mesmo difíceis de identificar, como a mastite subclínica. Ou seja, se o leite de uma vaca está com alta contagem e ela está doente, outras vacas podem estar também.

Além disso, a contagem de células somáticas é padrão mundial para medir a qualidade do leite. Isso é de extrema prioridade para produtores que queiram exportar a matéria-prima que produzem, já que há diversas legislações ao redor do mundo que variam o número de células somáticas permitidas na composição do leite.

Da mesma forma, os dados da quantidade de células conseguem dar uma ideia do valor nutricional do leite extraído. Quanto menor é a contagem de células somáticas, maior é o teor de lactose, proteínas e gorduras. Isso é relevante para a produção de lácteos como leite condensado, queijos, manteiga e outros.

 

Ekomilk Scan

É possível fazer a contagem das células somáticas da sua produção leiteira utilizando o Ekomilk Scan. A partir de uma pequena amostra do leite, o equipamento quantifica as células somáticas do leite rapidamente e tem capacidade de armazenamento para até 250 resultados.

A Cap-Lab orienta o uso do Ekomilk Scan em diversas áreas do setor produtivo e industrial de lácteos, como fazendas, indústrias de laticínios, postos de resfriamento e coleta do leite e laboratórios de controle de qualidade.

 

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Referências

PAULA, M. C. et al. Contagem de Células Somáticas em Amostras de Leite. Paraná, v. 33, n. 5, p. 1303-1308. 2004. Acesso em: 3 dez. 2021.

SOUZA, G. N. et al. Variação da contagem de células somáticas em vacas leiteiras de acordo com patógenos da mastite. Minas Gerais, v. 61, n. 5, p. 1015-1020. 2009. Acesso em: 3 dez. 2021.

SOUZA, L. B. et al. Composição e características dos componentes do leite. São Bernardo do Campo, SP: Milkpoint, 2021. Acesso em: 7 dez. 2021.

NUTRIÇÃO e Saúde Animal. O que é mastite bovina e como ela pode afetar a sua criação? Belo Horizonte, MG: Vaccinar, c2021. Acesso em: 7 dez. 2021.

SOMATICELL. Células Somáticas. Jundiaí, SP: Somaticell, c2021. Acesso em: 7 dez. 2021.